Airdrops: como funciona estratégia que rendeu R$ 30 mil em cripto de graça em 1 dia para brasileiros este ano

Especialista conta no Cripto+ como funcionam os airdrops, potencial de ganhos e o que fazer para participar

Paulo Alves

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Ganhar dinheiro com criptomoedas costuma exigir uma alta dose de estômago para suportar os riscos envolvidos, que vão desde a grande quantidade de golpes e hacks, até a volatilidade inerente da classe de ativos nascente.

No entanto, há pelo menos uma estratégia que deixa boa parte dessas dores de cabeça de lado: dedicando um pouco de tempo, é possível ganhar criptos de graça que, em muitos casos, podem valer milhares de reais. No mundo cripto, a distribuição gratuita de tokens se chama airdrop.

Um dos airdrops que mais chamou atenção recentemente foi o do projeto Arbitrum, que funciona como uma blockchain (rede descentralizada) auxiliar do Ethereum (ETH). Em março deste ano, o time responsável lançou o token ARB, e distribuiu grandes quantidades de graça para quem já havia interagido de alguma forma com a tecnologia. Quem preencheu os requisitos ganhou tokens que chegaram ao valor de R$ 30 mil.

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A distribuição de tokens entra na conta do custo de aquisição de cliente (CAC) do projeto, uma forma de aumentar a base de usuários e facilitar o lançamento de um determinado produto cripto.

“O desenvolvedor quer saber se o produto dele funciona, quer que a gente teste, estresse, fazer [o produto] atingir o pico de uso do produto para saber se ele pode ser lançado oficialmente”, explicou Vinícius Terranova, investidor de projetos cripto nascentes, em participação no Cripto+, programa semanal do InfoMoney sobre o universo dos ativos digitais (assista à íntegra acima).

O que são airdrops

Airdrops são como as amostras grátis de produtos em lojas físicas: o cliente prova um chocolate ou perfume e, se gostar, tem chances de gastar dinheiro no estabelecimento. No caso das criptomoedas, quem recebe também pode gostar de usar a tecnologia proposta por um projeto, mas sobretudo está em busca de faturar: se a solução proposta der certo, o token recebido sem custo pode se valorizar.

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Airdrops não têm periodicidade definida: dependem da decisão dos times de cada projeto. Mas eles acontecem com certa regularidade. Segundo o agregador de dados CoinMarketCap, houve 81 airdrops em 2022, portanto uma média de quase sete por mês.

Nem todos são tão rentáveis quanto foi o da Arbitrum, mas especialistas já estão de olho nos mais promissores. Entre eles, falou Terranova, estão LayerZero, Fuel e AltLayer.

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Quanto é possível ganhar?

O valor distribuído em cada airdrop costuma ir na esteira da expectativa de sucesso daquele projeto. Quando mais promissor, mais rentável tende a ser o airdrop. Mas, é preciso também saber a hora certa de vender.

Após um airdrop, as criptomoedas aparecem automaticamente na carteira do usuário, que terá a opção de mantê-las esperando maior valorização, ou enviá-las imediatamente para uma corretora para liquidar e transformar em dinheiro comum. A liquidez também dependerá da popularidade do projeto.

Por exemplo, os beneficiários do airdrop da exchange descentralizada Uniswap (UNI) receberam, em 2020, 400 tokens UNI cada. Quem decidiu vender imediatamente embolsou cerca de US$ 1.200 (R$ 5,8 mil). No entanto, quem esperou cerca de seis meses, viu o criptoativo valorizar mais de 1.000%, elevando o lucro com o airdrop para cerca de US$ 120.000 (R$ 585 mil).

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É possível também criar várias carteiras (todas anônimas) para multiplicar as chances de recebimento. “A Uniswap distribuiu bastante dinheiro. Tenho um amigo que criava uma carteira para cada projeto que ele entrava, para se manter anônimo ao extremo, e fazia as vendas na Uniswap. Ele tinha mais de 100 carteiras. Ele levou mais de US$ 1 milhão”, comentou Terranova.

O que é preciso fazer?

Para começar, é preciso antes:

Isso porque, embora os requisitos de cada airdrop sejam definidos pelos times dos projetos, exigências comuns passam por interagir com determinada plataforma, o que obriga o potencial candidato a já ter criptomoedas para negociar antes de o airdrop acontecer — sua carteira estará gravada na blockchain e terá mais chances de ser selecionada para receber.

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Exemplo: no airdrop da Arbitrum, um dos requisitos era transferir criptomoedas da rede Ethereum para a rede Arbitrum. As criptos continuam a ser do usuário, mas há um custo de transação que varia entre US$ 10 e US$ 50. Mas, quem realizou essa e outras tarefas que não exigem tantos recursos, recebeu de volta cerca de US$ 6 mil em tokens.

Os requisitos vêm sendo incrementados com o tempo. Em 2017, no airdrop da criptomoeda Origin Protocol, por exemplo, bastou interessados informarem o e-mail no site do projeto para receber, mais tarde, o equivalente a R$ 20 mil em tokens de graça, contou Terranova.

Na conversa com o Cripto+, o especialista explicou por que aposta em LayerZero, Fuel e AltLayer, apontou o caminho mais adequado para começar e deu recomendações de segurança para evitar problemas com a estratégia — especialmente para quem é totalmente iniciante no mundo cripto.

Paulo Alves

Editor de Criptomoedas