Ações do Magalu (MGLU3) saltam 24% e das Casas Bahia (BHIA3) sobem 11%, liderando ganhos do Ibovespa

Na sessão após repercussão do balanço, papéis MGLU3 registram fortes ganhos, também impulsionados por alívio na curva de juros futuros

Equipe InfoMoney

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Uma sessão após a repercussão do balanço do terceiro trimestre de 2023 (3T23), que foi ofuscado pelas incorreções contábeis que afetaram o seu patrimônio líquido em cerca de R$ 830 milhões, as ações do Magazine Luiza (MGLU3) tiveram um dia de disparada. Os ativos saltaram 24,43%, a R$ 2,19, na sessão desta quinta-feira (16); no mês, os ganhos beiram os 65%.

Parte da alta pode ser explicada pela nova sessão de alívio nos juros futuros, que também impulsionou as ações de outras varejistas e empresas de consumo, como Casas Bahia (BHIA3, R$ 0,58, +11,54%).

As taxas dos DIs deram continuidade nesta quinta-feira ao movimento mais recente de queda, em sintonia com o fechamento da curva de juros nos Estados Unidos, depois da divulgação de novos dados do mercado de trabalho, e com a indicação de que o governo Lula manterá a meta de resultado primário zero para 2024.

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Nas últimas dez sessões, as taxas futuras de juros caíram em sete delas, ficaram perto da estabilidade em duas e subiram em apenas uma. Neste retorno do feriado no Brasil, os DIs (Depósitos Interfinanceiros) seguiram reagindo aos dados mais recentes sobre a economia norte-americana.

Na terça-feira, as taxas futuras já haviam despencado após o Departamento do Trabalho divulgar números favoráveis sobre a inflação dos EUA.

Na quarta-feira, o Departamento do Comércio informou que as vendas no varejo caíram 0,1% em outubro, ante alta de 0,9% em setembro. Já o Departamento do Trabalho informou, também na quarta-feira, que o índice de preços ao produtor para a demanda final (PPI, na sigla em inglês) caiu 0,5% em outubro, na maior queda desde abril de 2020. Nesta quinta-feira, o Departamento do Trabalho relevou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 13.000 na semana encerrada em 11 de novembro, para 231.000 em dado com ajuste sazonal.

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Internamente, o noticiário também trouxe certo alívio às preocupações com o equilíbrio fiscal, o que favoreceu a redução de prêmios na curva a termo. O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou no fim da manhã que a equipe econômica mantém o objetivo trazer o déficit primário para patamar próximo de zero em 2024. Já o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União-CE), disse que seu relatório trará meta de déficit primário zero em 2024 e que o governo mantém este objetivo para o ano que vem.

Apesar das sinalizações sobre a manutenção da meta, o economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, avaliou em comentário enviado a clientes que o governo “tem pouca disposição para controlar as despesas, mas dificilmente escapará de fazer algum grau de contingenciamento, sob risco de desmoralizar completamente o arcabouço que ele mesmo promoveu”.

Mesmo com as quedas mais recentes, a curva a termo segue precificando cortes de apenas 0,50 ponto percentual da taxa básica Selic nos próximos dois encontros de política monetária do Banco Central, em dezembro e janeiro, como vem sendo sinalizado pela própria autarquia. Perto do fechamento a curva a termo precificava em 97% as chances de o corte da Selic em dezembro ser de 0,50 ponto percentual. Já as chances de corte de apenas 0,25 ponto percentual eram precificadas em 3%. Atualmente, a Selic está em 12,25% ao ano.

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No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,5%, ante 10,546% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,21%, ante 10,278% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,34%, ante 10,411%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,59%, ante 10,649%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,97%, ante 11,019%.

Às 16:39 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos US10YT=RR –referência global para decisões de investimento– caía 9,40 pontos-base, a 4,4433%.

Olhando especificamente para a empresa, em relatório de análise técnica durante a tarde, o Itaú BBA destacou recomendar a compra de MGLU3 com base nos seguintes pontos:

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“O MGLU3 superou a resistência importante em 2,08. Com este movimento, o ativo inicia uma tendência de alta no curto prazo e tem próximos objetivos em  R$ 2,70 e R$ 3,50”, aponta.

Já em caso de realização, o MGLU3 encontrará suportes em R$ 1,55 e R$ 1,40. “Com isso, recomendamos posicionar o stop loss um pouco abaixo de R$ 1,38”, destacou a análise.

(com Reuters)

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