Três criptomoedas disparam 100% em 1 mês e reacendem esperança de “verão cripto”

Alta do Bitcoin, lançamento de novos serviços, atualizações e previsões otimistas estão por trás da valorização

Lucas Gabriel Marins

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Após longo “inverno” ao longo de 2022, o setor de criptoativos parece pronto para uma nova temporada de disparadas repentinas, como as vistas há dois anos – no “verão” dos ativos digitais.

Um dos sinais apareceu em fortes altas de três criptomoedas menores que o Bitcoin (BTC): a Solana (SOL) e o FTX Token (FTT), ligados à exchange falida FTX, e a Chainlink (LINK).

A SOL decolou 113% em 30 dias e bateu US$ 47,45 na manhã desta quinta-feira (9), preço que não era visto desde o segundo trimestre de 2022, e o FTT pulou 100%, para US$ 2,61. Já o LINK acumula valorização de 102% no período, para US$ 14,84, patamar que foi alcançado pela última vez no início do ano passado. Os dados são do agregador CoinMarketCap.

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O movimento até ofusca a valorização relevante do Bitcoin em 2023, que está no meio de um rali puxado pelo otimismo com o possível lançamento de um ETF (fundo de índice) norte-americano com exposição direta à moeda. No entanto, se o BTC levou o ano inteiro para dobrar de preço, SOL, LINK e FTT fizeram o mesmo em apenas um mês.

Parte da disparada dos tokens se deve à alta do Bitcoin – quando a moeda líder sobe, leva junto parte da indústria cripto, que volta a atingir valor de US$ 1,38 trilhão. No entanto, lançamentos de novos serviços, atualizações, previsões otimistas e recuperações também puxaram o desempenho das criptomoedas.

FTT: o retorno da FTX

A FTT vinha mostrando sinais de recuperação nos últimos dias em meio ao avanço do processo de falência da empresa e o fim do julgamento de seu fundador, Sam Bankman-Fried. No entanto, o token decolou mesmo foi hoje (90% em um dia) após Gary Gensler, presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC, sinalizar uma possível reabertura do negócio.

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Vários grupos estão tentando assumir o controle da FTX, inclusive o ex-presidente da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), Tom Farley.  Ao falar para a CNBC a respeito do tema, Gensler disse o seguinte: “Se Tom ou qualquer outra pessoa quisesse estar neste campo, eu diria: ‘Faça isso dentro da lei'”.

Além disso, Gensler deu dicas para quem for assumir a corretora. Ele falou que é ideal “construir a confiança dos investidores” e garantir que “está fazendo as divulgações adequadas” e “não está misturando todas essas funções, negociando contra seus clientes”. A FTX usava indevidamente fundos dos usuários.

Solana: explosão de 7.000%

No caso da Solana, apesar de a criptomoeda ser ligada à FTX, a alta não está ligada diretamente à possível recuperação da empresa, mas sim a endossos positivos e a melhorias em sua plataforma.

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No mês passado, a gestora de ativos americana VanEck publicou um relatório no qual detalhava um cenário que poderia fazer a SOL subir 7.000% até 2030, batendo nos US$ 3.200. O prognóstico otimista foi baseado na ideia de que o ecossistema da cripto pode acomodar aplicações com mais de 100 milhões de usuários.

“A Solana é um projeto infinitamente fascinante que está comprometido em melhorar a experiência do usuário, indo além do que é possível em uma blockchain“, escreveram  Patrick Bush, analista sênior de investimentos de ativos digitais, e Matthew Sigel, head de pesquisa de ativos digitais.

Jorge Souto, gestor do TC Digital Assets, lembrou que a Solana foi uma das criptomoedas mais penalizadas com o colapso da FTX no ano passado, mas conseguiu se recuperar. A fundação por trás do projeto tinha participação na exchange e tokens FTT.

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“Mesmo com todos os problemas, muitos times continuaram construindo na Solana. Além disso,  ela tem um design muito específico que torna possível alguns casos de uso que são mais difíceis em blockchains EVM (do Ethereum). Apesar do rali, ainda vemos bastante upside no ativo, mas o júri ainda está aberto se veremos novas máximas históricas”, avalia.

Chainlink: a aposta dos institucionais

Já a alta do LINK, segundo analistas, está associada a mudanças em sua blockchain, aumento da demanda, além de parcerias com empresas importantes do mercado financeiro. Recentemente, a Vodafone (uma importante empresa de telecomunicações da Europa) começou a usar o protocolo da Chainlink.

No final da semana passada, em meio à alta, um produto regulamentado que permite aos investidores norte-americanos obter exposição ao LINK chegou a ser negociado com prêmio de 200% em relação aos preços à vista, sugerindo também demanda institucional.

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“A subida da criptomoeda é uma tendência e ela é a favorita no mercado financeiro entre os traders”, disse Giorgio Toniolo, CPO da Coinlivre.

Já Mychel Mendes, fundador da Escola de Cripto, destaca que a Chainlink mudou recentemente sua tokenomia (economia do token), “o que deve levar mais utilidade para o token LINK e para o staking (método de renda passiva) do projeto”, que também passou por mudanças.

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Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney