Vale (VALE3) tem lucro de US$ 4,4 bilhões no 1º trimestre, queda anual de 18%, mas acima do consenso

Menores volumes vendidos, por conta da sazonalidade, derrubou lucro da mineradora na bases trimestral e anual

Vitor Azevedo Felipe Moreira

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A Vale (VALE3) registrou um lucro líquido de US$ 4,48 bilhões, desempenho 18% inferior ao reportado no mesmo período do ano passado, quando esse número foi de US$ 5,477 bilhões. O resultado, contudo, veio acima do previsto pelo consenso da Refinitiv, que era de lucro de US$ 4,24 bilhões.

Em reais, o lucro da Vale somou R$ 23,1 bilhões, desempenho inferior ao do mesmo período do ano passado, de R$ 31,8 bilhões.

A receita atingiu US$ 10,8 bilhões no primeiro trimestre, abaixo dos US$ 12,5 bilhões de um ano antes e abaixo do consenso de US$ 11,7 bilhões. Além disso, o faturamento caiu também na base trimestral – uma vez que a companhia fechou o trimestre encerrado em dezembro com receita de US$ 13,1 bilhões.

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Na base trimestral, o faturamento da Vale regrediu mesmo com o preço de referência do minério de ferro 62% Fe tendo avançado 29% na mesma comparação, para US$ 141,1 a tonelada. A queda se deu porque a alta dos preços não conseguiu remediar totalmente, segundo a própria companhia, a baixa da produção.

“A receita líquida de finos de minério, de US$ 7,2 bilhões, foi 17% na base trimestral, principalmente devido à sazonalidade climática usual do primeiro trimestre do ano”, comentou a mineradora no documento publicado na noite desta quarta-feira (27).

A Vale vendeu entre janeiro e março deste ano 51,3 milhões de toneladas de minério de ferro, ante 57,6 milhões no primeiro trimestre de 2021 e 81,7 milhões no quarto.

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Na base anual, ajuda a justificar a queda da receita, além da menor produção, também o recuou do preço obtido por tonelada, sendo que nos três primeiros meses do ano passado este era de US$ 166,9.

Além disso, a menor produção levou a um aumento do custo de caixa para a mineradora, por conta da menor diluição dos gastos fixos. Os gastos foram pressionados também pela valorização do Real frente ao dólar e pela alta dos combustíveis, que elevou o preço do frete. O custo caixa C1 aumentou US$ 2,2 por tonelada na base trimestral e a companhia gastou, ao total, US$ 2,3 bilhões.

As despesas com finos de minério de ferro, líquidas de depreciação, contudo, ficaram estáveis, totalizando US$ 202 milhões.

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Ebitda da Vale

O lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado proforma foi US$ 6,3 bilhões, abaixo de igual intervalo de um ano antes, quando foi de US$ 8,6 bilhões e recuando também na base trimestral, uma vez que entre outubro e dezembro ele foi de US$ 6,8 bilhões. O número também frustrou levemente o consenso da Refinitiv, que previa um Ebitda de US$ 6,4 bilhões.

Pesou sobre o desempenho da Vale, além do minério de ferro, os resultados operacionais de outros metais – a receita provinda deste braço recuaram, ficando em US$ 1,9 bilhões, baixa de 17,9% na base trimestral e de 15,8 % na anual.

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Níquel e cobre, metais básicos que são destaques entre os produzidos pela empresa, também registraram menores volumes de venda entre janeiro e março deste ano. As baixas, porém,  não se deram por conta das chuvas, mas sim por manutenções planejadas nas minas do Sossego, em Carajás, e Sudbury, no Canadá. A receita líquida com cobre foi de US$ 534 milhões e com níquel, de US$ 866 milhões. O Ebitda ajustado de Metais Básicos foi de US$ 751 milhões, US$ 60 milhões abaixo do quarto trimestre.

No mais, pesou sobre o lucro líquido da Vale o resultado financeiro, que foi negativo em US$ 445 milhões – abaixo dos US$ 1,3 bilhão do mesmo período de 2021 mas crescendo consideravelmente na base trimestral por conta da variação monetária.

A mineradora ainda viu sua dívida bruta avançar levemente na base trimestral e anual, fechando março em US$ 12,3 bilhões. A dívida líquida, por sua vez, registrou alta mais forte, fechando em US$ 4,9 bilhões – ante US$ 1,8 bilhão em dezembro e a um caixa líquido de US$ 505 milhões em março de 2021.

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Vale (VALE3) muda projeções e anuncia recompra de ações

Além do balanço, a Vale atualizou suas estimativas para o negócio de minério de ferro.

A mineradora prevê agora um custo caixa C1 de finos de minério de ferro entre US$ 18,5 e US$ 19 a tonelada e em 2022, considerando um câmbio médio de R$ 5,0 o dólar e um petróleo Brent a US$ 100 o barril.

Por fim, a mineradora ainda informou que o  seu Conselho de Administração aprovou um novo programa de recompra de ações ordinárias, por conta da aproximação da conclusão do programa vigente, com aproximadamente 168 milhões das 200 milhões de ações recompradas até essa data.

O novo programa de recompra está limitado a um máximo de 500.000.000 ações ordinárias e seus respectivos ADRs, representando cerca de 10% do número de ações em circulação, conforme a atual posição acionária.

O programa será implementado ao longo dos próximos 18 meses e após a conclusão do programa vigente.

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