Petroleira YPF tem recomendação elevada por Goldman Sachs com vitória de Milei e expectativas de privatização

O banco destacou a possibilidade de mudanças na política de preços, em busca da paridade interacional

Camille Bocanegra

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A petroleira argentina YPF esteve no centro dos debates nas eleições argentinas, vencidas por Javier Milei. Em pauta, está a privatização da companhia, cujos papéis avançaram 40% na bolsa de NY quando o presidente eleito reiterou a intenção de desestatizar. 

Para o Goldman Sachs, mesmo na estrutura atual, a petroleira já oferece melhores perspectivas do que antes, uma vez que a mudança de governo pode direcionar aumento no focos dos investidores na geração futura de fluxo livre de caixa (FCF).

Na análise, o banco elevou a recomendação para neutra, com preço-alvo revisado para US$ 17,10 dos US$ 8,50 anteriores, e considera que possível que a empresa apresente cerca de 6% de crescimento de produção consolidado em 2024.

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“A mudança de governo na Argentina poderia levar a uma reavaliação do nome em um cenário em que a nova administração está menos envolvida (em comparação com a anterior). Além disso, com a plataforma do novo presidente, os investidores provavelmente estão cada vez mais buscando precificar uma empresa que opera potencialmente com um foco aumentado na geração de caixa em vez de queima de caixa para financiar os investimentos”, sugere o banco.

A análise destaca que o atual múltiplo entre o valor da companhia (EV) sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA, na sigla em inglês) está em 3 vezes e alinhado com os pares considerados, como Petrobras (PETR4) e Ecopetrol. A projeção é que novas políticas impactem positivamente a companhia e que as estimativas atuais estejam até mesmo subestimadas.

Há, por enquanto, pouca visibilidade em relação às políticas que serão adotadas para a companhia, mas a possibilidade de busca pela paridade internacional (algo que é projetado por analistas) significaria aumento do preço do petróleo em cerca de US$ 6-7 o barril, no mercado doméstico.

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O avanço poderia trazer uma melhoria de US$ 3,00 no EBITDA por barril e, considerando que cerca de 50% da produção da empresa é em petróleo, isso se traduziria em um aumento de aproximadamente US$ 550 a 650 milhões no EBITDA consolidado da empresa.

“Além disso, reconhecemos a expectativa da empresa de dobrar sua produção de petróleo até 2027 (em comparação com 2022), com uma contribuição crescente da produção não convencional em relação à produção convencional”, destaca.

Como potencial negativo, o banco destacou que o avanço para apoiar a convergência do preço do petróleo bruto aos preços interacionais poderia resultar em aumento de preços significativos no mercado doméstico e prejuízo aos volumes.

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