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SÃO PAULO – Os investidores segmentados pelos bancos na categoria varejo têm R$ 619 bilhões aplicados na caderneta de poupança, o que representa 64% do total de 958 bilhões que esses clientes possuem em investimentos, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
Já os clientes do private banking – que possuem mais de R$ 3 milhões em aplicações financeiras – possuem apenas R$ 1,87 bilhão investidos na caderneta, o que equivale a apenas 0,19% do saldo total das suas aplicações, que somam R$ 966,2 bilhões.
Fazendo uma conta simples, o saldo aplicado na poupança pelo investidor de varejo é 331 vezes maior do que o saldo do private. E a explicação para essa diferença enorme é fácil: o cliente que tem milhões na conta tem acesso a produtos melhores, além de contar com assessoria especializada dentro dos grandes bancos, o que lhes garante mais informações e conhecimento sobre as melhores opções disponíveis no mercado.
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Enquanto isso, um cliente de varejo normalmente recebe muito pouca atenção do seu gerente no banco. Sem boas opções disponíveis na prateleira dos bancos e com pouco conhecimento, resta ao pequeno investidor deixar suas economias na aplicação mais conhecida e popular entre os brasileiros.
Poupança perdeu clientes em janeiro
Em janeiro, no entanto, a caderneta de poupança perdeu bastante dinheiro. A captação líquida (diferença entre depósitos e saques) do primeiro mês do ano ficou negativa de R$ 11,232 bilhões, de acordo com dados do Banco Central.
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Apesar de janeiro ser um mês em que as pessoas normalmente usam suas economias para pagar despesas extraordinárias, como impostos e compras feitas no final do ano, um dado chama atenção: no mesmo mês, os fundos de investimentos registraram captação líquida de R$ 10,3 bilhões.
Então por mais que boa parte do dinheiro da caderneta tenha sido utilizado para o pagamento de despesas extraordinárias e de outras dívidas, uma parte pode estar começando a migrar para aplicações mais rentáveis.
Para Mauro Morelli, estrategista da Davos Wealth Management, escritório de investimentos focado em clientes do segmento private, a popularização das plataformas abertas de investimento tende a diminuir a concentração do dinheiro na poupança “A partir do momento que o público tiver mais acesso a produtos mais interessante e rentáveis, a tendência é que a poupança tenha uma participação cada vez menor nos investimentos”, opina.
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Média de R$ 8.857
Os bancos costumam justificar que o dinheiro que está na poupança é apenas residual e o valor aplicado por cliente é muito baixo. Mas não é bem assim. Segundo a própria Anbima, existiam no final do ano passado 70,595 milhões de contas de investidores do varejo abertas no país. Se dividirmos o saldo total aplicado na poupança por estes investidores, chegamos a um valor médio de R$ 8.857 por pessoa aplicado na caderneta.
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Esta mesma quantia poderia ser investido em fundos DI disponíveis nas plataformas abertas de corretoras de valores, que cobram taxas de administração inferiores a 0,5% ao ano e que rendem mais do que a caderneta.
Outra opção mais vantajosa são os títulos do Tesouro Direto. O investidor que quer segurança e busca aplicações que permitam saques a qualquer momento sem risco de perdas tem à disposição o Tesouro Selic. Ele não tem oscilação de preço, por isso é ideal para quem está acostumado com a poupança.