SÃO PAULO – De janeiro a maio de 2020, a indústria de fundos teve resgates líquido da ordem de R$ 66,4 bilhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
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O movimento de saída foi bastante concentrado entre os investidores do varejo, que tiraram R$ 67,9 bilhões dos fundos nos cinco primeiros meses do ano.
A Anbima informou ainda que também houve saques relevantes, de janeiro a maio, de R$ 38,1 bilhões, por meio do canal chamado de “conta e ordem”, tipo de operação feita por instituições que distribuem fundos administrados por outras casas.
Nesse caso, apenas a instituição distribuidora consegue identificar a segmentação do cliente – o administrador não possui acesso à informação.
anbima
Ainda entre os investidores que mais resgataram recursos no acumulado de 2020, até maio, destaque para os do segmento private, com saídas de R$ 13,5 bilhões, e para os fundos de pensão, que tiraram R$ 11,7 bilhões.
Na outra ponta, o poder público (governo federal, estados e municípios), com R$ 30,1 bilhões, foi o responsável pela maior captação liquida na indústria de fundos, na divisão por tipo de investidor, de janeiro a maio.
O investidor institucional, como entidades abertas de previdência e seguradoras, também alocou mais do que resgatou no período, com saldo liquido positivo de R$ 20,5 bilhões no período.
Nos cinco primeiros meses de 2019, quando os fundos captaram R$ 112,5 bilhões, não houve resgate por parte de nenhuma classe de investidor.
Na ocasião, o institucional liderava entre os investidores com os maiores volumes aportados, com R$ 20,8 bilhões. Na sequência, aparecia o poder público, com R$ 19,2 bilhões, e os fundos de pensão, com R$ 17,2 bilhões. O varejo registrou captação de R$ 2,2 bilhões no referido intervalo.
Retorno entre as classes no 1º semestre
No que tange à rentabilidade dos fundos da indústria, em que o período considerado pelos dados da Anbima corresponde ao primeiro semestre completo, os de renda variável foram os que tiveram as maiores perdas. De janeiro a junho, o Ibovespa caiu 17,8%.
Dentro da categoria de ações, as quedas mais acentuadas foram dos fundos “small caps”, com desvalorização de 20,3%, e dos de dividendos, com baixa de 19,9%.
Os fundos “Ações Livres”, em que o gestor tem a liberdade de escolher os papéis em que deposita maior convicção, foram os que melhor atravessaram o primeiro semestre, com recuo de 12,3%.
Já a maior rentabilidade entre as principais classes da indústria, de janeiro a junho, ficou por conta dos multimercados, mais especificamente dos que investem no exterior, com ganhos de 5,8%.
Ainda entre os multimercados, tiveram rentabilidade positiva, de 2,7% e 1,7%, os fundos “Long Short” neutros, que não se expõem à direção geral do mercado, e os fundos de trading, que realizam operações em diversas classes de ativos (renda fixa, renda variável, câmbio), explorando oportunidades de ganhos originados por movimentos de curto prazo.
A pior rentabilidade na classe, de 3,8%, foi dos multimercados “Long Short” direcional, mais expostos à variação geral dos ativos.
Por fim, na renda fixa, o único tipo de fundo a acumular rentabilidade negativa, de janeiro a junho, de 1,7%, foi o que investe em ativos grau de investimento com prazos de vencimento ao redor dos dois anos.
A maior rentabilidade na classe, de 1,9%, ficou por conta dos fundos de renda fixa grau de investimento sem duration média definida, que fica a critério do gestor.
Logo em seguida, com ganhos de 1,7%, estão os fundos de renda fixa com foco em títulos soberanos de baixa duração, com duration média inferior a 21 dias úteis.
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