Governadores do Cosud dizem que reforma aprovada irá agravar ‘guerra fiscal’

"Deixaram tanto penduricalho, criaram tantas ilhas de prosperidade para segmentos, que virou uma bagunça novamente", disse Ratinho Júnior

Estadão Conteúdo

A nota, assinada por Ratinho Júnior, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ), Jorginho Mello (PL-SC) e Eduardo Leite (PSDB-RS) Foto: Divulgação/Governo do Paraná

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Governadores que integram o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) lançaram, na quinta-feira (9), uma nota conjunta com críticas ao texto da reforma tributária aprovado no Senado. No documento, os dirigentes estaduais afirmam que o novo texto pode “agravar ainda mais a guerra fiscal entre os Estados” e levar as contas públicas e a economia do País “para a UTI”.

“O Brasil não pode criar ilhas de prosperidade, o que, por consequência, afasta investimento, aumenta desigualdades, desemprego e pune, sobretudo, os mais pobres”, diz o documento, que repete declarações feitas pelo presidente do consórcio, o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

A nota, assinada por Ratinho Júnior, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ), Jorginho Mello (PL-SC) e Eduardo Leite (PSDB-RS), diz que o momento é de “unir esforços”.

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“(É preciso) apostarmos na maturidade política em busca de um consenso para que os entes federativos não sejam punidos pelo corporativismo que cria brasileiros de primeira e segunda categoria”, diz a nota.

O documento não conta com a assinatura do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSD), que apesar de concordar com o texto, preferiu não assinar.

Sistema ‘pior que o atual’

Ratinho Júnior voltou a criticar o texto da reforma tributária. Em evento promovido pelo Itaú, na quinta-feira (9), o governador disse que a Casa conseguiu apenas uma inovação ao texto proposto pela Câmara: deixar o sistema tributário pior que o atual.

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“Deixaram tanto penduricalho, criaram tantas ilhas de prosperidade para segmentos, que virou uma bagunça novamente”, disse Ratinho Júnior, que também preside o consórcio.

“Eu acho que não tem nenhum brasileiro que é contra (a reforma). Não seria inteligente da nossa parte em ser, já que aquilo que nós temos é um horror”, afirmou Ratinho Júnior, que tinha boas perspectivas com o texto aprovado pela Câmara. Segundo ele, a antiga proposta era um avanço “fantástico”, promovendo equilíbrio entre os Estados.

A reclamação foi de encontro a declarações da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), que também participou do evento. Ela pontuou que o texto retira dos Estados “grande parte dos seus recursos” e que, com o atual texto, as federações terão dificuldades de equilibrar a conta “para gente conseguir ficar de pé”.

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Ele falou em atuar junto à Câmara, e com outros governadores, para alterar ou manter pontos do texto em que haja convergências.

Porém, as críticas limitaram-se ao texto. Ratinho Júnior e Raquel Lyra, perguntados sobre a relação com o governo federal, avaliam positivamente como têm se construído as conversas entre as unidades da federação e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.