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Conhecidos como os fundos imobiliários dos Estados Unidos, os Real Estate Investment Trusts (REITs) estão cada vez mais acessíveis aos investidores brasileiros, especialmente aqueles interessados não só na recorrência dos dividendos, mas principalmente em ganhos de capital.
O assunto foi destaque do Liga de FIIs desta terça-feira (22), que teve apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, Tiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, repórter do InfoMoney. O programa contou também com a participação de Camila Pacheco, analista de produtos listados da XP, que falou sobre a estreia na B3 do Exchange Traded Fund (ETF) Trend FTSE US REITs (URET11), focado exatamente no segmento de REITs.
De acordo com Camila, os REITs surgiram nos Estados Unidos na década de 1960 e inspiraram a criação dos fundos imobiliários no Brasil. Atualmente, os dois produtos têm muitas semelhanças, sendo a principal a exploração de imóveis para obtenção de renda.
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O mercado de REITs, porém, se mostra muito mais consolidado. Hoje, o segmento soma US$ 1,6 trilhão lá, volume muito superior ao da indústria de fundos imobiliários aqui, de R$ 176 bilhões.
A grande diversificação de segmentos também é um dos atrativos dos REITs, que inclui a exploração de espaços como data centers, espaços para instalação de antenas, áreas de florestamento, entre outros, como aponta o FTSE Nareit All Equity REITs (FNER), principal índice de REITs nos Estados Unidos.
A taxa de retorno médio dos REITs hoje está na casa de 2,7% ao ano, mas, diferentemente dos fundos imobiliários, os “FIIs norte americanos” não são focados necessariamente na recorrência e previsibilidade dos proventos, mas principalmente no potencial de valorização da cota.
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“Se pensarmos só no retorno com dividendos, a taxa parecerá até baixa se comparada com os números dos fundos imobiliários”, pontua Camila. “Mas se pegarmos o desempenho total dos REITs nos últimos anos, grande parte da valorização vem exatamente do ganho de capital, ou seja, da valorização da cota”.
Nas últimas duas décadas, de acordo com Otuki, o retorno médio anual dos REITs fica acima dos 10%. O percentual seria superior ao desempenho dos principais índices de ações dos Estados Unidos e de todas as outras modalidades de investimentos.
“Eu me arrependo de não ter investido antes em REITs”, revela Otuki, que se posiciona no produto através de fundos de investimentos.
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Como investir em REITS
Atualmente, o acesso aos REITs está bem mais simples para o brasileiro. Além de fundos de investimentos, o investidor pode abrir uma conta em uma corretora no exterior e investir diretamente no produto. Também é possível investir no segmento por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDR) ou ETFs.
“ETF é a forma mais fácil de investir em REITs porque você tem uma ampla diversificação”, destaca Camila, que lembra ainda da questão de praticidade, de reunir todos os investimentos em um único local.
Normalmente, um ETF busca replicar um índice, que representa um mercado específico. O US REITs ([ativo=URET11]), que estreou na B3 nesta terça-feira (22), acompanha o iShares Core U.S. REIT ETF (USRT), listado na Bolsa de Nova Iorque e que representa 150 REITs, responsáveis por 500 mil propriedades nos Estados Unidos.
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O valor da cota do US REITs, na casa dos R$ 10, também é apontado como outra vantagem do ETF, que se torna acessível para todos os investidores.
Camila lembra que, no Brasil, ETFs não podem distribuir dividendos. Desta forma, os proventos pagos pelos REITs são reinvestidos, ou seja, o recurso volta como valorização da cota, sem prejuízos para o investidor.
Além disso, o investidor precisa lembrar que os ETFs sofrem tributação de imposto de renda de 15% sobre o ganho de capital e 20% para operações de daytrade.
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Produzido pelo InfoMoney, o Liga de FIIs vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode acompanhar todas as edições do programa.
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