Quais são as debêntures preferidas pelos fundos? Papéis da Claro encabeçam a lista; confira as top 20

Levantamento da Quantum para o Infomoney mostra os papéis mais comprados por um universo de 1.374 fundos de investimentos

Neide Martingo

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Assim como filmes, livros e restaurantes, há também os investimentos preferidos. E quais serão os destinos prediletos dos especialistas em gestão de recursos? Uma pista: com as altas taxas de juros, os investidores têm dado cada vez mais atenção aos ativos de renda fixa – entre eles, as debêntures.

Uma das vantagens desses papéis é que, por envolver um componente de risco adicional (o risco de crédito da empresa emissora), seu retorno costuma ser mais alto do que o de outros papéis, como os títulos públicos emitidos pelo governo federal.

Quais são as debêntures favoritas dos gestores de fundos de investimentos? Um relatório da plataforma Quantum, que o InfoMoney mostra com exclusividade, indica quais são os papéis mais presentes nas carteiras.

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Os papéis da Claro (BCPSA1), que ofereciam uma taxa de emissão equivalente ao CDI (referência para investimentos de renda fixa) mais 1,4% ao ano, concentram o maior volume nas carteiras: R$ 4,3 bilhões, estando presentes em 36 fundos.

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Logo atrás, vêm as debêntures da NCF Participações (NCFP14), uma das holdings controladoras do Bradesco, com rentabilidade na emissão de CDI mais 1,5% ao ano, somando um montante de R$ 3,3 bilhões nas carteiras de 322 fundos.

As debêntures da B3 (BSA316), que ofereciam CDI mais 1,3% na emissão, estão em terceiro lugar no levantamento da Quantum, com R$ 3 bilhões. Um total de 240 fundos possui os papéis.

O estudo considerou todos os fundos que possuem debêntures, totalizando um universo de 1.374 carteiras regidas pela instrução 555 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Foi tomada como base a competência de novembro de 2022. Isso porque estas são as carteiras mais recentes totalmente abertas para análise no site da CVM.

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Confira o ranking das 20 debêntures preferidas dos fundos de investimento, elaborado pela Quantum:

Ticker  Emissor Vencimento Taxa na emissão Volume detido pelos fundos Nº de fundos que possuem a debênture
BCPSA1 CLARO 28/03/2024 CDI + 1.4% R$ 4,3 bilhões 36
NCFP14 NCF PARTICIPAÇÕES 23/12/2023 CDI + 1.5% R$ 3,4 bilhões 322
BSA316 B3 05/08/2027 CDI + 1.3% R$ 3,1 bilhões 240
CIEL16 CIELO 20/09/2025 CDI + 1.2% R$ 2,9 bilhões 195
ITSA15 ITAUSA 08/08/2025 CDI + 1.12% R$ 2,5 bilhões 101
ELET22 ELETROBRAS 25/04/2024 CDI + 1% R$ 2,2 bilhões 169
TLPP27 TELEFÔNICA BRASIL 12/07/2027 CDI + 1.35% R$ 2,1 bilhões 157
EQTL55 EQUATORIAL ENERGIA 24/02/2025 CDI + 1.4% R$ 2,1 bilhões 84
ASAI14 SENDAS DISTRIBUIDORA 26/11/2027 CDI + 1.75% R$ 2,0 bilhões 349
HAPV13 HAPVIDA 10/05/2029 CDI + 1.6% R$ 2,0 bilhões 277
MGLUA0 MAGAZINE LUIZA 15/10/2026 CDI + 1.25% R$ 1,9 bilhão 210
CCROA6 CCR 15/01/2029 CDI + 1.7% R$ 1,8 bilhão 285
EQTL15 EQUATORIAL ENERGIA 15/12/2026 CDI + 1.55% R$ 1,8 bilhão 292
UGPA16 ULTRAPAR PARTICIPAÇÕES 05/03/2023 105.25% do CDI R$ 1,8 bilhão 78
TIMS12 TIM 15/06/2028 IPCA + 4.1682% R$ 1,6 bilhão 1
RLOG11 COSAN 25/08/2025 CDI + 2.65% R$ 1,6 bilhão 349
BRKPA0 BRK AMBIENTAL PARTICIPAÇÕES 15/04/2027 CDI + 2.4% R$ 1,6 bilhão 223
LCAMA9 UNIDAS (EX LOCAMERICA) 15/01/2026 CDI + 2.4% R$ 1,6 bilhão 423
RDORB9 REDE DOR SÃO LUIZ 20/08/2031 CDI + 1.9% R$ 1,5 bilhão 318
TLPP17 TELEFÔNICA BRASIL 12/07/2025 CDI + 1.12% R$ 1,5 bilhão 32

Fonte: Quantum

Vantagens e desvantagens das debêntures

Debêntures são títulos de crédito emitidos por empresas e negociados no mercado de capitais. Em alguns aspectos, seu funcionamento lembra o dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto. Só que, em vez de financiar o governo, quem compra debêntures empresta dinheiro para uma empresa construir uma nova fábrica, expandir as operações no exterior ou fazer qualquer outro grande investimento.

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Para o investidor, optar por debêntures significa diversificar a carteira, mesmo se a intenção for se manter dentro do espectro da renda fixa. Empresas de diferentes portes, setores e com objetivos distintos emitem esses papéis, o que abre para o investidor um leque amplo de oportunidades.

Já entre as desvantagens das debêntures está o fato de que algumas podem ter um prazo muito longo de vencimento – e até lá, não é possível resgatar o dinheiro aplicado. Se precisar dos recursos, o investidor terá de recorrer ao mercado secundário em busca de alguém interessado em comprar seus papéis.

Muitas debêntures são negociadas na B3, o que pode facilitar a tarefa. Mas não é raro que a liquidez dos papéis (a facilidade de vendê-los no pregão) seja restrita.

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Outro porém é que algumas debêntures podem prever na escritura da emissão a possibilidade de repactuar as condições oferecidas. Se os juros praticados no mercado, por exemplo, estiverem muito diferentes dos que remuneram as debêntures, isso pode ser ajustado por meio de uma repactuação.

Quando isso acontece, a empresa emissora é obrigada a recomprar os títulos dos debenturistas que não aceitarem as novas condições. Mas se o investidor tiver feito planos considerando as características descritas na escritura de emissão, suas expectativas podem acabar sendo frustradas.

Neide Martingo

Jornalista especializada em Economia, Finanças e Negócios, trabalhou em veículos como Valor Investe, Diário do Comércio e Gazeta Mercantil e escreve sobre Renda Fixa no InfoMoney