PATC11 não desiste e refaz proposta para compra de imóvel do FII de escritório BMLC11; Ifix fecha em alta

Confira ainda: mordida da deflação nos FIIs de "papel", TRNT11 prevê aumento de 3,9% na receita e CARE11 avança na exploração de cemitérios em SP

Wellington Carvalho

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O FII Pátria Edifícios Corporativos (PATC11) refez a oferta para a compra de um dos andares do Brascan Century Corporate, imóvel localizado no Itaim Bibi, em São Paulo (SP), que pertence ao FII BM Brascan Lajes Corporativas (BMLC11).

Na segunda-feira (10), o BMLC11 havia descartado a proposta original feita pelo PATC11 – menor do que a do outro interessado no imóvel – o Grupo Náutica Comunicação, conforme o InfoMoney noticiou.

Inicialmente, o Pátria Edifícios Corporativos estava disposto a pagar R$ 17,43 milhões pelos pavimentos 2 e 15 do imóvel. O valor representaria R$ 12.000 por metro quadrado – 14,5% acima do atual preço justo estimado.

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Na nova oferta, o fundo focou apenas no segundo andar do Brascan Century Corporate, oferecendo o montante de R$ 8,719 milhões pelo espaço. Na teoria, a proposta do PATC11 não entra em conflito com a do Grupo Náutica, interessado apenas no pavimento 15 do edifício.

Diante disso, o FII BM Brascan Lajes Corporativas sinaliza que convocará uma assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir com os cotistas as duas propostas recebidas pelo fundo.

O Grupo Náutica havia oferecido R$ 9,16 milhões pelo pavimento 15 do edifício localizado em São Paulo, o equivalente a R$ 12.600 por metro quadrado – e 20,2% superior ao atual preço justo do espaço estimado em laudo de avaliação.

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Além dos pavimentos 2 e 15 do Brascan Century Corporate, o portfólio do (BMLC11) é composto por quatro andares do Torre Rio Sul, em Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ).

Ifix hoje

O Ifix – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 – fechou a sessão desta terça-feira (11) com alta de 0,05%, aos 2.999 pontos. O fundo Vinci Offices(VINO11) liderou a lista das maiores altas do pregão, com elevação de 2,82%. Confira os demais destaques de hoje:

Maiores altas desta terça-feira (11):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
VINO11 Vinci Offices Lajes Corporativas 2,82
LVBI11 VBI Logístico Logística 2,1
BRCR11 BC FUND Híbrido 1,92
VTLT11 Votorantim Logística Logística 1,87
GGRC11 GGR Covepi Renda Logística 1,7

Maiores baixas desta terça-feira (11):

Ticker Nome Setor Variação (%)
RVBI11 VBI Reits Títulos e Val. Mob. -2,49
HSLG11 HSI Logística Logística -2,28
BLMG11 Bluemacaw Logística Logística -1,99
CVBI11 VBI CRI Títulos e Val. Mob. -1,9
RBRR11 RBR Rendimento High Grade Títulos e Val. Mob. -1,86

Fonte: B3

TRNT11 prevê aumento de 3,9% na receita do fundo; CARE11 avança na exploração de cemitérios em São Paulo

Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:

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TRNT11 assina com novo locatário e prevê aumento de 3,9% na receita do fundo

O FII Torre Norte assinou contrato com a Oliveira Trust Servicer – empresa do setor financeiro – para a locação de parte dos conjuntos N-1101 e N-1102, no 11º andar do edifício homônimo do fundo, localizado na Avenida das Nações Unidas, em São Paulo (SP).

A nova locação tem um prazo de cinco anos e elevará a receita imobiliária da carteira em aproximadamente 3,9%, aponta fato relevante divulgado pelo fundo.

No mês passado, a fundo distribuiu R$ 0,27 por cota, equivalente a um retorno com dividendos de 0,24% no período. Em 12 meses, o percentual está em 3,99%.

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O TRNT11 é proprietário de 100% do Torre Norte, que integra o Centro Empresarial Nações Unidas, na capital paulista. O espaço possui 34 andares e tem uma área bruta locável (ABL) de 62 mil metros quadrados.

De acordo com o último relatório gerencial, a taxa de vacância do fundo está em 46,6%.

CARE11 avança na exploração de cemitérios em São Paulo

O consórcio Cortel SP deverá assinar na próxima sexta-feira (14) o contrato para a exploração de cinco cemitérios na capital paulista, aponta comunicado do FII Brazilian Graveyard And Death Care – que tem 20,24% de participação na Cortel, empresa que liderou o grupo que arrematou a concessão do serviço.

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De acordo com o documento, o consórcio já desembolsou os R$ 200 milhões previstos no processo de concorrência, que concedeu ao grupo o direito de exploração dos cemitérios do Araça, Dom Bosco, Santo Amaro, São Paulo e Vila Nova Cachoeirinha.

Além do CARE11, o consórcio conta também com a participação do Zion Capital (ZIFF11) e do Mérito Desenvolvimento Imobiliário (MFII11), que recentemente adquiriu participação de 35% na Cortel SP.

Primeiro fundo imobiliário focado no segmento de cuidados com a morte, o Brazilian Graveyard atua na comercialização de cessões de direito de uso de jazigos temporários e perpétuos, cremações, serviços e planos funerários, além da cremação de animais.

Leia mais:

Dividendos hoje

Confira quais fundos distribuem rendimentos nesta terça-feira (11):

Ticker Fundo Rendimento
HABT11 Habitat II R$ 1,00

Giro Imobiliário: IPCA registra terceira resultado mensal negativo; mordida da deflação nos FIIs de “papel”

IPCA cai 0,29% em setembro e registra terceira deflação mensal consecutiva

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) caiu 0,29% em setembro na comparação com agosto e acumulou a terceira deflação mensal consecutiva. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses desacelerou de 8,73% para 7,17%%. No ano, a inflação recuou de 4,39% para 4,09%.

A queda em setembro foi a deflação mais intensa para o mês da série histórica do indicador, iniciada em janeiro de 1980 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A queda veio um pouco menos forte que expectativa do mercado, que era de uma deflação de 0,34% no mês e uma desaceleração do IPCA para 7,10% em 12 meses, segundo o consenso Refinitiv.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, quatro tiveram queda em setembro. Apesar de recuar menos do que no mês anterior (-3,37%), o grupo dos Transportes (-1,98%) contribuiu novamente com o impacto negativo mais intenso sobre o IPCA do mês: -0,41 ponto percentual (p.p.). Na sequência vieram Comunicação (-2,08%) e Alimentação e bebidas (-0,51%), ambos com -0,11 p.p.

Mordida da deflação: dividendos de FIIs de “papel” caem até 88% após três meses de IPCA negativo

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou em setembro mais um resultado negativo e elevou a preocupação dos investidores de fundos imobiliários de recebíveis – também conhecidos como fundos de “papel”. Nos três meses de deflação, entre julho e setembro, esses FIIs reduziram a distribuição de dividendos em até 88%.

Se o impacto do IPCA já era esperado, a duração do período de deflação surpreendeu analistas, que ainda enxergam espaço para novas quedas nos rendimentos dos fundos.

Em setembro, o IPCA fechou com uma taxa negativa de 0,29%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o terceiro mês consecutivo de deflação. Em agosto, o indicador ficou em -0,36% e, em julho, -0,68%. Os números não são nada bons para parte dos fundos imobiliários.

Em agosto, levantamento da Guide Investimentos listou os 19 FIIs mais sensíveis às variações do IPCA e que poderiam ser afetados pela deflação nos meses seguintes. Parte considerável dos investimentos realizados por esses fundos estava indexada ao índice de inflação do IBGE – e, por isso, estimava-se que resultados negativos do indicador reduziriam os dividendos.

E de fato isso acabou ocorrendo. Um exemplo é o Vectis Juros Real (VCJR11) que distribuiu R$ 1,30 por cota em julho e, em outubro, repassou R$ 0,15 por cota – uma queda de 88%.

Os FIIs Kinea Índices de Preços (KNIP11) e Kinea High Yield (KNHY11) – cuja exposição ao IPCA chegava a 90% da carteira – reduziram os dividendos em 77% e 71%, respectivamente.

Confira a lista completa, que aponta o histórico de pagamentos e a variação dos dividendos repassado em julho e outubro (ou setembro, caso o FII ainda não tenha anunciado os rendimentos deste mês).

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.