Haddad defende política de valorização de metas e resultados para servidores públicos

Ministro da Fazenda defendeu aspectos da reforma administrativa, tema controverso no PT, durante painel na Expert XP 2023

Luís Filipe Pereira

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, na Expert XP 2023

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Em um possível aceno à reforma administrativa, o ministro Fernando Haddad (PT) defendeu, neste sábado (2), a necessidade de aperfeiçoamento dos serviços públicos. Segundo ele, para atrair pessoas verdadeiramente vocacionadas, é preciso haver uma política de valorização de metas e resultados dos servidores, além de uma mudança na forma sob a qual são concebidos os concursos públicos atualmente.

“Os serviços públicos podem melhorar muito. Eu sou da tese que é preciso, em primeiro lugar, aperfeiçoar, em primeiro lugar os concursos públicos, que na minha opinião estão abaixo da crítica. Os concursos não tem o foco nas habilidades e competências necessárias para ser um bom servidor público”, destacou.

As declarações do chefe do Ministério da Fazenda foram dadas no painel “A visão do Ministério da Fazenda para o futuro do Brasil”, pela Expert XP 2023, realizada em São Paulo (SP).

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Além de defender uma revisão na regra de promoção por tempo de serviço, que na sua avaliação prejudica a qualidade do atendimento à população, Haddad condenou o sistema de regime probatório, e argumentou que há muitas avaliações de “faz de conta” dentro da estrutura atual do funcionalismo público, beneficiando pessoas que não possuem o perfil desejado para cumprir determinada função.

“Também é muito importante haver processos administrativos disciplinares bem feitos e transparentes, que garantam o direito de defesa, mas tenham consequência nas penalidades previstas quando há uma disfunção do serviço público”, defendeu.

Ainda que o tema seja considerado um ponto de resistência no Partido dos Trabalhadores (PT), uma vez que alas internas têm o pensamento de que se trata de pauta que vai na direção contrária a direitos adquiridos por servidores públicos ao longo dos anos, a defesa de uma reforma administrativa tem surgido como contraponto por parlamentares e na sociedade para o equilíbrio das contas públicas e uma maior racionalidade na alocação de recursos federais.

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Em falas recentes, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tem defendido que haja uma revisão dos gastos públicos e pontua que é preciso que o tema avance no Poder Legislativo. Segundo analistas, a pauta envolvendo o corte de despesas públicas seria uma forma de o Congresso Nacional responder a medidas arrecadatórias defendidas pelo governo federal para cumprir a meta de zerar o déficit fiscal em 2024.

Protocolada em 2020, a Proposta de Emenda Constitucional que trata da reforma administrativa (PEC 32/2020) prevê revisão dos artigos da Constituição de 1988 que tratam da administração pública, em todas as suas esferas (Legislativo, Executivo e Judiciário).

Entre as medidas, estão previstas mudanças sobre contratação, remuneração e desligamento de pessoal, que devem abranger, além da União, todos os entes subnacionais. As modificações passariam a valer para contratações posteriores à aprovação da reforma, preservando os direitos adquiridos de servidores públicos no exercício de suas funções.

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