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Empresa que torna ‘os seguros mais fáceis’ mira no Brasil com tecnologia para combater fraudes

Rajat Sharma, CRO da eBaoTech, tem planos para ampliar presença no país fornecendo serviços a telecoms e fintechs

Equipe InfoMoney

Rajat Sharma, Chief Revenue Officer da eBaotech, durante painel da Fides 2023 (Foto: Divulgação/CNseg)

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“Vi muito buzz no ecossistema de seguros aqui, me lembra do cenário na Índia e na China. A afirmação de Rajat Sharma, CRO da provedora de soluções digitais de Cingapura eBaoTech, diz respeito ao ambiente favorável à inovação tecnológica que ele encontrou no país, onde tem clientes como a BS2 Seguros, que emitiu sua primeira apólice em agosto do ano passado e pretende alcançar o faturamento de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos.

Este ambiente é simbolizado também pelos sandbox regulatórios promovidos pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), nos quais as sociedades participantes podem testar produtos inovadores e novas formas de prestar serviços tradicionais sob supervisão da autarquia vinculada ao Ministério da Economia — a terceira edição do projeto foi anunciada durante a Fides 2023, no mesmo painel de que Sharma participou.

Fundada em 2000 com a missão de “tornar os seguros mais fáceis”, a eBaoTech se vende como a líder global em tecnologia para o setor, atendendo gigantes como AIG, CHUBB, HSBC, CCIC (China), OLA e SBIG (India), entre mais de 300 seguradoras em mais de 30 países, com uma carteira de US$ 20 bilhões em prêmios brutos emitidos (GWP).

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Seu carro-chefe é uma plataforma de API aberta chamada InsureMO, que permite que organizações de seguros (desde operadoras de seguros, corretores, agentes, canais até startups de insurtech) lancem rapidamente produtos em pontos de distribuição digital.

Em entrevista ao InfoMoney, o CRO da empresa falou sobre os planos para ampliar sua presença no país mirando telecoms, fintechs e outras empresas na liderança da revolução tecnológica.

Confira, a seguir, alguns trechos da entrevista

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Quem são seus principais clientes brasileiros e que tipo de produtos eles usam?

O que estávamos fazendo na América Latina até agora era essencialmente negócios dirigidos por aplicativos. O InsureMO é um middleware que permite às operadoras se digitalizarem usando um cardápio de aplicativos da eBaoTech. Atendemos empresas como HDI, AIG, AKAD, Zema Seguros, BS2 seguros. E algumas que fizeram parte dos sandbox regulatórios da Susep, como a Darwin e a 88i. São exemplos de uso muito interessantes. O outro modelo de negócios que ainda não trouxemos para o mercado latino-americano é o ecossistema de canais. Estamos tentando atrair empresas de telecomunicações, de comércio eletrônico, fintechs.

Qual o tamanho da eBaoTech no país?

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Não estamos olhando para o GMV (volume bruto de mercadorias) no momento. Globalmente, alimentamos cerca de US$ 20 bilhões em prêmios, somando seguradoras e canais. Na América Latina, estamos muito focados na digitalização de seguradoras. Temos cerca de 15 seguradoras no Brasil e cerca de outras 10 em toda a região. Em termos dos nossos números no mercado brasileiro, somamos cerca de US$ 1 bilhão de dólares em GWP. Mas o fato é que ainda existem aplicações que podemos habilitar para canais. Por exemplo, esse US$ 1 bilhão pode vir de empresas de telecomunicações, de comércio eletrônico, de transporte, de fintechs? É aí que está a empolgação. Queremos ser muito agressivos nesse aspecto.

Em sua fala no painel, você mencionou o buzz que sentiu no mercado de seguros brasileiro.

Sim. Um bom exemplo são os sandbox da Susep. Os reguladores brasileiros estão dando muitas oportunidades a essas empresas, e nós usamos esses estudos de caso em outros mercados, eu mencionei exemplos da Índia, da China e de Cingapura, mas citamos muitos estudos de caso brasileiros no outro lado do mundo. Temos visto muita excitação nos mercados emergentes, como Índia, Indonésia, Vietnã, América Latina, com potencial maciço. Muitas dessas empresas virão ao Brasil e é por isso que estamos investindo tanto.

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Muito se tem falado sobre o potencial de crescimento do mercado brasileiro de seguros, que ainda é limitado, mesmo em áreas em que o país se destaca, como a agricultura, onde apenas 15% das plantações são seguradas. Como as novas tecnologias vão ajudar a conquistar este mercado potencial?

A tecnologia não tem limites. Ouvi a fala do CEO do BB Seguros, ele mencionou como seguros rurais são amplamente digitalizados. Há muitos casos de uso relacionado com a IoT (internet das coisas) que estão entrando no mercado de seguros agrícolas. Podemos ser a ponte para trazer novas tecnologia e complementar o que está acontecendo no Brasil com as imagens geoespaciais, baseadas em satélite. Todas essas tecnologias de seguros agrícolas são casos de uso massivo, já estamos vendo isso acontecer na China e em alguns outros países. Conversei com ele para saber se estão explorando esse tipo de análise de imagens geoespaciais para o seguro agrícola, para prever reclamações, prever fraudes e coisas assim. Ele ficou muito interessado. Então, se pudermos complementar a atuação do BB com uma empresa especializada em análise de dados geoespaciais, podemos ter um crescimento de 30 a 40% e, ao mesmo tempo, reduzir muito as fraudes e as reclamações.