FIIs de shopping têm retorno médio de 23% este ano; há espaço para mais ganhos em 2024?

O segmento tem o melhor desempenho entre os principais tipos de fundos do mercado; consumo pode beneficiar setor em 2024

Wellington Carvalho

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A retomada dos fundos imobiliários de shopping tem chamado a atenção do mercado em 2023. Essa classe de ativo foi uma das que mais sofreram com as restrições impostas pela pandemia da Covid-19, mas demonstra forte recuperação este ano. Para 2024, a expectativa de gestores também é positiva – e bem diferente do cenário enfrentado nos últimos anos.

“Em determinados momentos da pandemia, os empreendimentos ficaram meses fechados”, relembra Leandro Bousquet, gestor do Vinci Shopping Centers (VISC11), durante a série Super Clássicos, produzida pela XP e mediada por Maria Fernanda Violatti, head de FIIs listados da casa.

Com menor receita, os fundos de shopping tiveram de reduzir a distribuição de rendimentos e, consequentemente, perderam atratividade e valor na Bolsa.

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Superado o momento de adversidade, Bousquet afirma que, atualmente, há um crescimento muito forte em todos os indicadores dos empreendimentos, como vendas, movimentação de pessoas, resultado por metro quadrado e resultado caixa.

A boa fase também pode ser observada no desempenho das cotas dos FIIs que atuam no segmento. Em média, esses fundos acumulam alta de 23% em 2023 – a maior entre os principais segmentos do mercado. O desempenho também é mais do que o dobro do registrado pelo Ifix, que subiu 10% no período.

Fonte: Fonte: Itaú BBA – Relatório Informativo Mensal/outubro 2023

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Para Bousquet, a melhora das condições sanitárias e a queda dos juros – que torna os FIIs mais atrativos – explicam o desempenho dos fundos de shopping. Além disso, ele cita uma forte demanda reprimida da população por entretenimento e lazer.

Para os próximos anos, além dos fatores acima, os shoppings deverão ser beneficiados por um cenário mais favorável para o consumo, diz o gestor do VISC11.

“A inflação está sob controle, taxa de juros em queda, desemprego caindo e a renda do trabalhador crescendo”, contextualiza o gestor. “Tudo isso é combustível direto para consumo”, projeta.

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Além disso, a possibilidade de expansão dos fundos de shopping torna o segmento ainda mais atrativo, sinaliza André Freitas, do Hedge Brasil Shopping (HGBS11), destacando o volume de recursos captados pelas carteiras em 2023.

“Os FIIs de shopping representam 16% de todo o volume captado pelo mercado de fundos imobiliários em 2023”, calcula. “O segmento soma até agora R$ 2,8 bilhões em novos recursos e ainda pode captar mais R$ 1,2 bilhão até o final do ano”, prevê.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.