Fundos multimercados registram pior mês do ano em resgates líquidos apesar de melhora no retorno

Volume maior de saídas líquidas em novembro foi puxado por multimercados com investimento no exterior, que perderam R$ 12,6 bilhões

Bruna Furlani

(Gearstd/Getty Images)

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Ainda que os ganhos da maior parte dos fundos multimercados tenha superado o CDI (taxa de referência da classe) em novembro, o forte fluxo de resgates ganhou tração e as saídas líquidas atingiram o maior valor já visto este ano no mês passado, ao bater R$ 30,7 bilhões.

Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O montante é bem maior do que os R$ 13,4 bilhões de resgates líquidos registrados um mês antes.

As perdas líquidas ocorrem em mês em que o retorno dos multimercados de gestão ativa, agrupados no Índice de Hedge Funds Anbima (IHFA), apresentaram, na média, rendimento de 2,41% — acima dos 0,92% do CDI, após três meses consecutivos de retorno inferior.

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O desempenho, porém, segue abaixo do patamar de referência no acumulado do ano. Desde o começo de 2023 até a última segunda-feira (4), o IHFA avançou 6,37%, enquanto o CDI entregou 12,14%.

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O volume maior de resgates líquidos em novembro foi puxado por fundos multimercados com investimento no exterior, em que o montante chegou a R$ 12,6 bilhões. Também houve um movimento mais intenso em multimercados livre e multimercados macro, com saídas líquidas de R$ 9,7 bilhões e 6,4 bilhões, respectivamente.

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A manutenção da taxa Selic em patamar elevado tem incentivado a migração dos investidores para ativos isentos de Imposto de Renda e pressionado ainda mais os fundos.

Apesar do ano difícil em termos de desempenho para a maior parte dos multimercados, a avaliação do time de análise da XP é que o investimento pode ser uma opção interessante para 2024.

Em relatório divulgado a clientes na última segunda-feira (4), a casa manteve a visão positiva para os multimercados locais e globais.

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Os analistas defenderam que os multimercados são os instrumentos “prediletos” da corretora para diversificar os riscos das carteiras em um cenário volátil e de transição de regime, com a passagem de uma política monetária focada no aperto monetário, na maior parte dos países desenvolvidos, para uma mais centrada no afrouxamento monetário.

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Volume positivo em novembro

Fora dos multimercados, as demais classes de fundos registraram mais entradas do que saídas em novembro. O grande destaque em termos de captação líquida ficou por conta dos fundos de renda fixa, no valor de R$ 25,4 bilhões.

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Mês positivo também para fundos de ações, ETFs (fundos de índice) e fundos cambiais, que obtiveram depósitos líquidos de R$ 1,9 bilhão, R$ 1,2 bilhão e R$ 170,4 milhões, nessa ordem.

Fundos de previdência, fundos focados em direitos creditórios (FIDCs) e em participações (FIPs) completam a lista, com entradas líquidas de R$ 3,0 bilhões, R$ 6,1 bilhões e R$ 1,3 bilhão, respectivamente.