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Após abrir o pregão perto da estabilidade, o Ifix – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3 – virou de mão e passou a apresentar leve queda durante a tarde desta terça-feira (3). No fim do dia, o indicador encerrou com recuo de 0,21%, aos 2.855 mil pontos.
A queda foi acompanhada pelo avanço dos juros futuros, que dispararam até o último minuto. No after hours, os contratos de maior liquidez eram negociados em alta de dois dígitos. O vencimento mais curto, janeiro de 2024, subia 22 pontos-base, a 13,74%.
Já os contratos vincendos em janeiro de 2025 subiam 31 pontos-base.
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O dia também foi mais uma vez negativo para o Ibovespa, que registrou queda de 2,08%, aos 104.165 pontos.
O cenário local pesou na conta novamente nesta terça-feira. A autonomia do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e os discursos destoantes em relação ao que é defendido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seguiram no radar dos investidores.
Nos últimos dias, o chefe do Executivo tem defendido o “cancelamento” de privatizações. Lula também chegou a dizer que o teto de gastos é uma “estupidez” e que irá revogá-lo.
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Declarações de outros membros da nova equipe do novo governo também repercutiram negativamente no mercado. Ao assumir o Ministério da Previdência, Carlos Lupi (PDT) afirmou considerar alto os juros do crédito consignado para aposentados do INSS e que alegou que a reforma da previdência serviu para tirar direitos.
Ao mesmo tempo, Haddad afirmou hoje que pretende iniciar a discussão com o Congresso Nacional sobre as medidas que julga prioritárias para “recolocar a economia brasileira no rumo certo” até o fim de abril. “Eu gostaria de, a partir de abril, mais para o final do mês, começar a discutir com o Congresso a reforma tributária e o novo arcabouço fiscal, que, no meu ponto de vista, podem e devem andar juntos”, salientou o novo ministro.
FIIs de “papel” respondem por 64% do volume captado nas ofertas de 2022
Em um ano em que a Selic avançou para 13,75% ao ano, investidores correram para ativos de renda fixa. O movimento, no entanto, não ficou restrito a títulos. Algumas classes de ativos que alocam em papéis de renda fixa também se beneficiaram ao longo de 2022.
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É o caso de fundos imobiliários de recebíveis, que também são conhecidos como FIIs de “papel”. Segundo levantamento dos analistas Daniel Marinelli e Matheus Oliveira, do BTG Pactual, produtos do tipo responderam por 64% do volume captado por fundos imobiliários no mercado primário ao longo de 2022.
Os FIIs de “papel” costumam comprar títulos como certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), espécie de pacote de receitas futuras das empresas do setor imobiliário – como aluguéis ou parcelas pela venda de apartamentos, por exemplo – vendido aos investidores.
Fundos que investem nas cadeias produtivas do agronegócio (Fiagros) com foco em papéis de dívida também tiveram presença significativa e responderam por cerca de 22% das captações de FIIs durante o mesmo período.
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Captações de FIIs no mercado primário em 2022 |
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Tipos de fundos | Captação por segmento |
Fundos de recebíveis imobiliários | 63,90% |
Fiagros com dívidas | 21,70% |
Fundos de galpões | 3,90% |
Híbridos | 3,80% |
Shoppings | 2,90% |
Outros | 3,80% |
Fonte: BTG Pactual
No ano, o estudo do BTG Pactual mostra que o mercado de fundos imobiliários apresentou captação total de R$ 18,3 bilhões, sendo que os períodos de maior volume foram registrados no segundo e no quarto trimestre do ano passado, com montantes de R$ 5,4 bilhões e de R$ 6,0 bilhões, respectivamente.
Ao todo, 2022 teve 114 emissões de FIIs, sendo que 84% delas envolveram ofertas subsequentes (follow-on), segundo o levantamento.
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Fundos de papel foram também destaque em retorno dentro do Ifix, índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados na B3, em 2022. Segundo levantamento feito com base em dados do TC/Economatica, a liderança dos ganhos ficou para o fundo Ourinvest JPP (OUJP11), que avançou 26,08% nos últimos 12 meses.
Outros fundos de “papel” também renderam bons frutos em 2022, como o Riza Akin (RZAK11) e o Valora CRI (VGIR11), com retornos de 23,69% e de 16,23%, respectivamente.
Apesar disso, o desempenho dos FIIs em 2022 – inclusive do destaque – ficou aquém do observado em 2021, quando as altas chegaram a 40%.
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Ifix hoje
O Ifix encerrou o dia com recuo de 0,21%, aos 2.855 mil pontos.. Confira as maiores altas e baixas de hoje:
Maiores altas desta terça-feira (3):
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
(HGCR11) | CSHG Recebíveis Imobiliários | Recebíveis Imobiliários | 2,96 |
(XPCI11) | XP Credito Imobiliario | Recebíveis Imobiliários | 2,72 |
(RZAK11) | Riza Akin | Recebíveis Imobiliários | 2,17 |
(VINO11) | Vinci Offices | Lajes comerciais | 1,3 |
(KFOF11) | Kinea FII | FoF | 1,29 |
Maiores baixas desta terça-feira (3):
Ticker | Nome | Setor | Variação (%) |
(FIIB11) | Industrial do Brasil | Logísticos | -5,01 |
(RCRB11) | Rio Bravo Renda Corporativa | Lajes comerciais | -4,58 |
(ARCT11) | Riza Arctium Real Estate | Logísticos | -3,08 |
(VISC11) | Vinci Shopping Centers | Shopping/varejo | -2,6 |
(TGAR11) | TG Ativo Real | Híbrido | -2,3 |
BTRA11 vende imóveis da Fazenda Vianmancel por R$ 94,5 mi; locatário inadimplente causa perda ao VLOL11
Confira as últimas informações divulgadas por fundos imobiliários em fatos relevantes:
Locatário inadimplente do VLOL11 causa perda de R$ 0,03 por cota na receita
Um locatário do setor de consultoria do Vila Olímpia Corporate FII (VLOL11) ficou inadimplente, o que provocará uma perda de aproximadamente R$ 0,03 por cota na receita do fundo recebida em dezembro de 2022.
Segundo comunicado do FII, a gestora (RB Capital) e a administradora (Oliveira Trust) estão tomando as medidas cabíveis para a cobrança e a preservação dos interesses dos cotistas, além de buscar a regularização do atraso do locatário “com a maior brevidade possível”.
BTRA11 vende imóveis da Fazenda Vianmancel por R$ 94,5 milhões
O BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11) encerrou a venda de imóveis da Fazenda Vianmancel, de propriedade do fundo. Localizada em Nova Maringá, em Mato Grosso, a fazenda foi negociada por R$ 94,5 milhões.
O pagamento envolve um sinal de R$ 16,5 milhões, já recebido, e 16 parcelas semestrais de R$ 4,875 milhões. Segundo comunicado pelo fundo, a venda dos imóveis não impacta no arrendamento vigente e na produtividade das terras em andamento.
O BTRA11 adquiriu a fazenda em agosto de 2021, em uma operação sale-leaseaback, que prevê o aluguel do imóvel comprado para o ex-proprietário – no caso, o grupo Cella. Em junho, porém, o locatário pediu recuperação judicial, o que levantou uma série de questionamentos sobre o contrato firmado entre as duas partes.
Em julho, o fundo conseguiu na Justiça, em decisão liminar, a reintegração de posse do terreno, finalizada em outubro – quando também houve a troca do inquilino. Entre outros pontos, alegava que o espaço estava sendo utilizado por terceiros e que uma das remunerações previstas no contrato – equivalente ao aluguel – não foi paga.
HGRU11 vende loja locada para Pernambucanas com ganho de 37% sobre investimento
O CSHG Renda Urbana (HGRU11) vendeu uma loja atualmente alugada pela Casas Pernambucanas em Goioerê, no Paraná, por R$ 3,975 milhões. O pagamento envolve uma parcela – já quitada – de R$ 1,988 milhão e mais seis prestações mensais de R$ 331, 3 mil, corrigidas por uma taxa mensal de 0,5%.
O valor negociado no imóvel equivale a R$ 4.453,61/m². Ele foi adquirido em novembro de 2020, somando um investimento total do fundo de R$ 2,9 milhões – ou R$ 3.260,76/m².
“Com isso, o negócio gerará, conforme o fluxo de recebimento das parcelas, um lucro em regime de caixa, sem considerar as correções previstas nas parcelas, de R$ 1.064.766,54 , equivalente a aproximadamente R$ 0,06/cota”, informou o HGRU11.
Segundo o fundo, o preço de venda da loja é 37% superior ao valor investido, 24% superior ao valor de laudo do imóvel em 2022 e 33% superior ao de 2021. A taxa interna de retorno anualizada da transação é de 20,3%.
Giro Imobiliário: maior transação de shopping em 2022 foi de R$ 667 milhões
Levantamento feito pelo Sistema de Informação Imobiliária Latino-Americana (SiiLA) apontou as três maiores transações de shoppings feitas ao longo de 2022.
No topo da lista está a transação em que a Iguatemi S.A comprou 36% do shopping JK Iguatemi pelo valor de R$ 667 milhões. A análise indicou um cap rate estabilizado estimado em 7%. O negócio ocorreu em setembro do ano passado.
A segunda maior transação envolveu a compra de 51% do shopping Pararela, em Salvador, e de 100% da área de expansão do ativo pela HSI Malls FII. A fração foi vendida pelo valor R$ R$ 432,7 milhões e a negociação ocorreu em janeiro de 2022.
Já a terceira maior transação envolveu a compra de 49,9% do Diamond Mall, localizado em Belo Horizonte, em agosto de 2022. Na época, a Multiplan comprou parte do shopping por R$ 340 milhões.