É hora de aumentar a exposição em Bitcoin, dizem analistas

Cenário macro positivo, avanço nos ETFs de criptomoedas e halving podem elevar o preço da moeda digital

Lucas Gabriel Marins

Bloomberg

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O Bitcoin (BTC) avançou 30% nos últimos 30 dias, mas ainda tem espaço para subir nos próximos meses, puxado por melhoras macroeconômicas, avanços no processo de aprovação de um ETF (fundo de índice) spot da criptomoeda nos Estados Unidos e a proximidade do halving, evento quadrienal que corta pela metade a emissão da moeda.

Diante desse cenário, analistas dizem que vale aumentar a exposição na maior criptomoeda do mercado, desde que os riscos sejam levados em consideração e a pessoa só use o dinheiro que pode perder, visto que o mercado cripto é arriscado.

“Naturalmente, o investidor deve fazer isso (aumentar a aposta na cripto) com responsabilidade, não expondo mais do que pode de seu patrimônio e, idealmente, deve fazer seus investimentos com uma estratégia de DCA (sigla para dollar cost average, o famoso preço médio), de modo a não se expor unicamente em um momento após uma alta vigorosa”, disse Vinícius Bazan, head de criptoativos da Empiricus Research.

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Entre alocadores, o consenso é de que uma carteira equilibrada deva ter fatia de um dígito, geralmente baixo, alocado em ativos virtuais. Com uma dose pequena, a volatilidade não seria tão afetada, mas o potencial de retorno ainda poderia ser capturado em uma eventual disparada.

Carteira da Empiricus

Bazan disse que para o investidor conservador, o ideal é alocar 80% do portfólio destinado a criptos em Bitcoin; para o moderado, 65%; e para o arrojado, 50%. Ele falou ainda que, em uma janela de dois anos, há grande probabilidade de o ativo digital superar sua máxima histórica.

“Olhando para possibilidades de alocação, eu acredito que até o fim do ano ainda veremos o BTC como dominante. Dito isso, acho válido ter uma fatia maior em BTC neste momento, seguido de Ethereum (ETH) e algumas [criptomoedas] ‘big caps‘ e um peso menor em ‘mid’ e ‘small caps‘”.

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Recomendações:

Conservador Moderado Arrojado
80% em BTC, 20% em ETH 65% em BTC, 20% em ETH e 15% dividido em altcoins (priorizando as de maior valor de mercado, como SOL, LINK e MATIC, e com posições pequenas em tokens médios, como MKR, [ativo=AVE] e SNX. 50% em BTC, 20% em ETH, 30% em altcoins (parte nas citadas no perfil moderado e parte em ativos de fora da lista dos 100 maiores do mercado)

Carteira do Mercado Bitcoin

O Mercado Bitcoin (MB) também sugeriu mudanças na carteira por causa do cenário atual. No contexto macro, um dos principais catalisadores de alta citados foi o fim do ciclo do aperto monetário nos Estados Unidos, que ganhou ainda mais força depois de o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA de outubro vir abaixo do esperado, reforçando a visão de que o período de juros nas alturas está próximo do fim.

A expectativa de 99,8% dos agentes é que os membros do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) mantenham a taxa básica de juros do país na faixa entre 5,25% e 5,50% na reunião de dezembro. Lembrando que manutenções e quedas de juros costumam atrair investidores para os ativos de risco, como criptos e ações, e diminuem a atratividade dos Treasuries, os famosos títulos do governo norte-americano.

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Em relação aos ETFs, há mais de uma dezena de pedidos sob análise na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC. Segundo o MB, o produto tem o potencial de atrair uma quantidade significativa de capital. De acordo com analistas da Bloomberg Intelligence, o regulador pode aprovar algum lote de registros até o dia 10 de janeiro de 2024.

“Atualmente, a estratégia principal é aumentar a exposição ao Bitcoin. No entanto, é importante destacar que essa alocação não será permanente durante todo o próximo ciclo de alta. As alocações em Bitcoin, Ethereum e USD Coin (USDC) têm o objetivo de minimizar a volatilidade associada aos protocolos mais recentes”, disse o analista Rony Szuster.

Recomendações:

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Conservador Moderado Arrojado
85% em BTC, 13% em ETH e 2% em USDC. 80% em BTC, 18% em ETH e 2% em USDC. 70% em BTC, 22% em ETH, 5% em DeFi (token LDO) e 3% em smartcoins (STX, MATIC, MINA, com 1% em cada).

Leia também:

Carteira da Nord

Luiz Pedro Andrade de Oliveira, analista da Nord Research, também afirmou que vale aumentar a aposta causa dos drivers positivos no médio e longo prazo, em especial o tão aguardado fundo de índice norte-americano da cripto mais importante do setor.

“A aprovação de um ETF de Bitcoin, que agora parece muito provável de finalmente ocorrer, depois de mais de 30 tentativas negadas, pode trazer um fluxo muito positivo de cripto, primeiramente para o Bitcoin e depois escoando os outros criptoativos”

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Outro catalisador de alta, segundo ele, é o halving, evento previsto para ocorrer em abril de 2024 que vai reduzir o pagamento aos mineradores (usuários que ajudam a confirmar transações na blockchain da criptomoeda) dos atuais 6,25 para 3,125 unidades.

“Além de cortar pela metade a emissão de BTC por bloco, (o evento) diminui também a inflação da criptomoeda em um período de quatro anos. Então isso tudo somado (halving, ETF e cenário macro) pode trazer fluxo positivo e uma melhora no humor do mercado e no apetite a risco dos investidores”, disse.

Recomendações:

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Conservador Moderado Arrojado
60% em BTC e 40% em ETH 50% em BTC, 30% em ETH e o restante em quatro criptos menores, como MATIC e LINK. Manter Bitcoin, mas aumentar a diversificação setorial, buscando criptos de DeFi e de jogos.

Lucas Gabriel Marins

Jornalista colaborador do InfoMoney