Recuperação judicial da WeWork afeta FIIs brasileiros? Confira visão do VINO11

Com dívida de quase US$ 19 bilhões, a startup tem contrato de locação com pelo menos seis fundos imobiliários

Wellington Carvalho

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A crise financeira da WeWork, startup do segmento de coworking, também repercute no mercado de fundos imobiliários no Brasil. Com dívidas de quase US$ 19 bilhões, a operadora entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Diante do processo, como ficam os FIIs que alugam imóvel para a empresa?

Entre os fundos imobiliários que têm a WeWork como locatária está o Vinci Offices (VINO11), que destacou a relação com a operadora em relatório gerencial divulgado nesta quarta-feira (9).

De acordo com o documento, a operação da startup no Brasil é parte de uma joint venture (união de empresas) com o SoftBank, multinacional japonesa, que tem participação majoritária na parceria. Sendo assim, a parte da WeWork no acordo, segundo o texto, é minoritária.

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“Isso significa que as operações brasileiras operam de forma independente e não existe um impacto direto do pedido do Chapter 11(equivalente ao processo de recuperação judicial no Brasil) nas operações locais”, destaca o relatório gerencial do VINO11. “A WeWork segue 100% adimplente com suas obrigações perante o fundo”, complementa o texto.

Atualmente, o Vinci Offices possui dois imóveis locados para a operadora de coworking, totalizando aproximadamente 5% da receita total do fundo.

Fonte: FII VINO11

Um dos imóveis alugados pelo VINO11 para a WeWork é o Vita Corá, na região do Alto de Pinheiros, em São Paulo (SP). O fundo tem 66,4% de participação no espaço de 6,4 mil metros quadrados.

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O outro imóvel alugado para a operadora de coworking, o Oscar Freire 585, fica no bairro dos Jardins, também na capital paulista. O Vinci Offices tem uma fração de 66,7% no espaço de 6,1 mil metros quadrados.

Ao todo, o portfólio do fundo é composto por 10 imóveis que, juntos, somam uma área bruta locável (ABL) de 86 mil metros quadrados. Entre os ativos está a sede da Rede Globo em São Paulo, adquirida no final de 2021.

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Outros FIIs que também têm a WeWork como inquilina

Pelo menos outros cinco fundos imobiliários mantêm contratos com a WeWork atualmente. Entre eles está o Ourinvest Renda Estruturada (OURE11), dono de 50% do Escritório Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (RJ), que abriga a operadora de coworking na cidade.

A WeWork aluga também o The Cittyplex Osasco, na Grande São Paulo, que pertence ao portfólio do Multi Renda Urbana (HBRH11). O contrato, assinado em 2018, tem prazo de 20 anos.

Já o FII Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) aluga para a startup o edifício Girassol 555, na Vila Madalena, também em São Paulo. De acordo com o último relatório gerencial, 24% da receita do fundo está ligada ao segmento de coworking.

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Um dos cinco edifícios em negociação pelo BTG Pactual Corporate Office Fund (BRCR11), o Brazilian Financial Center (BFC), também abriga a startup em São Paulo. A empresa ainda está no Torre Almirante, que também faz parte do portfólio do fundo.

Finalmente, o FII Torre Norte (TRNT11) tem 22% da receita do fundo atrelada ao contrato com a WeWork para a locação de parte dos 61 mil metros quadrados do Centro Empresarial Nações Unidas, na zona sul da capital paulista.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.