XP pode atingir 15% do mercado de investimentos no Brasil até 2026, afirma CEO

Thiago Maffra reforçou que o foco da XP será na expansão de alta renda, segmento com um potencial de 30 milhões de novos clientes

Mitchel Diniz

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Em encontro com investidores na manhã desta sexta-feira (8), o CEO da XP, Thiago Maffra, afirmou que a instituição financeira poderá atingir participação de 14% a 15% do mercado de investimentos no Brasil até 2026. “Queremos dominar o mercado de investimentos no Brasil. Isso significa que precisamos duplicar nossa fatia de mercado”, afirmou o executivo. Nos doze meses até o final do último mês de setembro, o market share da instituição financeira estava em 11%.

“Estamos no meio de uma tempestade e precisaremos de mais tempo até que investidores passem de depósito a prazo para portfólios mais diversificados, mas acreditamos que o pior ficou para trás”, disse.

Segundo o executivo, nos últimos 12 meses, provavelmente a XP ganhou de 40 a 50 pontos base de market share. “Dois anos atrás, costumávamos ganhar mais de 100 pontos base por ano”, lembra.

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Os executivos explicaram que mais de 70% dos investimentos estão nos grandes bancos, que ainda oferecem poucas opções de produtos financeiros por não darem prioridade ao segmento e seguirem focados na concessão de crédito.

Maffra reforçou que o core business da XP, que é a área de investimentos, tem como principal alvo a expansão na alta renda, segmento com um potencial de 30 milhões de novos clientes. “Vamos continuar ganhando fatia de mercado por meio de assessoria de alta qualidade”, disse.

Thiago Maffra, CEO da XP (Vivian Koblinsky)

O executivo explica que a qualidade da prestação de serviços financeiros é a terceira onda de evolução da XP, após as etapas de diversificação de produtos e a ampliação de distribuição, com 17 mil consultores financeiros em todos os canais. “Hoje nossos concorrentes estão tentando copiar o que nós fizemos, mas já passamos para além disso. Passamos por uma terceira onda de evolução, de qualidade, que é chave para se diferenciar de grandes brancos e outras plataformas”.

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No pilar de venda cruzada de outros produtos no varejo, Maffra destacou o objetivo de ganhar share pela via de criação de “engajamento de alta qualidade”. “Estamos desenvolvendo mais produtos para ajudar o cliente em suas vidas financeiras tornado a XP sua instituição primária de relacionamento”, disse Maffra.

O CEO acredita que as vendas cruzadas poderão gerar receita adicional de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões até 2026. “Esses novos produtos expandem nosso mercado abordável e trazem mais resiliência, já que são menos correlacionados aos preços de mercado dos ativos”.

O cartão de crédito é o produto de venda cruzada mais bem sucedido da XP, com penetração de 20%. O CEO reconhece que o percentual ainda é baixo comparado ao de bancos incumbentes e que há “um longo caminho pela frente”.

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Leia mais: Estratégia para atrair recursos de clientes em “bancões” ajudou XP a enfrentar cenário adverso em investimentos

Maffra também afirmou que a instituição financeira quer criar soluções de alta qualidade para clientes corporativos, destacando pequenas e médias empresas. “Eles não são bem servidos pelos bancos e representam uma grande oportunidade para a XP em termos de disrupção e penetração”.

A XP prevê que as receitas de corporate e pequenos e médios negócios – onde a penetração da empresa ainda é baixa – cresçam de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões até 2026.

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“O segmento corporativo e de pequenas e médias empresas é muito grande e está pronto para a disrupção, por meio das mesmas inovações e abordagens que permitiram que nós conseguíssemos inovar na indústria de investimento de varejo”, disse Maffra.

Novo guidance

Contando com as expectativas de incremento de receita apresentadas durante o investor day, a XP soltou projeções para o ano de 2026. Assim, a instituição financeira passou a prever receita bruta entre R$ 22,8 bilhões e R$ 26,8 bilhões no período. Nos doze meses até setembro deste ano, a cifra acumulada foi de R$ 14,8 bilhões.

A XP também espera alcançar margem EBT (de lucro antes de impostos) entre 30% e 34% em 2026. Nos doze meses encerrados no terceiro trimestre, esse percentual estava em 26%.

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“O que pode dar errado e nosso guidance não ser atingido é a macroeconomia continuar como está hoje. É a principal preocupação, mas não achamos que vai acontecer”, afirmou Bruno Constantino, CFO da XP. Segundo ele, a empresa mantém visão cautelosa sobre a economia. “Acho que estamos em boa forma para entregar o guidance que prometemos”.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados