Como ficam os shoppings com o aumento de casos de Covid e Influenza? Setor diverge sobre redução do horário de funcionamento das lojas

Entidades ligadas ao segmento afirmam que o cenário epidemiológico exige cautela e atenção

Mariana Amaro

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A Ablos (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites) iniciou um debate. Trouxe a público um pedido de redução de horário de funcionamento em shoppings no país nas próximas semanas. O comunicado da entidade, do último domingo (8), chacoalhou o setor.

A medida, segundo a Ablos, ajudaria os varejistas a lidar com o problema da falta de funcionários que estão, dia após outro, sendo infectados pelo coronavírus ou gripe e precisando se afastar das funções.

A notícia foi dada pela coluna Painel S.A., da Folha de S.Paulo, e reflete a preocupação do setor com o aumento de contágio e possíveis medidas de contenção de disseminação da doença que, nesta segunda-feira (10), registrou um novo recorde de casos no mundo em 24 horas: 3,2 milhões de infecções, de acordo com dados da Our World in Data, projeto ligado à Universidade de Oxford, do Reino Unido.

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Só o Brasil computou, nas últimas 24 horas, pouco mais de 70 mil infecções, segundo o ministério da Saúde.

Diante do panorama atual, seria o momento de fechar o comércio novamente para tentar reduzir a disseminação? Para a ABRASCE, Associação Brasileira de Shopping Centers, a resposta é não. Ao menos, por enquanto.

A associação informou, por meio de nota ao InfoMoney, que entende que o momento requer atenção, “mas compreendemos que o setor de shopping centers trabalha há quase dois anos com medidas sanitárias que garantem o bom funcionamento dos empreendimentos sem colocar em risco a integridade física de funcionários, lojistas e frequentadores”.

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A entidade afirmou ainda que o setor, que conta com mais de 600 shoppings pelo país e mais de 100 mil lojas, segue cumprindo o que determina decretos estaduais e municipais, como uso obrigatório de máscara, aplicação das regras de distanciamento para evitar aglomerações, disponibilização de álcool em gel nos mais variados pontos dos empreendimentos, campanha de incentivo a vacinação da população, dentre outras iniciativas.

E adiciona, ainda, que acompanha o cenário com cautela mas lembra que “o novo surto ocorre em um cenário diferente do observado no início de 2021, graças ao volume de pessoas vacinadas no país”.

Para Luís Augusto Ildefonso, diretor institucional da ALSHOP (Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings) medidas de restrição de horários ou fechamento não estão nos planos, ao menos por enquanto. “Não vamos tapar o sol com a peneira: os casos estão aumentando muito. Mas na área do comércio, embora tenha acontecido alguns casos, é algo pontual. Precisamos lembrar que o fechamento que aconteceu no passado foi muito danoso para o comércio e talvez o pior momento para os lojistas brasileiros. Muitos precisaram fechar as portas definitivamente”, diz Ildefonso.

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Diante da repercussão no setor, a Ablos informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que irá se manifestar sobre o pedido de redução de horário de funcionamento das lojas apenas no decorrer da semana, conforme for repassado o aumento do número de atestados dos funcionários.

Novas restrições em São Paulo?

Nesta terça-feira (11), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) afirmou que eventos com aglomerações podem sofrer restrições, mas disse ainda que as medidas não devem afetar os setores produtivos como indústria e comércio.

“Quero tranquilizar o comércio e o setor de serviços: não há nenhuma recomendação, até o presente momento, de restrições que poderiam ser implementadas. Há, sim, cautela e uma recomendação expressa para que as pessoas usem máscaras”, disse o governador, em coletiva de imprensa realizada em Monte Aprazível.

Mariana Amaro

Editora de Negócios do InfoMoney e apresentadora do podcast Do Zero ao Topo. Cobre negócios e inovação.