FII MAXR11 cai forte após Americanas incluir aluguel de imóveis do fundo em lista de credores

E mais: Ifix fecha em queda; inflação da construção acelera em dezembro; maiores dividendos em janeiro; TJKB distribui rendimentos

Wellington Carvalho

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O Ifix – índice dos fundos imobiliários mais negociados da Bolsa – fechou a sessão desta quinta-feira (26) com queda de 0,25%, aos 2.809 pontos.  O FII Votorantim Logística (VTLT11) liderou a lista das maiores altas do dia, subindo 2,08%

Outro destaque do dia foi o Max Retail (MAXR11) – que não faz parte da carteira teórica do Ifix – com baixa de 4%.

Em fato relevante, o fundo sinalizou que não recebeu da Americanas, locatária da carteira, o aluguel referente a dezembro – com pagamento previsto para este mês. O valor foi incluído na lista de dívidas da companhia, divulgada nesta quarta-feira (25).

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“A administradora tomou ciência que o aluguel devido pela locatária está sendo tratado como crédito concursal, ou seja, como um crédito existente no dia 19 de janeiro de 2023 e sujeito aos efeitos da recuperação judicial”, destaca o documento.

Segundo o MAXR11, o valor do aluguel em aberto é de R$ 514 mil, montante que representa R$ 0,46 por cota.

Em janeiro, o fundo distribuiu R$ 0,67 por cota, dividendo referente às receitas da carteira no mês anterior. O valor representa um dividend yield (taxa de retorno com dividendos) de 0,94% no período.

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Dos nove imóveis do fundo, quatro estão locados atualmente para a Americanas, de acordo com relatório gerencial divulgado pela carteira em dezembro de 2022.

A empresa ocupa lojas do portfólio do fundo em Taguatinga (DF), Vitória (ES), Belém (PA) e Maceió (AL). Juntos, os espaços somam uma área de cerca de 32 mil metros quadrados dos quase 60 mil metros quadrados de ABL total do fundo – aproximadamente a metade.

Já o VBI Logístico (LVBI11), outro fundo que aluga imóvel para a Americanas, confirmou – também em fato relevante – que o valor da locação de dezembro foi pago integralmente pela empresa em janeiro.

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No documento, a carteira também lembra que foi incluída indiretamente na lista de credores da Americanas, através da participação que possui na Aratulog Armazenagem.

O fundo tem 70% de participação na empresa, responsável pelo condomínio logístico de Aratu, na Bahia, que tem entre os inquilinos a B2W – do mesmo grupo das Americanas. Na relação de credores da varejista, a Aratulog aparece titular de um crédito de R$ 871 mil.

O LVBI11 aponta ainda a inclusão da Associação da Instituidora e dos Locatários do VBI Log Aratu – responsável pelo custeio da gestão das áreas comuns do empreendimento.  A entidade teria de receber da Americanas o montante de R$ 386 mil.

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Confira a lista atualizada da dívida da Americanas com os fundos imobiliários, de acordo com a relação divulgada pela empresa:

Fundo  Ticker Dívida da Americanas
CSHG Logística HGLG11  R$    4.254.245,22
CSHG Logística HGLG11 R$    1.114.550,18
VBI Logístico (Aratulog Armazenagem) LVBI11  R$        871.938,78
XP Log XPLG11  R$        849.445,05
RB Capital Petros Não listado  R$        777.968,83
Shopping Parque D Pedro PQDP11  R$        737.218,99
Bresco Logística BRCO11  R$        667.816,66
Ancar IC Shopping ANCR11B  R$        619.618,25
Pateo Moinhos de Vento Não listado  R$        604.990,73
Max Retail MAXR11 R$        514.179,37
VBI Logístico (A. Locatários Aratulog) LVBI11  R$        386.232,58
Mais Shopping MSHP11  R$        377.978,12
RB Capital Patrimonial Não listado  R$        315.440,25
Casper Não listado  R$          17.997,94
Vida Nova FIVN11  R$          14.549,59
Total  R$  12.124.170,54

Pelo menos oito fundos imobiliários – entre os que divulgam os nomes dos inquilinos – mantêm alguma relação com as Americanas. O número não considera os FIIs de shopping que, eventualmente, abrigam lojas da varejista. Confira os demais destaques do dia.

Maiores altas desta quinta-feira (26):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
VTLT11 Votorantim Logística Logística 2,08
SDIL11 SDI Rio Bravo Logística 1,49
TEPP11 Tellus Properties Lajes Corporativas 1,35
[ativo=BTCI11] BTG Pactual Crédito Imobiliário Títulos e Val. Mob. 1,01
MORE11 More Real Estate FoF 0,79

Maiores baixas desta quinta-feira (26):

Ticker Nome Setor Variação (%)
RBFF11 Rio Bravo Ifix FoF -2,65
TORD11 Tordesilhas EI Desenvolvimento -2,22
RZTR11 Riza Terrax Híbrido -1,99
BLMG11 Bluemacaw Logística Logística -1,7
SARE11 Santander Renda Híbrido -1,54

Fonte: B3

Dividendos hoje

Confira os FIIs que distribuem dividendos nesta quinta-feira (26):

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Ticker Fundo Rendimento
TJKB11 TJK Renda R$ 2,48

Fonte: StatusInvest

Giro Imobiliário: inflação da construção acelera em dezembro, maiores dividendos em janeiro e mais assuntos

FII nega falha estratégica ao concentrar 20% das receitas em contrato com Americanas; entenda

Com queda de mais de 10% em janeiro, o FII GGR Covepi (GGRC11) nega que a participação atual da Americanas nas receitas do fundo possa ser considerada um erro estratégico.

A carteira aluga um centro de distribuição (CD) para a B2W – do mesmo grupo das Americanas – em Uberlândia, Minas Gerais. O espaço representa 19,5% da receita do fundo e 24% da área bruta locável (ABL) total do portfólio.

Em termos de diversificação, os números representam uma grande concentração em apenas um locatário – algo não muito saudável para o portfólio –, como reconhece Pedro van den Berg, diretor de gestão da Zagros Capital, responsável pelo GGRC11.

“[O ideal é que] nenhum inquilino tenha uma participação maior do que 10% das receitas do fundo, isso é o que eu vejo como saudável”, confirma. “O impacto, em uma situação como esta, seria bem menor se a Americanas representasse 10% ou menos das receias do fundo”, afirma o gestor, que se refere à crise financeira da varejista.

O que justificaria então a concentração de quase 20% de Amerianas no portfólio do GGR Covepi? Berg explica que dois motivos explicam o peso do contrato da empresa nos números do fundo: condições macroeconômicas e histórico até então apresentado pela varejista.

INCC-M acelera a 0,32% em janeiro, de 0,27% em dezembro, afirma FGV

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) acelerou a 0,32% em janeiro, ante alta de 0,27% em dezembro, informou nesta quinta-feira (26) a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O avanço do INCC-M foi puxado pelo componente Mão de obra (0,16% para 0,77%), enquanto o segmento de Materiais, Equipamentos e Serviços caiu de 0,38% para -0,12%.

Nas aberturas, a taxa de Serviços passou de 0,43% em dezembro para 0,53% em janeiro, com destaque para a aceleração do item taxas de serviços e licenciamentos que passou de 0,00% para 2,40%. Materiais e Equipamentos teve deflação de 0,26%, após alta de 0,37% em dezembro de 2022, com destaque para materiais para estrutura, que passou de 0,62% para -0,55%

As principais influências para cima sobre o INCC-M de janeiro foram ajudante especializado (0,19% para 0,82%); servente (0,17% para 0,93%); elevador (0,64% para 1,14%); carpinteiro [fôrma, esquadria, telhado] (0,14% para 0,78%) e pedreiro (0,15% para 0,71%).

Em contrapartida, puxaram o resultado para baixo cimento Portland comum (-0,20% para -3,37%); tubos e conexões de PVC (-2,26% para -4,12%); vergalhões e arames de aço ao carbono (2,69% para -0,86%); eletrodutos de PVC (-0,88% para -1,73%) e portas e janelas de madeira (0,07% para -0,49%).

Fundo de escritório é o maior pagador de dividendos em janeiro, marcado por rendimentos extraordinários

O fundo imobiliário do segmento de escritório Autonomy Edifícios Corporativos (AIEC11) fechará o primeiro mês de 2023 com o maior dividend yield (taxa de retorno com dividendos) entre os principais FIIs da Bolsa. O percentual ficou em 1,94%.

Os dados são da Economatica, plataforma de informações financeiras, e tomam como base os 111 fundos imobiliários que compõem o Ifix – índice que reúne os FIIs mais líquidos da B3.

Todas as carteiras já anunciaram as distribuições de dividendos previstas para este mês. A última foi o BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11), que pagará R$ 0,87 por cota no dia 31.

Entre os fundos monitorados, 48 tiveram em janeiro dividend yield acima de 1% no mês. O número é superior aos 38 registrados em dezembro.

No início do mês, o Autonomy Edifícios Corporativos (AIEC11) distribuiu R$ 1,32 por cota, equivalente a um retorno mensal de 1,94%. O percentual é o maior para o mês, de acordo com os dados da Economatica. Confira a lista dos dez maiores pagadores de janeiro.

Microapartamentos: proprietários são mais velhos e compram para investir e jovens alugam pela localização

Tendência nas grandes cidades brasileiras, os “microapartamentos” são comprados por pessoas mais velhas para investir, como complemento à sua renda, e são alugados pelos mais jovens pela localização e pela independência, aponta uma pesquisa do QuintoAndar feita com proprietários e inquilinos.

A empresa entrevistou mais de 250 proprietários e 175 inquilinos em São Paulo (todos moradores de imóveis com menos de 30 m²) e usou as bases de dados do QuintoAndar e do Imovelweb e do Wimóveis (adquiridos com a compra do grupo Navent) em várias cidades para fazer o levantamento.

Cerca de 60% dos proprietários entrevistados têm mais de 50 anos e, segundo a pesquisa, para mais de 90% o microapartamento é uma fonte secundária de renda. O principal objetivo é investir, sendo que 67% citam a proximidade com o transporte público como o grande diferencial do imóvel e mais da metade (56%), o preço de compra atrativo como o principal motivador.

Além disso, dois em cada três proprietários possuem mais de um apartamento e a maioria planeja ter mais imóveis.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.