FII de “papel” capta 0,21% do previsto em 1ª etapa da oferta de R$ 527 milhões; Ifix em queda

E mais: como ficam os dividendos dos fundos expostos ao IGP-M; Professor Baroni traça roteiro para 2ª rodada de valorização dos FIIs

Wellington Carvalho

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O FII Urca Prime Renda (URPR11) encerrou o período de preferência da oitava emissão de cotas do fundo na última sexta-feira (7), captando R$ 1,08 milhão, conforme aponta comunicado do fundo ao mercado.

O montante captado na primeira fase da oferta é equivalente a 0,21% do objetivo inicial da emissão, de R$ 527,5 milhões – a quarta maior do ano, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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Após o período de preferência – destinado aos atuais cotistas do fundo – a oferta entra na fase de subscrição para investidores qualificados, que começou nesta segunda-feira (10).

O valor unitário dos novos papéis do URPR11 foi fixado em R$ 100 e a taxa de distribuição ficou em R$ 5,50, totalizando um preço de subscrição de R$ 105,50 – acima da cotação atual do fundo na Bolsa.

No fechamento do dia, as cotas do Urca Prime foram negociadas a R$ 97,73, com alta de 0,48%. O valor patrimonial do fundo – espécie de valor justo – é de R$ 100,30 por cota.

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“Os recursos decorrentes da oferta serão destinados à aquisição de ativos imobiliários, ao pagamento dos custos e despesas da emissão e ao pagamento dos encargos do fundo previstos no Regulamento”, aponta fato relevante que anunciou a nova emissão.

Considerado um fundo de “papel”, o URPR11 investe em títulos de renda fixa atrelados a índices de inflação ou à taxa do CDI (certificados de depósitos interbancários).

Com 92,9 mil cotistas, o fundo tem atualmente um patrimônio líquido de R$ 1,17 bilhão, alocado principalmente em certificados de recebíveis imobiliários (CRI).

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De acordo com o último relatório gerencial, divulgado em março, 83,5% dos títulos são indexados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), 10,4% à taxa do CDI e 6,1%, ao IGPM.

Nos últimos anos, o Urca Prime Renda tem se destacado pelo volume de dividendos distribuídos aos cotistas. A carteira encerrou 2022 com um dividend yield (taxa de retorno com dividendos) de 16% e, em 2021, o percentual foi de 18%, o maior do período entre os principais FIIs do mercado.

Em julho, o URPR11 pagará aos investidores R$ 1,34 por cota, equivalente a um retorno mensal com dividendos de 1,36%. Em 12 meses, o percentual está em 15,81%, de acordo com o StatusInvest, plataforma de dados sobre o mercado financeiro.

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Ifix hoje:

Na sessão desta segunda-feira (10), o Ifix – índice dos FIIs mais negociados na Bolsa – fechou com alta de 0,30%, aos 3.181 pontos. Confira os demais destaques do dia.

Maiores altas desta segunda-feira (10):

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Ticker Nome Setor Variação (%)
HSAF11 HSI Ativos Financeiros Títulos e Val. Mob. 2,9
BLMG11 Bluemacaw Logística Logística 1,92
CPFF11 Capitânia Reit Híbrido 1,62
ALZR11 Alianza Trust Renda Logística 1,18
OUJP11 Ourinvest JPP Títulos e Val. Mob. 1,1

Maiores baixas desta segunda-feira (10):

Ticker Nome Setor Variação (%)
XPCI11 XP Crédito Imobiliário Títulos e Val. Mob. -4,02
TORD11 Tordesilhas EI Desenvolvimento -3,34
RBRP11 RBR Properties Híbrido -2,6
DEVA11 Devant Títulos e Val. Mob. -2,13
HCTR11 Hectare Títulos e Val. Mob. -1,98

Fonte: B3

Giro Imobiliário: como ficam os dividendos dos FIIs expostos ao IGP-M; Professor Baroni traça roteiro para 2ª rodada de valorização dos FIIs

FIIs 100% expostos ao IGP-M começam a repassar queda do índice; como ficam dividendos?

A deflação apurada pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) começa a chegar nas operações dos fundos imobiliários cujos contratos de locação têm o indicador como referência para o reajuste anual. A correção reduzirá os dividendos distribuídos por estes FIIs?

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No mês passado, o IGP-M registrou queda de 1,93%, após já ter recuado 1,84% em maio, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas. Em 2023, o índice acumula retração de 4,46% e, em 12 meses, baixa de 6,86%.

Estudo feito pela Economatica, plataforma de informações financeiras, a pedido do InfoMoney, listou os FIIs mais expostos ao IGP-M, ou seja, os fundos mais sensíveis à variação do índice.

De acordo com o levantamento, fundos como o Automony Edifícios Corporativos (AIEC11) e o Green Towers (GTWR11) têm até 100% da receita atrelada ao IGP-M. Confira a lista completa. 

Após três meses de ganhos, Professor Baroni traça roteiro para 2ª rodada de valorização dos FIIs

Uma das principais referências em análise de fundos imobiliários do país, Marcos Baroni, head de pesquisas sobre FIIs da Suno Research, avalia que o ‘mar de oportunidades’ que existia no mercado já passou, após o segmento acumular alta de mais de 12% nos últimos três meses.

Isso não quer dizer que já não é possível fazer bons negócios, acrescenta Professor Baroni, como é mais conhecido. Segundo ele, o investidor precisará a partir de agora ser mais seletivo já que o nível de descontos dos FIIs diminuiu na comparação com o primeiro trimestre do ano.

“Nós continuamos tendo ativos descontados, mas em uma magnitude muito menor”, explica. “[Para a sequência da tendência de alta] dependemos agora mais da macroeconomia”, completa.

Em entrevista ao InfoMoney, o especialista falou sobre a expectativa para o mercado de fundos imobiliários com a possibilidade cada vez mais próxima de um corte na Selic – considerado gatilho para destravar valor dos FIIs. Mas Baroni já projeta um cenário além da primeira redução da taxa.

“Todo mundo está olhando a primeira queda de juros e eu estou olhando, talvez, a sétima ou oitava queda de juros. A gente tem de olhar um pouco mais para frente”, diz.

Na avaliação do analista, apenas a sequência de cortes proporcionará as condições necessárias para a economia real se desenvolver e, consequentemente, beneficiar os fundos imobiliários – o que estimularia, nas palavras de Baroni, a segunda rodada de valorização dos FIIs.

Na entrevista, o especialista da Suno opinou também sobre a alavancagem [endividamento] dos fundos imobiliários, instrumento cada vez mais discutidos no mercado e que, em alguns casos, tem reduzido e até zerado o dividendo repassado aos cotistas.

O professor comenta ainda a volta das emissões dos FIIs que, segundo ele, veio até antes do esperado e trouxe um diferencial se comparada com outros períodos de muitas ofertas.

“Acho que o que há de mais positivo nessa nova fase das emissões que a gente está vendo agora é que os FIIs entraram definitivamente no radar dos grandes investidores”, reflete.

Confira os principais trechos da entrevista de Marcos Baroni ao InfoMoney.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.