Poupança poderá ter rendimento atrelado à inflação, assinala jornal

Segundo informações dos jornais O Globo e Estado de S. Paulo, objetivo seria criar uma fonte alternativa de recursos para o setor de habitação

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O governo está estudando modificar a remuneração da caderneta de poupança e atrelar os ganhos à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), disse uma fonte a par das discussões ao jornal O Globo, nesta sexta-feira (13). A intenção já havia sido divulgada pelo jornal O Estado de S. Paulo, no fim de agosto. De acordo com as publicações, o objetivo seria criar uma fonte alternativa de recursos para o setor de habitação.

Atualmente, com a taxa de juros abaixo de 8,5% ao ano, a caderneta remunera 70% da Selic (hoje em 6% ao ano) mais a Taxa Referencial (TR), que tem sido igual a zero desde 2018. Com a mudança, indica O Globo, independentemente do patamar da taxa básica de juros, o retorno da caderneta seria equivalente a 70% da taxa Selic anualizada acrescido da variação do IPCA, em substituição à TR.

Dessa forma, os bancos, que captam recursos de poupança e são obrigados a investir em crédito imobiliário, poderiam vender no mercado as carteiras de crédito lastreadas pelo IPCA, mais atrativas para os investidores.

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O estudo sobre uma eventual mudança na remuneração da poupança ocorre em meio a crescentes saques nas cadernetas. No acumulado do ano até agosto, os resgates somavam R$ 1,59 trilhão, superando os depósitos (de R$ 1,57 trilhão) em R$ 14,8 bilhões. O brasileiro já retirou dinheiro da caderneta em cinco de oito meses de 2019.

O saldo negativo deste ano contrasta com os dados de 2017 e de 2018, quando a caderneta teve captações líquidas de R$ 17,1 bilhões e R$ 38,3 bilhões, respectivamente,

O Ministério da Economia não quis comentar o assunto e o Banco Central negou ao jornal que a matéria esteja em análise.

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Como fica a rentabilidade?

Com a Selic atualmente em 6% ao ano e a TR igual a zero, a remuneração da caderneta atualmente está em 4,20% ao ano. Em agosto, o rendimento ficou positivo em 0,34%.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ocorre na próxima semana, nos dias 17 e 18 de setembro, e é esperado novo corte de 0,50 ponto percentual, levando a Selic para o patamar de 5,5% ao ano. Desta forma, é esperado que o rendimento da caderneta fique ainda menor, em 3,85%.

Se houver a troca do indexador, porém, o rendimento irá depender do comportamento da inflação. De acordo com a publicação do Boletim Focus, do Banco Central, mais recente, a inflação deve encerrar 2019 em 3,54%. Nos próximos dois anos, as projeções são de 3,82%, em 2020, e 3,75%, em 2021.

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Com Agência Estado

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