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O estado de São Paulo já conta, em alguns trechos de estradas sob concessão, com dois sistemas de pedágio por quilômetro rodado.
O sistema free flow está em fase inicial de testes na rodovia Ayrton Senna (SP-070) desde abril. Nesta modalidade, não há as barreiras físicas de pedágio, e o pagamento é proporcional — o motorista só paga pelo trecho percorrido na rodovia.
Apesar de a Ayrton Senna ser hoje a única rodovia do país que testa o free flow, o estado de São Paulo possui, desde 2013, um sistema semelhante, chamado de Ponto a Ponto (PaP).
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A Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) diz que no PaP, a cobrança do sistema é feita eletronicamente, por meio de pórticos (arcos perpendiculares ao chão) instalados ao longo das rodovias que dispensam a manipulação de dinheiro.
“Isso melhora as condições operacionais das rodovias, proporciona fluidez e reduz o tempo das viagens”, diz, por nota, a agência que pertence ao governo paulista.
Como no free flow, no PaP não há praças de pedágios com cobradores e barreiras físicas. Conforme os carros identificados pelas concessionárias passam, é efetuada uma cobrança de tarifa proporcional ao período percorrido até ali.
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Se um pedágio hoje custa R$ 10, dois motoristas pagam o mesmo valor não importando se um deles percorreu apenas 10 km da rodovia e o outro 90km — a ideia do Ponto a Ponto e do Free flow é distribuir o valor cobrado conforme a distância percorrida.
Free flow x Ponto a Ponto
Embora haja semelhanças, a Artesp diz que os dois sistemas têm suas diferenças. A principal delas é a abrangência.
“O free flow foi desenhado para ser mais acessível, para todo mundo usar quando o sistema funcionar de forma plena. Do outro lado, o Ponto a Ponto é um sistema operado por algumas concessionárias de rodovias para atender grupos de pessoas específicos que passam com frequência por determinadas regiões”, diz.
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Assim, por ora, o PaP é uma alternativa que funciona em São Paulo e sem previsão de expansão para mais estados. Se um motorista atravessa diariamente um determinado trecho com pedágios pode ser elegível a ter uma identificação especial e passar a ser cobrado por km rodado.
Para ser elegível ao uso do PaP, o motorista precisa entrar em contato com a concessionária da rodovia e fazer um cadastro. O critério fundamental para aprovação é o local de emplacamento do veículo, que precisa ser oriundo de alguns municípios que estão no percurso dos pórticos instalados.
Depois de aprovado, o veículo do motorista é marcado com uma tag de cobrança automática distribuída pela concessionária. Dados mais recentes apontam a existência de ao menos 240 mil motoristas com acesso ao Ponto a Ponto nas quatro rodovias de São Paulo (veja lista abaixo).
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Não há custo extra, e o sistema não concede descontos aos usuários, apenas garante o pagamento da tarifa de pedágio proporcional ao trecho efetivamente percorrido.
Apesar das semelhanças no funcionamento, a Artesp afirma que, por enquanto, não há intenção de transformar as rodovias que possuem o PaP em free flow por considerar que o sistema paulista cumpre sua função.
Rodovias com Ponto a Ponto
Veja, abaixo, lista de rodovias paulistas com Ponto a Ponto (PaP) em funcionamento:
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- Engenheiro Constâncio Cintra (SP-360), entre os municípios de Jundiaí e Itatiba;
- na Rodovia Santos Dumont (SP-75), no município de Indaiatuba;
- na Rodovia Governador Adhemar Pereira de Barros (SP-340), que corta os municípios de Campinas, Jaguariúna e Mogi Guaçu;
- na Rodovia Prof. Zeferino Vaz (SP 332), em Paulínia, Cosmópolis, Artur Nogueira, Engenheiro Coelho e Conchal.
Exemplo
Considere que um motorista vá de Salto à Campinas pela rodovia Santos Dumont (SP-075). Ao usar o PaP, ele pagaria R$ 3,40 + R$ 2,80 + R$ 1,20 + R$ 2,20 atravessando quatro pórticos — totalizando R$ 9,60 (veja esquema abaixo).
Utilizando o sistema tradicional para o mesmo percurso, o motorista passaria por um único pedágio que custa R$ 15,20 — quase 40% em relação ao PaP.
A ideia é que esse motorista, desde que tenha carro emplacado em uma das cidades da região, possa aderir ao sistema ponto a ponto direto com a concessionária da rodovia Santos Dumont, a AB Colinas.
Para obter mais informações sobre como aderir ao ponto a ponto e quais as cidades envolvidas com o sistema, consulte o site da Artesp.
Rodovias em teste de free flow
- rodovia Ayrton Senna (SP-070), que corta os municípios de Guarulhos, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes e Guararema; (free flow — em testes iniciais)
- rodovia Dutra (SP-060), na região de Guarulhos (testes futuros)
Como mencionado, na Ayrton Senna, está acontecendo o projeto-piloto que vai servir de base para as próximas etapas de expansão do uso do sistema no estado de São Paulo.
O free flow é estudado por um grupo de trabalho formado por representantes das concessionárias privadas, das empresas de pagamentos automáticos, do governo e de agentes, cujo principal objetivo é discutir a implementação e a execução do projeto.
Como o free flow ainda está em fase embrionária e não possui nenhum tipo de regulamentação, o pagamento da tarifa para quem usa a Ayrton Senna continua sendo realizado na praça de pedágio.
Segundo o Ministério da Infraestrutura, o primeiro teste em uma rodovia federal está previsto para acontecer na Dutra, na região de Guarulhos, em São Paulo, “após as obras de adequações que serão feitas naquela região, diante do novo contrato de concessão do leilão realizado no final de outubro de 2021”.
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