Publicidade
O Bitcoin (BTC) disparou e levou junto com ele o segundo maior ETF (fundo de índice) da Bolsa brasileira em número de cotistas: o HASH11.
Produto da gestora Hashdex, o veículo de investimento viu suas cotas subirem cerca de 10% desde ontem, na esteira do otimismo do mercado com a chegada do primeiro ETF dos Estados Unidos com exposição direta ao Bitcoin, que muitos acreditam estar próxima.
Na segunda-feira (23), a gestora BlackRock listou seu ETF de Bitcoin, o iShares Bitcoin Trust, na Depository Trust & Clearing Corp (DTCC), empresa que presta serviços de compensações para a Nasdaq, com o ticker IBTC.
Newsletter
Liga de FIIs
Receba em primeira mão notícias exclusivas sobre fundos imobiliários
Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.
O produto ainda passa por análise regulatória, mas o movimento, segundo especialistas, é um indicativo de que o lançamento está próximo.
Também ontem, um tribunal de apelações dos Estados Unidos deu aval jurídico para a gestora de ativos digitais Grayscale transformar seu principal fundo de BTC em um ETF com exposição direta à criptomoeda, situação que deu tração para o BTC.
Em meio ao otimismo em torno das notícias, o Bitcoin chegou a atingir US$ 35 mil, maior preço desde maio de 2022.
Continua depois da publicidade
A valorização do ativo digital segue uma tendência iniciada na semana passada, com o mercado incorporando a probabilidade da aprovação do veículo financeiro. Em uma semana, a alta acumulada do HASH11 passa dos 15%.
O efeito sobre o valor das cotas do HASH11 se dá pela presença do BTC no índice acompanhado pelo fundo, o Nasdaq Crypto Index (NCI). Criado em 2021, ele se propõe a espelhar o mercado de criptoativos com pesos proporcionais à importância de cada moeda digital. Como o Bitcoin é a maior, sua flutuação de preço é a que mais importa para o índice e, consequentemente, para o ETF.
Atualmente, a carteira do índice NCI tem mais de 70% da composição em Bitcoin, e outros mais de 27% em Ethereum (ETH), criptomoeda que subiu 10% hoje. O restante é distribuído em seis tokens menores.
Continua depois da publicidade
Leia também:
O gestor da Hashdex, João Marco Cunha, disse que o possível lançamento do ETF nos EUA pode ser o estopim para um novo período de alta. Vale lembrar que a Hashdex também entrou na corrida para tentar colocar no mercado um produto similar no mercado americano.
“Apesar da antecipação do mercado, pode-se esperar que a aprovação do ETF, de fato, inicie um ciclo de valorização ainda maior. É importante lembrar que estamos a apenas seis meses da data estimada do próximo halving, que pode potencializar ainda mais esse efeito”, afirmou Cunha.
Continua depois da publicidade
O halving (corte pela metade, em inglês) é um evento que ocorre a cada quatro anos e que reduz pela metade a quantidade de Bitcoin emitida no mercado. Ele é visto como uma catalisador de alta.
A junção do evento com a chegada dos ETFs ao mercado é vista como uma combinação positiva para a criptomoeda.
Em entrevista à CNBC na segunda-feira, o líder global de blockchain da EY, Paul Brody, defendeu que há uma forte demanda pela moeda digital que hoje não pode “tocar em cripto” a não ser que haja aval regulatório claro. A nova porta para investidores representada pelo ETF, aliada à queda da emissão, seria um catalisador poderoso.
Continua depois da publicidade
“A taxa de emissão do Bitcoin está dada. Podemos descobrir que sua precificação é mais inelástica [que outros tipos de ativos]”, disse, em referência ao ouro. Uma das teses de investimento em Bitcoin se baseia na ideia de que a criptomoeda pode se transformar em uma alternativa digital ao metal precioso.
Retomada
Até o fechamento de segunda-feira, o HASH11 entregava ganhos de 58,2% no ano, de acordo com dados da Economatica. A taxa de retorno fica abaixo apenas dos ETFs BITH11 e BITI11, que investem apenas em Bitcoin – como os que buscam aprovação nos EUA. Em 2023, eles avançaram 77,41% e 76,47%, respectivamente.
A retomada anual marca a recuperação do HASH11, que penou em 2022, ao lado de outros produtos com exposição a ativos de risco, e em meio à forte queda do mercado de criptomoedas puxada por falências de empresas do setor, pressão regulatória e desconfiança dos investidores.
Continua depois da publicidade
Até abril deste ano, os retornos do HASH11 estavam próximos dos 40% negativos no acumulado de 12 meses, cenário que começou a mudar somente em junho e terminou de se consolidar agora em meio à recente alta do BTC.