Vale (VALE3) e siderúrgicas fecham em queda na Bolsa com corte de juros na China falhando em animar commodities

Expectativa era por mais estímulos, que não vieram; Julius Baer destacou em relatório esperar por medidas mais direcionadas

Equipe InfoMoney

Mina de ferro da Vale em Minas Gerais (Photo by Giles Barnard/Construction Photography/Avalon/Getty Images)

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Duas notícias que a rigor poderiam ser positivas para a Vale (VALE3) não evitaram uma queda das ações da mineradora na sessão desta terça-feira (20). Os ativos VALE3 caíram 2,58%, a R$ 67,61. Cabe destacar que os papéis da CSN (CSNA3, R$ 13,12, -2,24%), CSN Mineração (CMIN3, R$ 4,45, -1,77%), Gerdau (GGBR4, R$ 25,86, -1,41%) e Usiminas (USIM5, R$ 7,39, -1,47%) também registraram quedas entre 1% e 2,3% no pregão.

O mercado reagiu nesta manhã ao noticiário sobre o  Banco do Povo da China, que baixou suas taxas referenciais de empréstimo (LPR, na sigla em inglês) de um ano e cinco anos  em 10 pontos-base cada, a primeira redução em dez meses, à medida que as autoridades buscam sustentar uma recuperação em desaceleração.

Contudo, participantes do mercado se decepcionaram, uma vez que esperavam por mais medidas de estímulo, em meio aos dados ainda ruins do gigante asiático após a reabertura econômica.

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Recentemente, os dados de maio mais fracos do que o esperado da China levaram economistas de vários bancos importantes a reduzirem suas previsões de crescimento para o ano, com as expectativas para o país agora ficando para mais suporte político, através de estímulos, nas próximas semanas.

Os contratos futuros do minério de ferro caíram nesta terça, também em um movimento de realização de lucros, depois de atingir uma máxima de mais de dois meses na sessão anterior. Os traders esperavam por um suporte mais amplo, especialmente para o fraco setor imobiliário doméstico.

O minério de ferro mais negociado para setembro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações diurnas com queda de 0,9%, a 806,50 iuanes (US$ 112,47) por tonelada métrica. O contrato atingiu 825 iuanes na segunda-feira, o maior nível desde 31 de março, em meio a esperanças de mais apoio do governo ao setor imobiliário doméstico em dificuldades.

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Na Bolsa de Cingapura, o contrato de julho mais ativo do ingrediente siderúrgico caiu 0,7%, para US$ 113,05 por tonelada. Na véspera, alcançou US$ 115, a maior cotação desde 18 de abril.

“Dado que a redução de 10 pontos base já foi precificada no mercado, há uma sensação de ‘compre no boato, venda no fato’ após a última decisão sobre as principais taxas de empréstimos de um e cinco anos”, disse o diretor administrativo da Navigate Commodities, Atilla Widnell.

“Ao mesmo tempo, agentes excessivamente otimistas do mercado financeiro têm torcido por medidas mais amplas, com cortes mais profundos nas taxas e injeções de emissões de títulos para fins especiais de vários trilhões de renminbi.” O tamanho da redução na taxa básica de empréstimo de cinco anos, que serve como taxa de referência para hipotecas, ficou abaixo do esperado, segundo pesquisa da Reuters.

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Já segundo a Julius Baer, embora o impacto econômico imediato dos recentes cortes de juros seja mínimo e improvável de reverter a demanda moderada nos segmentos de habitação e investimento, eles sinalizam as preocupações dos formuladores de políticas sobre a desaceleração do ritmo de crescimento e sua intenção de apoiar o crescimento e reduzir os riscos negativos para o crescimento.

“Acreditamos que medidas de apoio mais direcionadas provavelmente serão adotadas diante do enfraquecimento do ímpeto de crescimento. Como os formuladores de políticas mostram preocupação com os desafios estruturais relacionados ao endividamento excessivo e ao investimento excessivo e desejam promover um crescimento de qualidade, é improvável que recorram ao manual de estímulos de larga escala que usaram em recessões anteriores para impulsionar o crescimento geral”, avalia.

Enquanto isso, no noticiário da Vale, a Bloomberg também informou que o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita lidera a disputa pela fatia de 10% nas operações de níquel e cobre da Vale. Em nota, a Vale disse que busca parceiro para metais básicos, mas não citou os envolvidos.

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“A Vale vem atualizando o mercado sobre este assunto de forma regular, no entanto, neste estágio, não pode confirmar ainda o valor de um eventual investimento nem as partes envolvidas”, afirmou a empresa, em comunicado. Citando pessoas com conhecimento do assunto, a Bloomberg News disse que a participação societária pode ser avaliada em cerca de US$ 2,5 bilhões.

Segundo a Vale, o movimento na área de metais básicos faz parte de uma série de ações estratégicas tomadas ao longo dos últimos 18 meses visando posicionar a companhia para “acelerar seus planos de crescimento no Brasil, Canadá e Indonésia, entregando os minerais críticos extremamente necessários à transição energética”.

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