Dividendos da Petrobras: 4 respostas sobre os efeitos do novo plano estratégico nos proventos

Os pagamentos vão cair ainda mais? Como ficará o dividend yield? Veja respostas para essas e outras dúvidas sobre a remuneração dos acionistas

Equipe InfoMoney

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A Petrobras (PETR3PETR4) anunciou um novo Plano Estratégico na semana passada que encerrou as dúvidas sobre a trajetória de investimentos da empresa para os próximos anos, deixando a impressão de que não é o ideal, mas poderia ser pior. Por outro lado, a novidade deixou investidores atentos a uma redução ainda maior na distribuição de dividendos.

Entre 2024 e 2028, a petroleira prevê investimento de US$ 102 bilhões, aumento de 30,7% antes ao plano em vigor atualmente, distribuídos em Exploração e Produção (71,5%), com foco no pré-sal, além de energias renováveis e descarbonização (11,2%) .

O anúncio representa uma ampliação de 30,7% frente ao plano de negócios em vigor atualmente, que soma US$ 78 bilhões (R$ 382,7 bilhões) para o período de 2023 a 2027.

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Com despesas de capital (capex) mais altas, investidores com foco na estratégia de dividendos começaram a se preparar para um período de aperto nos pagamentos, temendo agravamento do que já era esperado pela nova política de proventos.

Pela regra aprovada em agosto, a distribuição a partir do ano que vem será de 45% do fluxo de caixa livre da empresa, não mais os 60% anteriores. E agora, com investimentos maiores, o montante disponível para dividendos tenderia a reduzir ainda mais.

“Os maiores perdedores deste novo plano parecem ser os acionistas e não os credores”, afirmam analistas do JP Morgan em relatório.

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A nova preocupação vem a reboque de um ano já marcado por menor ritmo de pagamentos. Segundo dados da plataforma Meu Dividendo divulgados em outubro (antes dos pagamentos mais recentes), Petrobras e Vale puxaram queda de 31% nos pagamentos totais desde o começo do ano. De acordo com levantamento da gestora Janus Henderson, o corte de dividendos realizado pela Petrobras este ano foi o maior do mundo.

Mas será que o temor entre “dividendeiros” para o ano que vem se justifica? Veja respostas para quatro dúvidas sobre os efeitos do novo Plano Estratégico sobre os proventos da companhia.

Quanto a Petrobras pagará de dividendos?

Apesar da menor expectativa de entrada de caixa proveniente de desinvestimentos, a expectativa da Petrobras para geração de caixa operacional aumentou para US$ 180 a 207 bilhões para 2024 a 2028, ante US$ 170 a 190 bilhões anteriormente. O salto é principalmente impulsionado pela maior produção de petróleo e pressupostos mais elevados do Brent, analisam Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz, do Santander.

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Com isso, as previsões de dividendos foram reduzidas para US$ 40 a 45 bilhões para o período, contra US$ 65 a 70 bilhões do plano anterior. O número já reflete a nova política de dividendos e os maiores investimentos.

Haverá proventos extraordinários?

Além da remuneração base de US$ 40 a 45 bilhões nos próximos cinco anos, a empresa também deixou na mesa a possibilidade de dividendos extraordinários: estão estimados os valores de US$ 5 a 10 bilhões.

A administração, porém, disse que a decisão de efetuar pagamentos não previstos na política de dividendos passará por avaliação de indicadores como perspectivas de curto prazo, níveis de caixa e balanço. Se todos os três estiverem no lugar, então serão considerados dividendos extraordinários.

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Esses pagamentos não são lineares e variam de ano a ano, otimizando o dividend yield projetado.

Como fica o dividend yield de 2024?

A fórmula de dividendos implica em um rendimento de dividendos de aproximadamente 10% no próximo ano, o que já é acima da média dos pares globais – portanto, justificando a fala do diretor financeiro da Petrobras, Sergio Caetano Leite, de que a Petrobras ainda paga dividendos acima das principais majors. Somos ótimos pagadores”, disse.

Mas, casas como o Goldman Sachs já consideram um número mais alto (ainda indefinido), potencializado pelos dividendos extraordinários, mas também considerando projeção que o fluxo livre de caixa provavelmente estará bem acima do estimado no Plano Estratégico.

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E se investir menos, sobrará mais para proventos?

Logo de início, analistas do Morgan Stanley lembraram que a Petrobras, historicamente, investe abaixo do orçamento, o que leva a crer que o mesmo ocorrerá nos próximos anos. Diante disso, o banco de investimentos projeta a cifra de US$ 80 bilhões como desembolso efetivo para os próximos cinco anos, sendo US$ 14 a US$ 15 bilhões em 2024.

No entanto, a administração da petroleira explicou que se o guidance de capex não for alcançado, os projetos serão adiados, e não encerrados. Dessa forma, os investidores não devem presumir que o dinheiro não gasto será automaticamente pago como dividendos.