Ifix fecha dia no campo negativo; FII XPCM11 sobe 5% após reduzir vacância

Com o novo contrato de locação, a taxa de vacância do XP Corporate Macaé cai dos atuais 100% para 85%

Wellington Carvalho

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O Ifix – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 – fechou a sessão desta segunda-feira (12) com queda de 0,21%, aos 2.973 pontos. O fundo
Bluemacaw Renda+ FOF (BLMR11) liderou a lista das maiores altas do pregão, com elevação de 3,69%. Confira os demais destaques de hoje ao longo do Central de FIIs.

Entre os FIIs que não fazem parte do Ifix, um dos destaques foi o XP Corporate Macaé (XPCM11), que assinou contrato para a locação de seis conjuntos do edifício homônimo, localizado na cidade de Macaé, no Rio de Janeiro. As cotas do fundo subiram 5,56%

O espaço é o único imóvel da carteira do fundo e estava totalmente desocupado desde dezembro de 2020, quando a Petrobras (PETR4) rescindiu contrato com a carteira.

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Diante da vacância total do portfólio, o FII XP Corporate Macaé fechou 2021 com queda de 48%, a maior entre as carteiras que faziam parte do Ifix – índice dos fundos mais negociados na B3 – na época.

Para complicar ainda mais a situação do FII, o edifício Corporate Macaé, localizado na avenida Prefeito Aristeu Ferreira da Silva, no bairro Novo Cavaleiros, foi reavaliado no final do ano passado e teve o valor justo reduzido em 20%.

Os conjuntos recém-alugados – na semana passada – representam uma área bruta locável (ABL) de pouco mais de 3 mil metros quadrados e o contrato tem prazo de vigência de 60 meses, conforme aponta fato relevante divulgado na sexta-feira (9).

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Com a nova locação, o fundo reduz a taxa de vacância do portfólio de 100% para 85%.

A receita mensal bruta gerada pela locação – desconsiderando a correção monetária e despesas do fundo – é estimada em aproximadamente R$ 0,02 por cota.

Na próxima quinta-feira, o FII XP Corporate Macaé deposita R$ 0,12 por cota, equivalente a um retorno mensal com dividendos de 0,83%. O recurso distribuído ainda faz parte da multa rescisória paga pela Petrobras, antiga locatária do fundo.

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Maiores altas desta segunda-feira (12):

Ticker Nome Setor Variação (%)
BLMR11 Bluemacaw Renda+ FOF Títulos e Val. Mob. 3,69
SARE11 Santander Renda Híbrido 2,49
HGFF11 CSHG FoF Títulos e Val. Mob. 2,09
SNFF11 Suno FoF Outros 2,03
XPML11 XP Malls Shoppings 1,27

Maiores baixas desta segunda-feira (12):

Ticker Nome Setor Variação (%)
RCRB11 Rio Bravo Renda Corporativa Lajes Corporativas -3,02
GTWR11 Green Towers Lajes Corporativas -2,72
LVBI11 VBI Logístico Logística -2,06
CVBI11 VBI CRI Títulos e Val. Mob. -1,86
OUJP11 Ourinvest JPP Títulos e Val. Mob. -1,82

Fonte: B3

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ALZR11 conclui venda de imóvel em SP; PQAG11 prorroga contrato de locação com a Natura

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

FII Alianza Trust (ALZR11) conclui venda de imóvel por R$ 203 milhões

O FII Alianza Trust Renda Imobiliária conclui a venda de imóvel localizado na Avenida Nações Unidas, na capital paulista, locado para a Clariant Brasil, empresa do setor químico. O negócio foi iniciado em abril de 2022.

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De acordo com fato relevante divulgado na sexta-feira (9), o imóvel tem um terreno de aproximadamente 32,8 mil metros quadrados e área construída de 29 mil metros quadrados.

Pelo local, o fundo receberá R$ 203 milhões, sendo que o montante de R$ 89 milhões foi pago na semana passada. O saldo remanescente deverá ser quitado até o dia 10 de outubro de 2022.

Os gestores do FII Alianza Trust Renda Imobiliária ainda vão calcular o lucro da transação, que será divulgado posteriormente ao mercado e distribuído aos cotistas de acordo com o regulamente da carteira. O aluguel do imóvel vendido representava cerca de R$ 0,12 por cota na receita mensal do fundo.

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FII Parque Anhanguera (PQAG11) prorroga contrato de locação com a Natura

O FII Parque Anhanguera estendeu o prazo do contrato de locação de dois imóveis locados pelo fundo para a Natura Cosméticos, informou em comunicado ao mercado.

O prazo de vigência da locação dos edifícios Centro de Distribuição e Sede Administrativa – que inicialmente terminaria em fevereiro de 2032 – foi prorrogado para setembro de 2034.

Os espaços fazem parte do complexo Nasp, localizado na cidade de São Paulo (SP), que corresponde a um terreno de aproximadamente 112 mil metros quadrados. O local está totalmente ocupado.

Segundo os gestores, o prazo de locação do Edifício Anexo – também alugado para a Natura no complexo Nasp – permanece inalterado, com encerramento previsto para fevereiro de 2027.

Eles afirmam também que não foram feitas alterações nas demais cláusulas do contrato com a empresa.

Dividendos hoje

Confira quais fundos que distribuem rendimentos nesta segunda-feira (12):

Ticker Fundo Rendimento
HABT11 Habitat II  R$  1,03
RMAI11 REAG Multi Ativos Imobiliários  R$  0,26

Giro Imobiliário: mercado reduz mais expectativas para IPCA; como identificar FIIs com dividendos protegidos de deflação

Relatório Focus: expectativa de inflação continua em queda e a do PIB em alta

O mercado financeiro voltou a reduzir a expectativa de inflação para 2022 e 2023 e a elevar a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) tanto para este ano como para o próximo, mostram dados do Relatório Focus divulgados nesta segunda-feira (12) pelo Banco Central.

Foi a décima primeira semana consecutiva de queda na projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano e a quarta para o ano que vem. Para 2022, também são 11 semanas seguidas de projeções de alta para a estimativa do PIB em 2022 e a segunda alta prevista para o crescimento da economia em 2023.

Segundo as instituições financeiras consultadas semanalmente pelo BC, a expectativa para o IPCA deste ano passou de 6,61% há uma semana para 6,40%. Para 2023, a projeção recuou de 5,27% para 5,17%.

Pela segunda semana seguida, no entanto, a projeção do IPCA para 2024 subiu, de 3,43% na semana passada para 3,47% nesta semana.

FII de “papel” blindado da deflação? Como identificar os fundos com dividendos protegidos do IPCA negativo

A escolha de um fundo imobiliário de “papel” – que investe em recebíveis e títulos de renda fixa ligados ao setor imobiliário – exigiu menos esforço do investidor nos últimos anos. Diante da inflação e dos juros elevados, a maior parte das carteiras desse tipo entregou dividendos turbinados no período sem grandes dificuldades.

Com o IPCA negativo em julho e agosto, porém, o cenário mudou. “Em geral o impacto da deflação em fundos de recebíveis é negativa”, avalia Gabriel Fiorillo Nunes Pereira, sócio e head de fundos imobiliários da Acqua Vero Investimentos. “A tendência é uma redução dos dividendos distribuídos, embora isso dependa das características de cada fundo”.

Agora, se faz necessária uma análise mais detalhada das carteiras. Aspectos como proteção contra deflação e reservas acumuladas pelos FIIs devem entrar no radar do investidor.

Os FIIs de “papel” costumam comprar títulos como certificados de recebíveis imobiliários (CRIs). Na prática, as empresas do segmento imobiliário “empacotam” receitas futuras que têm para receber – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos, por exemplo – no formato de CRIs, vendidos aos investidores. Em geral, o papel embute um rendimento prefixado e a correção monetária por um indicador, que normalmente é a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) ou o IPCA.

Nos últimos anos, a rentabilidade dos FIIs de “papel” acompanhou a elevação dos preços e dos juros no País e os fundos chegaram a ostentar valorização de quase 30% em 12 meses.

Em agosto, porém, o IPCA registrou deflação de 0,36%, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em julho, o índice já havia registrado resultado negativo de 0,68%, acendendo uma luz amarela entre os investidores de fundos de “papel”. E assim como os rendimentos dos CRIs comprados pelos FIIs de “papel” são reajustados para cima quando o indicador aponta avanço nos preços, também são revisados para baixo quando o contrário acontece.

Diante da correlação dos FIIs de recebíveis com os indicadores macroeconômicos, Pereira, da Acqua Vero, recomenda ao investidor que tem fundos de “papel” ou que pretende adquirir essas carteiras atenção redobrada com as características dos portfólios.

“Um fator muito importante é o quanto do patrimônio do fundo está indexado a índices de inflação e à taxa do CDI”, pontua. “Outros fatores que devem ser considerados são os resultados e correção monetária acumulados e não distribuídos, além da quantidade de títulos com proteção contra a deflação”, detalha.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.