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Ibovespa sobe 1,20%, supera os 124 mil pontos e renova máximas desde 2021, com fiscal no Brasil e Treasuries; dólar avança 0,17%

Sinalizações de que o governo brasileiro não alterará a meta fiscal para o próximo ano trouxe alívio para o índice local

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 1,20% nesta quinta-feira (16), aos 124.639 pontos, renovando a máxima do ano e no seu maior patamar desde o dia 29 de julho de 2021. Hoje, além de surfar na continuação do arrefecimento dos treasuries yields (rendimento dos títulos americanos), o principal índice da Bolsa brasileira foi impulsionado também por notícias locais.

O relator do Orçamento de 2024 na Câmara, o deputado pelo União Brasil do Ceará Danilo Forte, falou em entrevista após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros que a meta de déficit zero em 2024 está mantida. Já Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, expôs logo após que “não há iniciativa do governo para alterar a meta”.

As sinalizações afastaram, parcialmente, o risco fiscal que havia surgido em meio às últimas falas do presidente da República. No final de outubro, Lula disse que um “déficit de 0,25% ou 0,5% não seria problema” e que o mercado, às vezes, é “muito ganancioso”.

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“O mercado por aqui está otimista com a decisão do governo de manter a meta de déficit zero na PLDO do ano que vem, além de manter o arcabouço fiscal”, fala Fabio Louzada, analista CNPI e fundador da Eu me banco.

O Ibovespa, por isso, destoou do exterior na volta do feriado de 15 de novembro, com ajustes e apresentando uma alta mais forte do que seus pares. O índice contou também com uma ajuda vinda de fora para subir.

Após os dados da inflação ao consumidor afastarem o temor de uma nova alta dos juros, na terça, hoje foi a vez do número de pedidos de seguro desemprego vir além do esperado, em 231 mil, contra 220 do consenso. Os treasuries yields, então, voltaram a cair, com o para dez anos perdendo 8,8 pontos-base, a 4,449%, após uma leve alta na véspera.

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“A inflação ao produtor nos Estados Unidos, divulgada nessa quarta-feira registrou a maior queda mensal desde abril de 2020, confirmando a leitura do indicador de preços ao consumidor divulgado na terça-feira, ambos apontando para uma perspectiva de desaceleração na inflação do país”, diz Diego Costa, head de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio.

“Hoje, os pedidos de seguro-desemprego ficaram acima das expectativas, e a produção industrial recuou mais do que o esperado. Com a projeção de maior controle nos preços, as apostas agora no CME Group são de 100% para a manutenção dos juros no encontro do Fomc, no dia 13 de dezembro”, acrescenta.

As sinalizações de que a economia dos Estados Unidos está desaquecendo permitiu o S&P 500 e o Nasdaq, índices que têm maior participação de empresas de crescimento, a fecharem em altas de 0,12% e 0,07%. O Dow Jones, que tem maior participação de companhias da economia real, no entanto, caiu 0,13%.

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No Brasil, a curva de juros acompanhou a americana. Os DIs para 2025 perderam 5,5 pontos-base, a 10,50%, e os para 2027, nove pontos, a 10,32%. As taxas dos contratos para 2029 e 2031 recuaram nove pontos ambas, a 10,73% e 10,93%.

Algo parecido aos Estados Unidos aconteceu também no comportamento dos ativos de risco. Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram companhias de crescimento e ligadas ao mercado interno. Os papéis ordinários do Magazine Luiza (MGLU3) e do Grupo Casas Bahia subiram, respectivamente, 24,43% e 11,54%.

Do outro lado, ficaram as empresas de commodities. As ações ordinárias da Petrobras (PETR3), por exemplo, tiveram baixa de 2,07%, acompanhando o recuo de 4,62% do barril Brent, que foi a US$ 77,43, no seu maior nível desde junho, na esteira dos sinais de enfraquecimento das economias mundo afora.

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O recuo forte do petróleo, no entanto, explica também, em parte, a alta de 0,17% do dólar, que foi a R$ 4,87 na compra e na venda. A commodity é importante para a balança comercial brasileira e sua queda pode diminuir a quantidade de dólares que entra no país.

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