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Cada vez mais pessoas estão deixando de lado a praticidade da poupança, em busca de mais rentabilidade. A caderneta registrou, em março, mais um período de retiradas líquidas, após os expressivos saques de janeiro e fevereiro. Dados divulgados nesta quinta-feira (6), pelo Banco Central, mostram que as retiradas superaram as aplicações em R$ 6,087 bilhões no mês passado, em um contexto de juros elevados, economia com ritmo fraco de crescimento, inflação e aumento do endividamento da população.
Em março, foram aplicados na poupança R$ 327,659 bilhões, enquanto R$ 333,746 bilhões foram sacados pelos brasileiros. Considerando o rendimento de R$ 5,542 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 967,495 bilhões ao final do mês.
A caderneta de poupança teve o pior resultado da história em 2022, em um cenário de endividamento recorde, juros em dois dígitos, inflação alta e renda comprimida. A retirada líquida foi de R$ 103,237 bilhões no ano passado, quase o dobro do saque registrado em todo ano de 2015 (-R$ 53,567 bilhões), que até então tinha sido o ano mais negativo da série histórica do Banco Central, iniciada em 1995.
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Em 2022, foram colocados na poupança R$ 3,632 trilhões, enquanto R$3,735 trilhões foram retirados. Considerando o rendimento de R$ 71,582 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 998,943 bilhões no fim do ano, contra 1,031 trilhão no ano anterior.
Em 2021, o resultado da caderneta já havia sido negativo, com retiradas líquidas de R$ 35,497 bilhões, agora o quarto pior desempenho da história. Em 2020, por sua vez, houve recorde positivo, em meio ao pagamento de auxílio emergencial e à maior tendência das famílias de guardarem dinheiro no início da pandemia de Covid-19.
Trimestre
No acumulado do primeiro trimestre de 2023, a poupança teve perdas de R$ 51,232 bilhões. Em janeiro, houve saques líquidos de R$ 33,630 bilhões, o maior volume de perdas de recursos para qualquer mês na série histórica da aplicação, iniciada em 1995.
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O valor foi sucedido pela retirada de R$ 11,515 bilhões em fevereiro.
Com a taxa Selic a 13,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), atualmente em 0,24% ao mês (2,01% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita pela TR mais 70% da taxa básica de juros.
Ex-queridinha, mas ainda forte
Uma pequena fortuna de mais de R$ 930 bilhões é mantida pelos brasileiros em quase 240 milhões de contas de poupança. Se já era considerada pouco atrativa no passado, agora – com os juros estacionados no patamar de 13,75% ao ano – a caderneta é vista como um investimento ainda pior.
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Afinal, enquanto as aplicações de renda fixa em geral oferecem juros maiores quando a Selic sobe, a poupança mantém sua remuneração clássica: 0,50% ao mês, mais a variação da TR (Taxa Referencial). Veja quanto renderia o dinheiro esquecido nas contas e o depositado em poupança, se estivesse aplicado em outros produtos de renda fixa.
(com informações do Estadão Conteúdo)