Governo está conversando com prefeitos por ponto comum que não comprometa reforma, diz Appy

Unificação do Imposto sobre Serviços (ISS), na reforma tributária, tem preocupado gestores locais

Estadão Conteúdo

Bernard Appy, diretor do Centro de Cidadania Fiscal (Foto: Filipe Scotti/FIESC)

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O governo federal está conversando a respeito da reforma tributária com prefeitos para garantir que o projeto tramite sem grandes obstáculos ou alterações no Congresso, afirmou o secretário extraordinário da reforma tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy. Em entrevista à GloboNews, ele reconheceu que há preocupações entre os prefeitos, principalmente os de grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, a respeito de uma potencial perda de arrecadação caso a reforma tributária seja aprovada.

“Tem, sim, ainda resistência das grandes capitais. Estamos conversando com os grandes municípios, com a Frente Nacional dos Prefeitos, para ver se encontramos um ponto comum que atenda alguma demanda deles, alguma preocupação, mas que não comprometa o desenho básico da reforma tributária”, afirmou Appy.

O receio dos prefeitos é que a reforma tributária resulte em perda de arrecadação. No formato previsto, a reforma une numa mesma base de cálculo a cobrança de impostos sobre mercadorias e sobre serviços. Atualmente, a receita vinda dos impostos sobre mercadorias vai para os Estados via ICMS, enquanto os municípios cobram o imposto sobre serviços, o ISS.

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Appy, no entanto, ressaltou que o sistema atual é ruim para a economia e gera “vários problemas”.

“O primeiro problema é que quando separa mercadoria de serviço você gera um incidência cumulativa, ou seja, impostos que são pagos ao longo da cadeia que não são recuperados, que acabam aumentando o custo do investimento e piorando a competitividade da produção brasileira”, disse o secretário. “O Brasil é o último país economicamente relevante do mundo que separa a tributação de mercadorias e de serviços. Todos os outros países já montaram mercados e serviços numa única base que é o que nós estamos propondo na reforma tributária”, acrescentou.

Segundo ele, a reforma tributária leva em consideração a possibilidade de perda de arrecadação dos municípios com o ISS ao prever um período longo de transição para a distribuição da receita resultante do novo sistema de impostos.

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“A transição da distribuição atual da receita para a nova distribuição que resulta da reforma tributária é feita ao longo de quarenta ou cinquenta anos. Para os Estados e Municípios tem uma transição extremamente longa, o que faz com que o efeito da reforma tributária sobre as finanças seja muito diluído no tempo”, afirmou o secretário.

Além disso, disse Appy, “vários estudos mostram que com o efeito positivo da reforma tributária sobre o crescimento, todos os estados e todas as capitais do Brasil vão arrecadar mais do que eles arrecadariam” sem a reforma tributária.

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