Cotas do fundo GGR Covepi Renda (GGRC11) fecham com queda de 6% após prisão de sócios de gestora

Sócios da Supernova Capital, gestora do fundo, foram presos em meio à operação que investiga irregularidades em processos de recuperações judiciais

Mariana Zonta d'Ávila Beatriz Cutait

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SÃO PAULO – As cotas do fundo imobiliário GGR Covepi Renda (GGRC11) fecharam o pregão desta segunda-feira (25) com queda de 5,9%, cotadas a R$ 132,15, após notícia apontando para a prisão dos principais executivos de sua gestora, a Supernova Capital. Na mínima do dia, as cotas chegaram a cair cerca de 9%.

O caso em questão diz respeito à Operação Máfia das Falências, dos Ministérios Públicos de Goiás e Paraná, que investiga irregularidades em processos de recuperações judiciais.

“O grupo teria realizado fraudes em recuperações judiciais e falências, buscando apropriação, desvio e ocultação de bens da recuperação judicial, para prejudicar credores. Também teria sonegado e omitido informações com o fim de induzir a erro o Judiciário, o Ministério Público, os credores e o administrador judicial”, informou, em nota, o MP do Paraná.

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Segundo o jornal Folha de Londrina, os irmãos Tiago Schietti e Lucas Schietti, respectivamente diretor executivo e diretor financeiro da Supernova Capital, foram presos.

Com patrimônio de R$ 778 milhões no fim de outubro, o GGRC11 possui 16 contratos de locação, totalizando mais de 273 mil metros quadrados de área construída, entre imóveis industriais e galpões logísticos.

O fundo imobiliário tem mais de 50 mil cotistas pessoas físicas e, assim, figura na lista dos dez FIIs com maior número de investidores, segundo levantamento feito pela XP Investimentos com base em dados da provedora de informações financeiras Comdinheiro.

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A operação contou com o apoio das Polícias Militar e Civil e dos Gaecos de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul e da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Rio de Janeiro.

Entenda o caso

Segundo informações do Ministério Público de Goiás, a chamada Operação Máfia das Falências levou ao bloqueio de recursos da ordem de R$ 500 milhões e ao cumprimento de sete mandados de prisão preventiva e cinco de prisão temporária.

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Deflagrada no último dia 21, a primeira fase da operação apura irregularidades no processo de recuperação judicial da construtora Borges Landeiro.

“O objetivo da ação foi desarticular uma organização criminosa especializada tanto no cometimento de fraudes a credores quanto na lavagem de capitais, antes, durante e depois de falências e recuperações judiciais”, informou o órgão.

O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) descobriu que a Borges Landeiro ingressou com pedido de recuperação judicial alegando dívidas de R$ 250 milhões, mas apenas seu patrimônio imobiliário seria superior a R$ 600 milhões.

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“A organização criminosa está subdividida nos núcleos financeiro, empresarial, jurídico e de fachada ou de laranjas. Esses núcleos interagiam e se intercomunicavam, formando uma verdadeira rede criminosa com estrutura permanente e compartimentada. O núcleo financeiro é formado por empresários, dispõe de lastro patrimonial e utiliza tanto empresas reais quanto de fachada, para dissimular e camuflar as tratativas em torno da ocultação de patrimônio das empresas do núcleo empresarial. De forma semelhante, age comprando e vendendo os créditos gerados pelas indevidas recuperações judiciais e falências, sendo uma das formas pela qual o esquema criminoso se operacionaliza”, informou o MP-GO.

Gestora nega atuação de sócios em gestão do GGRC11

Em comunicado ao mercado, a Supernova Capital informou que tomou conhecimento pela imprensa acerca do cumprimento de medida cautelar temporária de sócios da gestora e afirmou que os fatos noticiados não dizem respeito a qualquer de suas atividades, dos fundos ou ativos geridos por ela.

Ainda segundo a empresa, as atividades permanecem em pleno funcionamento e os sócios não participam da equipe de gestão dos fundos.

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“Para fins de esclarecimentos, as notícias veiculadas se referem à investigação que tem como objeto a aquisição de créditos estressados de empresa em recuperação judicial no estado de Goiás. Tais operações em nada se relacionam a qualquer atuação da gestora e/ou envolvem quaisquer ativos dos fundos. A gestora ratifica seu compromisso com os mais elevados padrões éticos e de compliance, tendo como foco a gestão de fundos imobiliários, não atuando em operações de créditos estressados.”

Administradora do fundo, a CM Capital Markets também afirmou que, com base nas informações disponíveis até o momento (uma vez que o processo corre em segredo de justiça), bem como nas diligências até o momento empreendidas, não identificou nenhuma relação entre a investigação, a gestora e eventualmente os fundos geridos pela Supernova.

A CM Capital Markets afirmou ainda que iniciou processos internos de diligência e que permanecerá acompanhando os andamentos, com possibilidade de divulgar novos fatos relevantes.

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As cotas do GGRC11 começaram a ser negociadas em Bolsa em maio de 2017. Nos últimos 12 meses, o retorno é positivo em 24%.

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