Após euforia, NFTs ensaiam nova onda com foco em objetos do mundo real

Relatório da Endeavor mostra que NTFs caminham para reviravolta servindo como certificado digital para imóveis, por exemplo

Paulo Alves

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Símbolo da euforia do mercado de criptomoedas há dois anos, os tokens não-fungíveis (NFTs) despencaram de preço e deixaram má impressão em investidores — mas podem estar preparando uma reviravolta.

Segundo levantamento da Endeavor, especialistas do setor esperam que os NFTs vivam uma nova fase, dessa vez se debruçando sobre a digitalização de objetos do mundo real, como artes ou imóveis. A seu favor, dizem, os NFTs têm a funcionalidade comprovada de servirem como certificado de propriedade de um ativo digital.

A tendência maior de tokens de objetos reais pode estar ligada à necessidade de obter previsão mais concreta de retorno — como os dividendos oferecidos por um token imobiliário. “O foco, neste momento, deve ser em produtos que geram receita”, diz o relatório.

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Outro campo de crescimento para os NFTs é no uso em programas de fidelidade de empresas. Apesar das oscilações no mercado, destaca o levantamento da Endeavor, a demanda global por NFTs se manteve, registrando crescimento de 67% nas vendas dos tokens em 2022.

A demanda veio de grandes marcas do varejo que passaram a explorar novas tecnologias por meio de NFTs, como Starbucks, Tiffany, Nike, Adidas, Reddit, revista TIME e Budweiser.

Já em 2023, apesar dos preços ainda depreciados, diversos indicadores do setor cripto como um todo tiveram melhorias, apontando para um momento de maior maturação da indústria. As stablecoins (criptomoedas com valor estável) cresceram, a quantidade de compradores de NFTs aumentou, e há maior registro de transações e número de endereços ativos de blockchain.

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Cenário favorável no Brasil

O relatório ressalta que o Brasil está em posição de se favorecer em maior nível da retomada do mercado de NFTs. Mesmo diante da crise nesse segmento nos últimos dois anos, o país é o segundo do planeta com o maior número de proprietários de NFTs, atrás apenas da Tailândia.

Atualmente, no entanto, o mercado de NFTs brasileiro se mantém sustentado ainda pela adoção de jogos baseados em blockchain, que remuneram jogadores com ativos digitais. Além disso, NFTs passam a ser adotados por clubes de futebol, que começaram a usar esses ativos para aumentar suas receitas e gerar engajamento com as torcidas.

O Brasil também apresenta vantagem regulatória. O marco regulatório dos criptoativos entrou em vigor em junho, e agora o mercado espera pelas normas específicas que serão editadas pelo Banco Central.

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Para além de NFTs, segundo os especialistas apoiados pela Endeavor, o ambiente favorável no país também deve impulsionar soluções de finanças descentralizadas (DeFi). Nesse segmento, o Brasil é o único país na região, ao lado do México, que tem lançamento previsto de uma moeda digital — o Drex, que está em fase de testes e deve ser lançada entre o fim de 2024 e o começo de 2025.

Paulo Alves

Editor de Criptomoedas