Na DPSP, o remédio para crescer digitalmente é abrir novas lojas físicas

Empresa vai inaugurar 130 novas lojas em 2023, um aumento de 85% na comparação com as 70 unidades inauguradas em 2022.

Mariana Amaro

Christiano Hyppolito, CDO do Grupo DPSP (Foto: Divulgação)

Publicidade

O Grupo DPSP, fusão das bandeiras Drogarias Pacheco e Drogaria São Paulo, vai inaugurar 130 novas lojas em 2023, um aumento de 85% na comparação com as 70 unidades inauguradas em 2022.

Todas essas inaugurações de uma das maiores redes de varejo farmacêutico do país vão levar o grupo a mais de 1.550 lojas espalhadas por nove estados além do Distrito Federal. E, apesar de parecer contraditório, a expansão física está interligada com a estratégia de crescimento digital da companhia.

Assim como aconteceu com o setor farmacêutico de maneira geral, as vendas no online cresceram durante a pandemia. Hoje, cerca de 10% das vendas do grupo têm origem digital – um número cinco vezes maior quando comparado com 2020. “A demanda aumentou muito em 2020 e não caiu depois, como aconteceu em outros setores, como o varejo de moda. Com isso, passamos a enxergar o cliente em todos os canais”, diz Cristiano Hyppolito, diretor digital da companhia.

Continua depois da publicidade

O plano foi escalando da retirada em loja, antes, disponível em apenas 50 estabelecimentos, até estar presente em todos os pontos físicos do grupo. “Hoje, cerca de 50% das compras online são retiradas na loja. Com o aumento de capilaridade que teremos este ano, além de três dark stores em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, juntamos completamente o mundo físico e o digital”, afirma Hyppolito. Agora, a missão é outra: “Precisamos ter uma entrega mais rápida de iFood, Rappi e Cornershop”, diz.

Para acelerar o crescimento, o grupo investirá R$ 500 milhões em tecnologia e digitalização. O investimento tem dado retorno: em dezembro de 2022, o grupo atingiu a marca de R$ 1 bilhão em vendas nos canais digitais em um ano, um valor que representa uma alta de mais de 56% na comparação aos 12 meses anteriores. Mas a estratégia não é aumentar o percentual de vendas no digital. “Isso não vai existir mais nos próximos três ou quatro anos, porque os clientes estarão conectados em vários canais. Queremos ser um canal que os clientes buscam de forma online ou física”, afirma Hyppolito.

Outros focos

A DPSP nasceu em 2011 da união de duas tradicionais redes de farmácias do Brasil, a Drogaria São Paulo, fundada em 1943, por Thomaz de Carvalho, e a Drogaria Pacheco, fundada por José Magalhães Pacheco em 1892. Hoje, parte do negócio ainda pertence às famílias dos fundadores. Mas apesar da história de tradição, a empresa tem buscado inovar.

Continua depois da publicidade

Com a ideia de diversificar as vendas em 2023, o grupo aposta no desenvolvimento de seu marketplace como um ecossistema de soluções de saúde e bem-estar no Brasil. “Vamos aumentar o leque de produtos ofertados por parceiros no site de um lado e, de outro, usar toda a nossa malha logística para apoiar os vendedores”, afirma Hyppolito.

Também com a visão de diversificação de negócios, o grupo voltou as atenções aos profissionais de saúde. Um ano atrás, a DPSP comprou a TI Saúde, uma startup criada em 2016 para atendimento e relacionamento de profissionais de saúde, que digitaliza prontuários e oferece serviços como telemedicina por um valor não revelado.

Em 12 meses, o número de inscritos na plataforma foi de 6 mil para 23 mil e rendeu contratos de atendimento com operadoras de saúde com a Porto Saúde e Seguro Unimed. “O que o Open Finance fez com os bancos, é o que buscamos para a saúde, com a chegada do Open Health”, afirma. O braço da companhia voltado para esse setor já gera receita de forma recorrente e a expectativa é que o negócio atinja 150 mil profissionais de saúde e o break even nos próximos cinco anos.

Continua depois da publicidade

O setor

O movimento de expansão da DPSP acontece em um momento de pressão das grandes redes de supermercados para obterem permissão regulatória para venda de medicamentos isentos de prescrição em seus estabelecimentos. Enquanto isso, na liderança do setor, a Raia Drogasil (RADL3) elevou sua previsão de abertura de novas lojas nos próximos quatro anos de 240 para 260 ao ano e inaugurou, no segundo semestre do ano passado, sua plataforma de Corporate Venture Capital.

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.