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No mês marcado pela vitória nas urnas do agora presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – fechou em leve alta de 0,02% e emendou o quarto mês consecutivo de ganhos. Individualmente, o fundo Átrio Reit Recebíveis (ARRI11) foi o grande destaque. A carteira registrou valorização de 6,09% no período e também encerrou outubro como o maior pagador de dividendos.
No sentido oposto, o XP Properties (XPPR11) liderou mais uma vez a lista das maiores baixas do mês, com queda de 8,77%. Em setembro, o fundo de escritórios já havia ocupado o mesmo posto, ao registrar perdas de 7,81%.
Enquanto os fundos de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis – sinalizaram um movimento de correção após a forte alta verificada desde julho, os FIIs de “papel” ensaiaram recuperação com a possível volta da inflação.
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Focados no investimento em títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação ou à taxa do CDI (certificado de depósito interbancário), os FIIs de “papel” passaram a ser observados com certa desconfiança no último trimestre por causa da deflação apurada pelo IPCA, que reduziu os dividendos pagos pelas carteiras.
Pela dinâmica deste tipo de FII, quando o indexador do título sobe, a receita do fundo cresce e o dividendo distribuído aos cotistas pode ser elevado também. Isso explica os rendimentos altos dessa classe de fundo até meados de 2022. Quando o indexador cai – como ocorreu entre julho e setembro – a receita do fundo encolhe e acaba refletindo nos dividendos pagos aos investidores.
A possibilidade de redução nos rendimentos dos FIIs de “papel” estimulou a venda dos fundos e, consequentemente, houve queda no valor das cotas na Bolsa. Em alguns casos, os fundos passaram a ser negociados com desconto na B3.
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Diante do cenário, os FIIs de “papel” voltaram a ser visto como oportunidade, especialmente após a prévia do IPCA de outubro, que subiu 0,16%, sinalizando a volta da inflação – e o possível aumento de dividendos das carteiras.
Desta forma, os FIIs de “papel” foram os destaques de outubro com ganhos médios de 0,41%. Na outra ponta da lista, ficaram os fundos de escritórios (lajes corporativas), com perdas de 1,43%, em média. Confira o desempenho de todos os setores:
Segmento | Variação em outubro (%) |
Títulos e Val. Mob. | 0,41 |
Shoppings | -0,16 |
Outros | -0,21 |
Logística | -0,21 |
Híbrido | -0,30 |
Lajes Corporativas | -1,43 |
Fonte: Economatica (31/10/2022)
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Os dados são da Economatica, plataforma de informações financeiras, e tomam como base a valorização das cotas e a distribuição de dividendos dos FIIs que fazem parte da carteira teórica do Ifix. Dos 108 fundos que compõem o indicador, 53 fecharam outubro no campo positivo.
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Maiores altas de outubro
Individualmente, o Átrio Reit Recebíveis (ARRI11) foi o grande destaque de outubro, encabeçando a lista das maiores altas do mês. Considerando a valorização da cota e a distribuição de dividendos, o fundo acumulou ganhos de 6,09% no período. O Kinea Índices de Preços (KNIP11) também se destacou, com elevação de 4,67%.
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Confira as maiores altas dos fundos imobiliários em outubro de 2022:
Ticker | Fundo | Segmento | Variação em outubro (%) |
ARRI11 | Átrio Reit Recebíveis | Títulos e Val. Mob. | 6,09 |
KNIP11 | Kinea Índices de Preços | Títulos e Val. Mob. | 4,67 |
HABT11 | Habtat II | Títulos e Val. Mob. | 4,30 |
SARE11 | Santander Renda | Híbrido | 4,24 |
KNSC11 | Kinea Securities | Títulos e Val. Mob. | 4,17 |
Fonte: Economatica (31/10/2022). A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos.
Destaque de outubro, o patrimônio líquido atual do Átrio Reit Recebíveis totaliza R$ 108 milhões, sendo que os certificados recebíveis imobiliários (CRI) representam hoje 94,63% do portfólio. A carteira ainda tem uma parte alocada (4,29%) em cotas de outros FIIs.
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Em relação aos CRI, grande parte (80%) está indexada ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 12,52% dos títulos estão atrelados ao IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) e o restante, à taxa do CDI.
De acordo com a equipe de gestão, o ganho de capital auferido nas operações – venda de CRIs – tem ajudado a manter estável a distribuição de dividendos, mesmo com o IPCA negativo nos últimos meses – que afetaria a receita da carteira.
Além disso, o fundo diz contar com uma reserva equivalente a R$ 0,08 por cota – recurso referente a resultados passados e ainda não distribuídos aos cotistas. O montante também deve ajudar o FII a manter o patamar de distribuições nos próximos meses.
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Maiores baixas de outubro
Na outra ponta da lista encabeçada pelo Átrio Reit Recebíveis está o XP Properties (XPPR11), do segmento de lajes corporativas, que registrou queda de 8,77%, a maior de outubro entre os fundos que compõem o Ifix.
Confira as maiores baixas dos fundos imobiliários em outubro de 2022:
Ticker | Fundo | Setor | Variação em outubro (%) |
XPPR11 | XP Properties | Lajes Corporativas | -8,77 |
NSLU11 | Hospital Nossa Senhora de Lourdes | Outros | -7,79 |
CARE11 | Brazilian Graveyard and Death Care | Outros | -5,01 |
RBRP11 | RBR Properties | Híbrido | -4,76 |
RCRB11 | Rio Bravo Renda Corporativa | Lajes Corporativas | -4,27 |
Fonte: Economatica (31/10/2022). A rentabilidade leva em consideração o reinvestimento dos dividendos.
O XP Properties tem um portfólio formado por 6 imóveis localizados na capital paulista e em Barueri, na Grande São Paulo. A taxa de vacância atual da carteira está em 48%. Segundo os gestores, o percentual ainda reflete as restrições do período da pandemia da Covid-19.
“Apesar de se ter presenciado certa movimentação de locatários ao longo dos últimos semestres, ela se mostrou bastante aquém das expectativas do mercado no geral”, pontua relatório gerencial do fundo. “[O cenário é uma] consequência direta do legado trazido pela pandemia e pelo contexto macroeconômico desfavorável”, explica o texto, que lembra também da forte elevação dos juros e da inflação nos últimos anos.
O fundo diz ainda que sofreu, nos últimos meses, o impacto do aumento da concorrência gerada pelo excesso de oferta de espaços e pressão baixista de preços, principalmente nas regiões de Alphaville e de São Paulo.
No próximo dia 16, o XP Properties pagará R$ 0,30 por cota, montante equivalente a um retorno mensal com dividendos de 0,71%. Em 12 meses, o percentual está em 11,81%.
FIIs que mais pagaram dividendos em outubro
Na contramão de muitos FIIs de recebíveis – que reduziram dividendos por causa do atual cenário de deflação – o Átrio Reit (ARRI11) manteve o patamar de rendimentos nos últimos meses e encerrou outubro com o maior dividend yield (taxa de retorno com dividendos) entre os principais fundos imobiliários da Bolsa. O percentual foi de 1,56% no mês.
Ticker | Fundo | Setor | Retorno com dividendos – outubro (%)* |
ARRI11 | Átrio Reit Recebíveis | Títulos e Val. Mob. | 1,56 |
CACR11 | Cartesia Recebíveis Imobiliários | Títulos e Val. Mob. | 1,54 |
RZAK11 | Riza Akin | Títulos e Val. Mob. | 1,43 |
NCHB11 | NCH High Yield | Títulos e Val. Mob. | 1,42 |
VGIR11 | Valora RE | Títulos e Val. Mob. | 1,29 |
URPR11 | Urca Prime Renda | Títulos e Val. Mob. | 1,27 |
TGAR11 | TG Ativo Real | Desenvolvimento | 1,26 |
OUJP11 | Ourinvest JPP | Títulos e Val. Mob. | 1,24 |
PLCR11 | Plural Recebiveis Imobiliarios | Híbrido | 1,22 |
MCHF11 | Mauá Capital Hedge Fund | Títulos e Val. Mob. | 1,20 |
Fonte: Economatica
Em comunicado ao mercado divulgado nesta segunda-feira (31), o Átrio Reit Recebíveis anunciou para novembro um dividendo de R$ 0,11 por cota, montante equivalente a um retorno mensal de 1,17%. Em 12 meses, o percentual está em 16,97%.
Dos 108 fundos monitorados, 32 tiveram em outubro dividend yield acima de 1% no mês. O número é inferior aos 40 registrados em setembro e aos 47 de agosto – período em que ainda estava em vigor a antiga carteira teórica do Ifix, com 106 FIIs, dois a menos do que a atual.
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