Para a Anbima, mercado de capitais está preparado para financiar grandes projetos

Setor de saneamento já captou R$ 15,7 bilhões com emissões de dívida apenas neste ano

Leonardo Guimarães

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O mercado de capitais viveu seu melhor mês do ano em setembro, com volume de ofertas de R$ 57,1 bilhões, com destaque para emissões do setor de saneamento, que já alcançara captação de R$ 15,7 bilhões no ano.

Para a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o crescimento serve de exemplo para as empresas, que podem se sentir mais confortáveis para realizar grandes projetos.

“O mercado de capitais já assumiu o protagonismo do financiamento de projetos de longo prazo”, diz Cristiano Cury, coordenador da Comissão de Renda Fixa da Anbima.

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A agenda de investimentos em infraestrutura é robusta no Brasil. Tem o Novo PAC, que prevê R$ 1,68 trilhão em investimentos, duas rodadas de leilões de transmissão da Aneel agendadas para dezembro e março do que vem e uma série de projetos possibilitados pelo marco do saneamento.

As empresas que farão investimentos, porém, precisam se sentir seguras com o mercado, confiando de que será capaz de absorver a demanda por financiamento que será destravada. Para o coordenador da Anbima, “hoje já existe esse conforto nos empreendedores”.

O avanço do setor de saneamento puxou uma alta no prazo médio das debêntures incentivadas (que contam com Imposto de Renda isento ou reduzido) – de 12,7 anos em 2022 para 13,3 entre janeiro e setembro –, mostrando que o mercado aceita dívida mais longas, comuns em grandes projetos.

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Cury, que também lidera a área de vendas em renda fixa no BTG Pactual diz que ainda há muita oferta para “colocar na rua” nos próximos meses e que há muito tempo não via tanta demanda por ofertas no mercado de capitais.

Somente em 2023, já foram emitidos R$ 142 bilhões em debêntures, com 40 ofertas acima de R$ 1 bilhão.

“Apesar das dificuldades no cenário macroeconômico, mercado está financiando projetos de infraestrutura de longo prazo”, diz José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima . Ele ainda destaca a maturidade que o mercado vem ganhando nos últimos anos. Segundo os executivos da Anbima, prazo médio mais longo e absorção de grandes ofertas são sinais de “profundidade” e “desenvolvimento” do mercado.

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