FII de “papel” deixa 107 mil investidores sem dividendos pelo terceiro mês seguido

HCTR11 e VSLH11 mantêm volume de dividendos do mês passado, que tinha sido reduzido; cotistas do DEVA11 têm alívio em maio

Wellington Carvalho

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O FII Tordesilhas EI (TORD11) comunicou o mercado na tarde desta segunda-feira (8) que mais uma vez não distribuirá dividendos aos seus mais de 107 mil cotistas. O último repasse feito pelo fundo ocorreu em fevereiro – referente aos resultados de janeiro.

“[A administradora e a gestora do FII] servem-se do presente para informar aos cotistas e ao mercado geral que não haverá distribuição de rendimentos [em maio] referente ao mês de abril de 2023”, destaca o comunicado do fundo.

Do tipo híbrido – que investe em mais de uma classe de ativos –, o TORD11 tem priorizado a manutenção de caixa para “suprir necessidades de capital dos atuais investimentos da carteira que ainda não geram receita”, aponta relatório gerencial do fundo.

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Atualmente, 42,2% do portfólio do Tordesilhas EI está concentrado em equities – participação do fundo no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários para a futura venda de unidades ou cotas.

O TORD11 também chegou a sinalizar nos últimos meses que a redução no volume de vendas e o aumento na quantidade de distratos – devolução dos imóveis – prejudicaram a operação do fundo e, consequentemente, a distribuição de dividendos, como mostra a página da carteira no InfoMoney.

Fonte: InfoMoney

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Dividendos do HTCR11, VSLH11 e DEVA11

Outros três fundos – que reduziram dividendos em abril – também anunciaram rendimentos na tarde desta segunda-feira (8). De acordo com os comunicados, em dois casos, o patamar de proventos do mês passado foi mantido para maio.

O Hectare CE (HCTR11) pagará no próximo dia 17 o montante de R$ 0,50 por cota – O valor é o mesmo de abril, mas abaixo dos R$ 0,70 de março e do R$ 1,00 de fevereiro. Em janeiro, o fundo pagou aos investidores R$ 1,10 por cota.

O Versalhes RI (VSLH11) depositará os mesmos R$ 0,03 por cota pagos no mês passado, metade do rendimento observado em março – que já estava bem abaixo do montante distribuído no ano passado, que chegou a R$ 0,14 por cota.

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Já os investidores do Devant Recebíveis (DEVA11) respiram um pouco mais aliviados. Após o corte anunciado em abril, o fundo pagará R$ 0,85 por cota – acima do dividendo de R$ 0,70 do mês anterior.

Na semana passada, os três fundos comunicaram ao mercado a intenção de executar as garantias de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) inadimplentes da Gramado Parks, empresa de turismo que está em recuperação judicial. O problema tem derrubado as cotações das carteiras nas últimas semanas.

Em meio à inadimplência de uma série de CRIs (certificados de recebíveis imobiliários), o Versalhes (VSLH11) recuou quase 24% no mês passado – a maior queda do período. O Hectare CE (HCTR11), e o Devant (DEVA11), que também já haviam figurado na lista de piores resultados de março, tiveram quedas entre -13% e -17% agora em abril.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.