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SÃO PAULO – A Cielo (CIEL3) deixou investidores descontentes com o desempenho no segundo trimestre, mas sua política de dividendos e sua forte queda fazem com que a empresa volte a cair nas graças de alguns analistas de mercado. Um dos que estão otimistas com a credenciadora de pagamentos é o Citi, que reiterou sua recomendação de compra das ações de olho nos “gordos dividendos”, com um dividend yield (relação entre o total de dividendos e o preço da ação) de 9,7%. Isso mesmo: proventos de 9,7%, valor que representa cerca de 130% do CDI projetado para os próximos 12 meses.
Na semana passada, a empresa anunciou o pagamento de R$ 3,5 bilhões em proventos aos acionistas, sendo R$ 1,75 bilhão a ser pago no dia 28 de setembro, dividido em R$ 1,4 bilhão em dividendos e R$ 312,5 milhões em juros sobre capital próprio. Com a ação registrando fortes quedas em meio ao resultado negativo e sinais de maior concorrência (no ano, os papéis caem quase 40%, ao seu valor mais baixo desde fevereiro de 2013), a proporção do dividendo em relação ao preço da ação ficou ainda mais atrativo.
Para o time de análise do Citi, o preço atual dos papéis mais do que precifica todos os desafios que a empresa está passando. O dividend yield elevado também deve fornecer suporte importante para os papéis enquanto as perspectivas para a empresa não melhoram. A análise teve repercussão positiva no mercado e as ações da Cielo disparam mais de 6% no pregão desta quarta-feira (9).
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O dividendo a ser pago por ativo foi estimado em R$ 0,529505035. “A nova política de dividendos parece atraente, embora o ambiente competitivo continue difícil”, avaliam os analistas do Bradesco BBI. Eles destacam ainda o fato de que os dividendos serão pagos em valores fixos, “possivelmente atuando como um piso para o preço das ações nos próximos trimestres”.
A companhia pagará também R$ 875 milhões no primeiro trimestre e R$ 875 milhões no segundo trimestre de 2019. A Cielo informou ainda que irá alterar a periodicidade de pagamentos de proventos, de semestral para trimestral. O pagamento será feito com base na posição acionária de 14 de setembro.
Apesar da avaliação otimista em relação aos dividendos, o Citi reduziu suas estimativas para lucro líquido da Cielo de 2018 e 2019 em 7% para incluir novas previsões macroeconômicas, margens menores e ambiente competitivo desafiador. A expectativa é de que de 17% no lucro líquido de 2018, crescimento de 2% em 2019 e aumento de 11% em 2020. O preço-alvo do papel foi reduzido de R$ 21,5 para R$ 20, o equivalente a um potencial de valorização de 50,6%. De qualquer forma, o banco reiterou: “o dividendo de 9,7% (sim, isso é certo, 9,7%), deve fornecer um apoio importante” aos papéis.
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