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SÃO PAULO – O deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP) lançou oficialmente, nesta quarta-feira (6), sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados. Ao lado de líderes de boa parte dos partidos que integram seu bloco de apoio, o parlamentar agradeceu a aliança que reuniu congressistas de distintas alas ideológicas e defendeu um mandato independente de interferências de outros Poderes da República.
“Vivemos um momento histórico. Desde a redemocratização do nosso país, não tínhamos um movimento de união de partidos que pensam diferente formando uma frente ampla. E existe um motivo para isso: somos o que a sociedade espera. A sociedade quer mais união, mais compaixão, mais respeito, mais igualdade. A sociedade espera uma luta por democracia e por liberdade”, afirmou.
“Somos diferentes, pensamos diferente o papel do estado, a ação na economia, em vários pontos nós divergimos. Mas a beleza da democracia está no respeito e na boa convivência com quem pensa diferente de você. Não é porque a pessoa não concorda com suas teses que você precisa agredir, matar, diminuir as pessoas. A beleza da democracia é ter um amplo debate e buscar soluções”, continuou.
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O discurso por uma gestão independente da casa legislativa pelos próximos dois anos tem sido o eixo central da campanha de Baleia Rossi, que é presidente nacional do MDB. O parlamentar conta com o apoio do atual presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e de um total de 11 partidos: PT (52), PSL (36), MDB (34), PSB (30), PSDB (33), DEM (29), PDT (26), Cidadania (7), PV (4), PCdoB (9) e Rede (1).
Juntas, as siglas somam mais de 257 deputados – o número necessário de votos para uma vitória em primeiro turno na eleição que ocorrerá em fevereiro, ainda sem data definida. Mas, como a votação é secreta é normal que haja dissidências nas bancadas entre os candidatos. É o que deverá ocorrer, por exemplo, com parte do PSL, sigla que abriga parlamentares bolsonaristas. Também há sinalizações de possíveis traições no PSB, PDT e DEM.
Coordenador da campanha de Baleia, o deputado Isnaldo Bulhões (AL), líder da bancada do MDB, minimizou o risco de perda de apoio de parlamentares de siglas que integram o autointitulado bloco independente. “A construção do bloco parlamentar foi pautada, acima de tudo, e conduzida pelas discussões. Nós não podemos partir de uma campanha do princípio… trabalhando para evitar defecções ou colocando isso na prioridade”, disse a jornalistas. Baleia não ficou para a coletiva de imprensa.
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“A agenda está intensa de forma presencial e remota com os parlamentares e vai ter oportunidade, durante esses dias que antecedem a eleição para conversar com todos eles, conversar com outros partidos também, alguns partidos que ainda não definiram seu campo, se vão juntar em blocos parlamentares, se vão ter candidaturas próprias, e essa discussão continua no dia a dia. A campanha está começando agora e tenho certeza que esse bloco parlamentar votará unido na eleição da Câmara dos Deputados”, declarou o coordenador da campanha.
Durante o discurso de lançamento da candidatura, Baleia lamentou as mortes provocadas pela pandemia de Covid-19 e defendeu que o parlamento se una para cobrar vacina gratuita para todos os brasileiros. O deputado também disse ter conversado com Maia para que, em caso de necessidade, a Câmara se reúna durante o recesso para aprovar medidas urgentes e ressaltou importantes pautas aprovadas pela casa em 2020.
“Fizemos isso porque temos uma Câmara independente. Temos o dever de fiscalizar, de acompanhar as ações do Executivo. Exatamente por isso a Câmara não pode ser submissa, porque, se for submissa, ela não fiscaliza, não acompanha, não participa das questões que são importantes e do debate do nosso país”, sustentou.
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“A Câmara é um espaço de representação da sociedade. Quanto mais setores da sociedade abrigar, mais legitimidade tem. Esse bloco está junto para defender a democracia, a liberdade, a independência do parlamento. Para defender a nossa Constituição. Estamos juntos para fazer as reformas que o Brasil precisa, com diálogo, com debate, com construção de soluções onde todos podem contribuir”, disse.
Baleia defendeu ainda a agenda de reformas econômicas e, em um novo aceno aos partidos da oposição que decidiram apoiar sua candidatura, falou sobre a possibilidade de se discutir o pagamento de novas prestações do auxílio emergencial ou uma ampliação do programa Bolsa Família.
“Precisamos de projetos para o nosso país, para que a economia possa se desenvolver novamente. Nossos objetivos são comuns: a geração de emprego e renda, diminuir as desigualdades, diminuir o desemprego, fazer com que os vulneráveis tenham uma oportunidade de vida melhor em nosso país. Por isso, é tão importante voltarmos a olhar a nossa pauta com responsabilidade fiscal, votando reformas importantes e também, por que não, voltar a debater o auxílio emergencial”, declarou.
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“A pandemia não acabou. No ano passado, parecia que nós íamos virar o ano e a pandemia ia acabar. Essa não é a realidade, e nós temos hoje milhões de brasileiros que vão deixar de receber o auxílio emergencial e que vão voltar a ter grandes dificuldades de ter o mais básico, que é o alimento na sua mesa. Temos que buscar uma solução, ou aumentando o Bolsa Família ou buscando novamente um auxílio emergencial aos mais vulneráveis”, defendeu.
O lançamento oficial da candidatura de Baleia Rossi ocorre quase um mês após o evento do deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do chamado “centrão”, que conta com o apoio do Palácio do Planalto e uma base de apoio formada por PL (43), PP (40), PSD (35), Republicanos (31), Solidariedade (13), Pros (10), Patriota (6), PSC (10) e Avante (8). Também se espera que o PTB (11) companha o bloco.
Além de Arthur Lira e Baleia Rossi, também pretendem participar da disputa os deputados Fábio Ramalho (MDB-MG), Capitão Augusto (PL-SP) e André Janones (Avante-MG). Parlamentares podem lançar candidatura até o dia da votação.
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