Minha Trajetória: como virei Day Trader

A verdade é que tive que aprender a ganhar pouco até chegar a ganhar mais de R$ 1.000 por dia
Por  Ariane Campolim -
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Neste artigo, resolvi compartilhar como conheci o mercado financeiro. Até hoje, vivo e pago minhas contas operando trade. Espero que minha história possa dar algum insight para você que deseja ser um trader e que, de alguma forma, ele ajude na sua caminhada.

Assim como muitas pessoas, não cresci em uma família rica e sempre escutei dos meus pais: “Menina, você precisa estudar para conseguir um bom emprego.” Sempre me preocupei em ser uma boa aluna. Então, aos 16 anos, tinha o sonho de ingressar em uma faculdade pública — isso porque o curso era gratuito, além de também dizerem que ele tinha mais qualidade e me daria melhores chances de sair com um bom emprego.

Entrei na faculdade de Física Médica, escolhida com base em um teste vocacional, um guia do estudante e a pouca experiência de vida que eu tinha. Mas foi ali que me deparei com mercado financeiro. Explico.

Quando iniciaram as aulas práticas no hospital, ficou claro que eu não gostava do que havia escolhido como profissão. Aí, bateu o desespero: o que eu iria fazer da minha vida?

Nessa época, cursava uma matéria optativa de economia na faculdade, em que o professor um dia me mostrou que nem tudo estava perdido. Ele me disse que o mercado financeiro gostava muito de contratar físicos. Pronto, genial! Parecia que tinha encontrado uma saída, um outro plano, já que não queria ir para a área de física médica.

Cheguei em casa e já comecei a pesquisar sobre o mercado financeiro. Fui ao LinkedIn, pesquisei “físico mercado financeiro”, me deparei com o perfil de um trader que gentilmente respondeu minha mensagem. No dia seguinte, ele já estava conversando comigo no Skype e falando tudo sobre como era ser um day trader.

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A partir daí, comecei a estudar e pesquisar muito sobre o tema. Ali estava a saída para não seguir a faculdade que tinha escolhido.

Em meio às provas finais, um banco me ligou e eu tive a minha primeira entrevista de emprego agendada. Fui para São Paulo e fiz a seleção, sendo contratada para a área de tecnologia. Para mim, na época, parecia ótimo. Eu pensava: vou entrar no banco e depois irei para a área de traders.

Os anos foram passando e continuei na área de tecnologia. Ser trader acabou sendo um sonho guardado na gaveta. Sempre me dava desculpas, pensando: “o dia que tiver tempo vou estudar” ou “se tiver mais dinheiro, vou começar…”, entre outras justificativas furadas para não seguir o caminho profissional no mercado financeiro.

Claro que fiz cursos nessa época em que morava em São Paulo. Também fiz meus primeiros investimentos, comprando algumas ações. Mas nunca, de fato, estudava para obter o conhecimento necessário para investir. Era mais um “vamos ver no que vai dar”.

Até que um dia a rotina de bancária, o cansaço e a vida agitada da cidade grande me esgotaram e resolvi pedir demissão. Não tinha planos, não sabia o que ia fazer — sabia apenas que minha vida estava muito infeliz.

Assim, o plano de ser trader, que estava escondido, ressurgiu. Fui atrás de cursos e, finalmente, me dedicar ao trade. Muitos pensam que pedi demissão para ser trader. Mas a verdade é que eu nem tinha ideia do que iria fazer quando saí do banco.

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Como muitas pessoas, comecei a fazer vários cursos. Finalmente comecei a operar na conta real. Mas nada de ver resultados. Todo o dinheiro que peguei do acordo com o banco estava indo pelo ralo. Meus planos estavam dando totalmente errado.

Depois de gastar mais de R$ 30 mil em cursos, resolvi colocar um basta. Afinal, onde fica o fundo do poço? Sempre tive em mente que tudo o que faço tem que me gerar um resultado positivo para minha vida. Se não der, qual o sentido de continuar fazendo aquilo?

Foi aí que peguei o último dinheiro que tinha e resolvi investir em um curso de quase R$ 30 mil. Decidi que era o último curso que iria pagar. Se não desse resultado, iria desistir e procurar outra ocupação. Não teria mais dinheiro para continuar.

E, nessa época, já estava me questionando bastante se existia alguém que realmente vivesse de day trade. Porque, afinal de contas, ninguém é burro. E eu estava tentando de verdade, sem chegar a lugar nenhum com tudo aquilo.

Para minha surpresa, o último curso em que investi meu último dinheiro começou a dar resultados em quatro meses. Não que eu estivesse vivendo de trade, mas já estava conseguindo ganhar R$ 50, R$ 100 por dia e percebendo que tinha encontrado algo que estava funcionando.

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A verdade é que tive que aprender a ganhar pouco até chegar a ganhar mais de R$ 1.000 por dia.

Diferente de muitas pessoas, não troquei meu emprego pelo trade. Eu troquei minha infelicidade pela oportunidade de fazer o que realmente tinha vontade. Com isso, tudo começou a dar certo. Mas no começo foi difícil e quase perdi tudo que tinha na tentativa de aprender a forma certa de como ganhar dinheiro no mercado.

Espero que com esse trecho da minha história eu tenha conseguido mostrar para você que nem tudo são flores e que obter conhecimento adequado quase me custou todo dinheiro que eu tinha.

No começo, você não vai ganhar muito dinheiro. Vai ter que aprender a ganhar pouco antes de ganhar muito. Só se tem sucesso na vida quando você faz o que ama. Caso contrário, você irá viver infeliz.

 

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Ariane Campolim É influencer e produtora de conteúdo da XP

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