Direto de Teste: FIIs de “tijolo” têm retorno 4 vezes maior do que fundos de “papel” em 2023

O mercado de fundos imobiliários acumula valorização de mais de 10% ao longo do ano e boa parte do desempenho pode ser atribuída aos FIIs de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis.Focada em espaços como escritórios, shoppings e galpões logísticos, esta classe de FII apresenta valorização de 16,1% em 2023, de acordo com o […]

Alessandro Emerich

Publicidade

O mercado de fundos imobiliários acumula valorização de mais de 10% ao longo do ano e boa parte do desempenho pode ser atribuída aos FIIs de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis.

Focada em espaços como escritórios, shoppings e galpões logísticos, esta classe de FII apresenta valorização de 16,1% em 2023, de acordo com o Índice Teva de Fundos Imobiliários de Tijolo (ITIT).

O desempenho é quase quatro vezes maior do que os 4,5% do Índice Teva de Fundos Imobiliários de Papel (ITIP) – que monitora os FIIs que têm no portfólio títulos de renda fixa atrelados a indicadores de inflação e à taxa do CDI.

Newsletter

Liga de FIIs

Receba em primeira mão notícias exclusivas sobre fundos imobiliários

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O comportamento dos FIIs de “tijolo” também está em linha com a expectativa do mercado, que vê na redução dos juros e na apreciação dos imóveis gatilhos para destravar valor desses fundos.

“A tendência de queda da taxa Selic pode influenciar significativamente as avaliações patrimoniais de imóveis, tendo efeitos potencialmente positivos sobre o valor dos espaços e, consequentemente, [na valorização] dos fundos imobiliários”, aponta recente relatório da XP, assinado por Maria Fernanda Violatti, chefe de análise de fundos listados do research da casa.

No documento, ela explica que a redução da Selic – que caiu de 13,75% para 12,25% ao ano de agosto para cá – reduz a rentabilidade das aplicações de renda fixa que têm a taxa como referência e eleva a procura por imóveis como alternativa de investimento – valorizando cada vez mais os espaços.

Continua depois da publicidade

Um breve teste de lista para ver se podemos colocar link em um bloco de lista:

Leia também:

O que explica a menor valorização dos FIIs de “papel”?

Entre os títulos de renda fixa que podem compor o portfólio de um fundo de “papel” está o certificado de recebíveis imobiliários (CRI), instrumento usado por empresas do setor para captar recursos no mercado.

Continua depois da publicidade

Na prática, essas companhias “empacotam” receitas futuras que têm para receber – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos, por exemplo – em um título (o CRI), que é vendido aos investidores, como os fundos imobiliários.

Em geral, o CRI embute um rendimento prefixado e a correção por um indicador, que normalmente é a taxa do CDI ou o IPCA. Desta forma, quanto mais elevado estiver o indexador, maior será a receita do fundo e, consequentemente, mais dividendos a carteira poderá distribuir entre os cotistas.

A dinâmica explica os elevados dividendos distribuídos pelos fundos de “papel” nos últimos anos, marcados pela pressão inflacionária e pelo ciclo de alta da Selic.

Publicidade

Mas em caso de redução do índice que corrige os CRIs do portfólio, a tendência também é de queda na receita das carteiras e, possivelmente, dos rendimentos distribuídos – o que pode reduzir a atratividade da carteira.

“Assim como os demais fundos do mercado cuja carteira está majoritariamente indexada à inflação, o resultado do fundo no mês está diretamente ligado aos índices inflacionários do país”, confirma o último relatório do RBR Rendimento High Grade (RBRR11). “Nesse contexto, os indexadores IGP-M e IPCA do mês de julho, que seguiram a tendência de baixa dos meses anteriores, impactaram negativamente o resultado do fundo”, complementa o texto.

Os mais de 140 mil investidores do fundo, por exemplo, já perceberam o impacto do arrefecimento da inflação. Os dividendos distribuídos pela carteira caíram cerca de 35%, de um patamar acima de R$ 1 por cota em junho para a casa de R$ 0,65 em novembro.

Continua depois da publicidade

Leia mais:

Tópicos relacionados