7 ações de dividendos indicadas para junho; PETR4 volta à lista e EGIE3 é opção para 7 em 10 corretoras

VIVT3 também ganha espaço e sobe para o segundo lugar, ao lado de VALE3 e BBAS3

Márcio Anaya

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O índice de dividendos da B3 (Idiv) apresentou nova valorização em maio, de 0,8%, terminando o mês em 7.188 pontos. No acumulado de 2023, o desempenho é positivo em 0,5%, ante perda de 1,3% do Ibovespa.

Após os balanços do primeiro trimestre e de olho em uma possível queda nos juros ao longo do ano, algumas corretoras aproveitaram para rodar suas carteiras recomendadas de dividendos em junho. No entanto, apesar de um aumento de 54,5% nas trocas de papéis em relação a maio, a foto das empresas preferidas pelos analistas não mudou muito.

Um dos destaques do mês é a consolidação da Engie (EGIE3) na liderança do acompanhamento – realizado mensalmente pelo InfoMoney. A elétrica agora está presente em sete dos dez portfólios analisados.

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Outra empresa que ganhou terreno foi a Telefônica Brasil (VIVT3), que saltou para a vice colocação geral, com cinco indicações, empatada com Vale (VALE3) e Banco do Brasil (BBAS3).

A novidade de junho é a Petrobras (PETR4), com quatro apontamentos, dividindo o terceiro lugar no pódio com Auren Energia (AURE3) e Itaú Unibanco (ITUB4). Mesmo com as revisões, nenhum papel deixou o rol das mais citadas por especialistas em relação ao mês passado.

Confira as análises sobre cada empresa:

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Em linhas gerais, o BTG Pactual acredita que o ambiente de investimentos do País “melhorou consideravelmente” em maio, o que pode favorecer as ações.

Segundo o banco, houve uma série de eventos positivos no lado fiscal e político, além de dados macroeconômicos indicando atividade e inflação melhores do que o esperado. Tal conjuntura reforça a tese de que o Banco Central pode começar a cortar a taxa Selic em agosto ou setembro deste ano, afirma a instituição.

Todo início de mês, o InfoMoney traz um levantamento das carteiras de ações recomendadas para quem tem foco em dividendos, apontando os cinco papéis preferidos dos analistas. O número pode ser maior, se houver empate – como ocorreu novamente em junho. A análise engloba os portfólios divulgados por dez corretoras.

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Veja a seguir as sete empresas selecionadas para junho:

Empresa Ticker Nº de recomendações  Dividend yield em 12 meses (%) Retorno em maio (%) Retorno em 2023 (%)  Retorno em 12 meses (%)
Engie EGIE3 7 7,55 6,30 15,71 3,66
Banco do Brasil BBAS3 5 9,93 4,11 32,26 34,08
Vale VALE3 5 6,60 -11,86 -26,63 -20,17
Telefônica Brasil VIVT3 5 4,38 -2,72 9,18 -17,12
Auren Energia AURE3 4 10,74 -1,38 5,65 11,48
Itaú Unibanco ITUB4 4 4,84 1,65 6,90 5,87
Petrobras PETR4 4 43,05 10,21 19,73 36,97

Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, Terra Investimentos, XP e Economatica.

Petrobras (PETR4)

A estatal é a única novidade na lista das mais indicadas em relação a maio. A companhia está presente em quatro carteiras deste mês, duas delas como estreante.

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“Embora acreditemos que seja necessária uma maior visibilidade sobre pagamentos de dividendos futuros para justificar uma posição mais otimista sobre as ações, nosso sentimento em relação à empresa melhorou”, diz o BTG, que decidiu incluir os papéis em suas recomendações de dividendos para junho.

“Acreditamos que aqui pode haver uma oportunidade favorável no curto prazo, já que o pior cenário parece estar de lado no momento.” A instituição lembra ainda que, no balanço do primeiro trimestre, a Petrobras anunciou dividendos robustos (US$ 5 bilhões), em linha com sua política, e a decisão de não construir novas refinarias.

Engie (EGIE3)

A companhia ganhou uma recomendação em relação a maio e ampliou a vantagem na liderança do ranking, com um total de sete.

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O BTG considera a empresa um dos melhores ativos de sua cobertura de serviços básicos. “A empresa possui um sólido histórico de boa alocação de capital, juntamente com uma das melhores equipes de gestão do setor.”

O banco lembra que a Engie possui um pipeline de três projetos em construção ou desenvolvimento, totalizando 2 GW de energias renováveis (solar e eólica) para os próximos anos.

Além disso, o grupo alcançou o objetivo de ter 100% de sua produção composta por energia limpa, totalizando mais de 8 GW de capacidade instalada derivada de fontes renováveis.

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Banco do Brasil (BBAS3)

O BB fecha o grupo de papéis de dividendos com cinco indicações em junho.

Recentemente, o Santander elevou o preço-alvo para as ações da instituição, de R$ 62 para R$ 75, com horizonte no fim de 2023. Segundo a corretora, o novo cálculo está diretamente ligado ao aumento da premissa de ROAE (retorno recorrente gerencial sobre o patrimônio líquido médio anualizado) sustentável, de 16% para 18%.

Além disso, considera uma previsão de lucro líquido ajustado de R$ 36,8 bilhões neste ao, ante projeção anterior de R$ 35,6 bilhões.

“É importante ressaltar que, mesmo em caso de piora do cenário macroeconômico, acreditamos que o Banco do Brasil esteja em uma posição melhor, dada a sua exposição ao setor do agronegócio, que sustentou o PIB brasileiro nas últimas décadas”, diz o Santander.

“Por fim, acreditamos que o risco de interferência política é menor do que o mercado considera, dada a melhoria dos padrões de governança corporativa do banco.”

Vale (VALE3)

A mineradora sustentou as cinco escolhas vistas no mês passado e permanece na vice-liderança.

Em relatório, o BTG afirma que a empresa segue como preferida para exposição à reabertura da economia chinesa. “À medida que avançamos em 2023, esperamos que a atividade econômica se recupere gradualmente”, diz a instituição, confiando em menores restrições por parte do governo e na melhora do mercado imobiliário da China.

O banco acredita ainda que o momento operacional da Vale seguirá evoluindo, uma vez que a produção e os custos, para suas divisões de minério de ferro e metais básicos, devem melhorar nos próximos trimestres.

“Em nossa opinião, a administração permanece altamente disciplinada em sua estratégia de alocação de capital (capex de crescimento muito pequeno) – e estimamos um yield próximo de 17% para 2023, incluindo recompras de ações.”

Telefônica Brasil (VIVT3)

A dona da marca Vivo ganhou uma recomendação na virada do mês e, com cinco apontamentos, subiu para o segundo lugar geral, empatada com Vale e Banco do Brasil.

“A Telefônica Brasil é uma empresa que distribui bons proventos e, embora, não vejamos muito espaço para uma reavaliação de múltiplos, vemos VIVT3 oferecendo um bom dividend yield [retorno com dividendos] de 7% – o que implica um bom carregamento para os investidores neste momento de juros mais elevados”, diz a Ágora.

Segundo a corretora, os últimos resultados da companhia vieram bastante em linha com as expectativas de consenso e mostraram boas tendências nas receitas de telefonia móvel.

Auren Energia (AURE3)

Outro representante do setor elétrico é a Auren, presente em quatro portfólios recomendados.

A avaliação da XP é de que a empresa deve anunciar proventos extraordinários ao longo do ano. Pelos cálculos da corretora, o retorno médio com dividendos deve ficar em 10% em 2023.

“Nosso cenário base contempla a perspectiva mais conservadora possível, em que a empresa não realiza aquisições e distribui 100% dos lucros aos acionistas por meio de dividendos”, afirma a instituição.

A XP observa, no entanto, que a Auren possui questões em aberto no horizonte que podem ser fundamentais para a empresa. Isso inclui uma possível securitização de uma indenização relativa à usina Três Irmãos, que pode financiar uma compra relevante ou o pagamento de dividendos extraordinários.

Tal indenização envolve um acordo de R$ 1,7 bilhão com o governo federal, valor que sobe para a casa de R$ 4 bilhões após a correção monetária. “Embora não assumamos nada disso, reforçamos como um potencial divisor de águas para a tese.”

Itaú Unibanco (ITUB4)

Também com quatro indicações, o banco encerra a lista de destaques do mês.

Na opinião do Santander, os últimos resultados do banco e as projeções divulgadas para este ano deixam claro que o Itaú está em um melhor momento que seus concorrentes privados.

“Se considerarmos o ponto médio do guidance do Itaú para 2023, o mesmo implica um lucro líquido de R$ 35,5 bilhões”, destacam os analistas, observando que o montante, se confirmado, representará um crescimento próximo de 15% em relação ao ano passado.

Diante disso, o Santander ajustou recentemente sua recomendação para os papéis, de “manutenção” para “compra”, mantendo o preço-alvo de R$ 31 para o fim de 2023.

Márcio Anaya

Jornalista colaborador do InfoMoney