Registro de inadimplentes no país sobe 19,9% em 2022, aponta indicador da Boa Vista

2023 deverá ser mais um ano de inflação e juros altos, diz economista

Estadão Conteúdo

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O número de registros de inadimplentes aumentou 3,6% em dezembro na comparação na margem e fechou o ano com alta de 19,9% em relação a 2021, segundo dados dessazonalizados da Boa Vista, empresa brasileira de inteligência analítica.

O indicador encerrou o quarto trimestre do ano passado 4,7% a frente da média observada no terceiro trimestre de 2022, também na série livre dos efeitos sazonais. Na comparação interanual, os dados apontam crescimento de 30,3% na comparação de dezembro de 2022 com dezembro de 2021.

De acordo com o economista da Boa Vista Flávio Calife, o indicador voltou a subir após o período atípico de 2020 e 2021, e não haveria surpresa se o registro de inadimplentes voltasse a subir em 2023, embora a projeção atual da empresa seja de um avanço mais tímido em relação ao observado em 2022.

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“O cenário é delicado: 2023 deverá ser mais um ano de inflação e juros altos. O crédito também cresceu bem em 2022, mesmo quando descontamos o uso do cartão de crédito à vista, e isso também pode pressionar o orçamento das famílias por um pouco mais de tempo. A tendência, por ora, aponta para mais elevação nos registros, assim como para a taxa de inadimplência, em 2023”, afirma Calife.

Recuperação de crédito

O Indicador de Recuperação de Crédito da Boa Vista registrou crescimento de 15,4% em 2022 na comparação anual. O indicador subiu 2,9% em dezembro na comparação mensal dos dados dessazonalizados com novembro. Na comparação de dezembro de 2022 com dezembro de 2021, a variação foi de 30,9% nos dados originais.

“O forte aumento no número de registros influenciou no aumento significativo no número da recuperação de crédito”, pondera Calife. “As famílias têm buscado cada vez mais por estes serviços de recuperação, uma vez que possuem cada vez mais opções, e agora está em discussão um novo programa federal de renegociação de dívidas, o Desenrola”, acrescenta o economista, que avalia que a inadimplência não deve cair de forma consistente tão cedo.