Credit Suisse vende gestora de FIIs CSHG para o Pátria por R$ 650 milhões

Conclusão do negócio era esperada desde a última semana; com aquisição, Pátria deve se tornar terceira maior gestora de FIIs

Wellington Carvalho

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O Pátria Investimentos comprou a Credit Suisse Hedging-Griffo (CSHG) – gestora de fundos imobiliários controlada pelo Credit Suisse no Brasil. Com a transação avaliada em US$ 130 milhões (R$ 650 milhões), a casa deve se tornar a terceira maior gestora de FIIs.

O negócio foi anunciado oficialmente pela Credit Suisse, em comunicado ao mercado nesta quarta-feira (6).

“O Credit Suisse anunciou hoje que assinou um acordo para vender a gestora de fundos imobiliários no Brasil, Credit Suisse Hedging-Griffo Real Estate, para o Pátria Investimentos”, reforça o documento.

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Na semana passada, a conclusão do negócio chegou a ser noticiada, mas a CSHG negou a informação em fato relevante divulgado na última segunda-feira (4). Hoje veio a confirmação.

“O UBS tem um relacionamento histórico com o Pátria, uma empresa de gestão de ativos com sólida experiência e presença de longa data no mercado brasileiro”, afirma Marcello Chilov, CEO do Credit Suisse Brasil e Head do UBS Global Wealth Management na América Latina. “Estamos confiantes na sua capacidade de continuar a servir os investidores dos fundos e levar o negócio adiante”, afirma.

No comunicado, o Credit Suisse pondera que o negócio ainda depende da aprovação dos investidores dos fundos geridos pela CSHG.

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“Estamos muito entusiasmados com esse movimento, que permite tornar o nosso portfólio de Real Estate ainda mais robusto”, diz Marcelo Fedak, sócio do Pátria. “Passamos a contar com duas famílias de produtos de Real Estate e os clientes permanecerão sendo atendidos por duas equipes, de forma independente”, prevê.

A possibilidade de venda da gestora do Credit Suisse começou a ser cogitada no início do ano, quando a instituição financeira suíça começou a enfrentar uma crise de confiança.

Para evitar que o problema se espalhasse pelos mercados globais, o também banco suíço UBS acertou a compra do rival por US$ 3,2 bilhões, em março – assumindo o controle das operações também no Brasil.

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“O Grupo UBS se encontra em processo de integração de suas atividades com a operação global anteriormente detida pelo grupo Credit Suisse e, nesse contexto, está analisando eventuais oportunidades”, explicava a CSHG, ao confirmar a existência do processo competitivo.

A Asset imobiliária do Credit Suisse no Brasil iniciou suas operações em 2003 e hoje é responsável por oito fundos imobiliários. São eles:

Juntos, os FIIs da CSHG somam quase R$ 12 bilhões em patrimônio líquido. O do HGLG11, por exemplo, maior fundo de logística em número de cotistas – 424 mil – soma R$ 5,1 bilhões.

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O patrimônio líquido sob gestão coloca a CSHG na quinta posição das maiores gestoras do mercado de fundos imobiliários, de acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Pátria pode assumir terceira posição no ranking das maiores gestoras de FIIs

Em relatório divulgado antes do comunicado oficial do Pátria, o Goldman Sachs afirma que a gestora – uma das líderes em gestão de ativos na América Latina – consolida a presença no mercado de fundos imobiliários aqui no Brasil.

De acordo com o documento, a gestora passaria a ocupar a terceira posição no ranking dos maiores patrimônios do segmento – subindo dos atuais R$ 7 bilhões para R$ 19 bilhões.

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O número já considera a participação de 50% do Pátria na VBI Real Estate, fruto de um acordo de associação assinado em 2022.

Entre os riscos da transação com a CSHG, o Goldman Sachs aponta a retenção de talentos da agora nova controlada. Hoje, o time de gestores da Credit Suisse Hedging-Griffo é um dos mais respeitados no segmento de FIIs.

Além da administração dos imóveis, o time é bastante reconhecido pela capacidade de gerar ganho de capital para os cotistas dos FIIs com a compra e venda dos ativos.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.