Bosch e IBM se unem na busca de minerais substitutos para carros elétricos

A cooperação entre as companhias usará a computação quântica para explorar materiais diferentes que podem substituir lítio, níquel e cobalto

Mariana Amaro

Carro sendo abastecido por energia elétrica

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A Bosch, multinacional alemã de engenharia e uma das maiores fabricantes de autopeças da Europa, e a IBM, gigante da computação, se uniram. As empresas anunciaram uma parceria em pesquisa para usar computação quântica e tecnologia de simulação em busca de alternativas às terras raras e metais necessários para veículos elétricos.

Os minerais usados na fabricação desse tipo de automóvel, como ímãs de motores elétricos, membranas em células de combustível para tecnologia de hidrogênio, entre outros materiais usados na indústria aeroespacial e militar são caros e, muitas vezes, extraídos de maneiras pouco sustentável.

A China fornece 98% da demanda da União Europeia por ímãs feitos de terras raras, e os minerais usados em baterias, como lítio, níquel e cobalto, também são quase inteiramente importados do exterior.

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De acordo com Thomas Kropf, chefe de pesquisa e desenvolvimento corporativo da Bosch, a cooperação entre as duas companhias usará a computação quântica para explorar quais materiais diferentes podem substituir parcial ou totalmente os usados ​​atualmente.

A Bosch planeja usar mais de 20 computadores quânticos da IBM para

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Dê olho no futuro

O objetivo da parceria é alcançar resultados em 10 anos. “Esta tecnologia está prestes a se tornar real”, disse Stefan Hartung, presidente-executivo da Bosch. que acrescentou que a Bosch está compartilhando sua experiência na simulação de materiais com a IBM para “áreas de aplicações muito específicas” e, em troca, obteria “indicações mais profundas sobre o poder e a aplicabilidade da computação quântica, incluindo hardware”.

Esta não é a primeira iniciativa na busca por tecnologias sustentáveis da Bosch: a empresa está investindo 10 bilhões de euros em digitalização e conectividade até 2025, e novas tecnologias focadas em sustentabilidade e mobilidade representando dois terços desse montante.

Computador poderoso

A IBM lançou nesta quarta-feira (9) seu mais poderoso computador quântico, chamado de “Osprey”, com poder de processamento de 433 qubits, três vezes mais que a máquina “Eagle” anunciada ano passado.

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O número de qubits, ou bits quânticos, é uma indicação do poder de processamento do computador que usa a mecânica quântica, embora diferentes fabricantes façam alegações distintas sobre o poder de processamento de seus qubits, que podem ser criados de várias formas.

Os computadores quânticos podem processar, em segundos, grandes quantidades de dados que até mesmo os computadores mais poderosos levam horas ou dias para processar. Grandes empresas do setor de tecnologia, como Microsoft, Alphabet e Intel têm dedicado boa parte de seu orçamento de pesquisa a esse tipo de tecnologia.

Dario Gil, diretor de pesquisa da IBM, afirmou que a companhia ainda está trabalhando para lançar um computador quântico com mais de 1.000 qubits. A IBM já montou mais de 20 computadores quânticos ao redor do mundo e os clientes da companhia podem acessá-los por meio de serviços de computação em nuvem.

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(Com informações da Reuters)

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.