Usiminas (USIM5) critica importação de aço e imposto seletivo para o setor na reforma tributária

Siderúrgica ainda vê preços baixos no 4º trimestre e CEO pede taxação de 25% para o aço de fora vendido no Brasil

Augusto Diniz

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A Usiminas (USIM5) teve prejuízo líquido no 3T23 e a siderúrgica foi clara nos motivos que levaram ao resultado negativo, durante teleconferência de resultados do período nesta sexta (27). Marcelo Chara, CEO da companhia, exemplificou que a empresa tinha previsto contratar 600 pessoas esse ano, mas o impacto das importações a fez recuar.

Além disso, citou o fechamento de um centro de serviço na Região Metropolitana de São Paulo. “É preciso colocar um forte foco e atenção nas políticas de reindustrialização do país. É importante avançar nas reformas e no andamento no Congresso. E também nas políticas de contenção contra o comércio desleal”, disse na abertura da tele a analistas.

Apesar do prejuízo, as ações da Usiminas subiram mais de 4%, liderando os ganhos da Bolsa nesta sexta-feira, mesmo em uma sessão de queda generalizada das ações do índice.

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Usiminas e as importações

Ele explicou que no México, no Chile e nos Estados Unidos há barreiras de importação de 25% para o aço. Segundo ele, o pleito tem sido encaminhado junto ao governo pelo Instituto Aço Brasil, entidade que congrega empresas do setor.

“Isso é importante que seja resolvido no curto prazo para evitar impactos negativos no nível de atividade industrial do país, e que também impacta negativamente na geração de empregos industriais de alta qualificação”, comentou ainda o executivo.

Chara falou ainda não querer proteção, mas nivelar a concorrência. “2024 vai ser um ano de acompanhamento com cautela de como vai evoluir a dinâmica econômica do país”, ressaltou.

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Já Thiago Rodrigues, CFO da Usiminas, afirmou que o texto divulgado da reforma tributária é uma proposta que “vai trazer impacto positivo”, mas mostrou preocupação sobre mudanças propostas no Senado.

Imposto seletivo

Um dos pontos de maior preocupação é sobre o imposto seletivo, que pode impactar a cadeia de insumos da indústria.

“Quando se abre a possibilidade de colocar um imposto seletivo sobre combustíveis e minerais, isso pode impactar a cadeia industrial como um todo e é mais um fator que pesa na competitividade da indústria brasileira”, complementou.

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Miguel Homes, vice-presidente comercial de Usiminas, diz que que as siderúrgicas chinesas estão operando com margens negativas há alguns trimestres.

“Mantendo-se preços de matéria-prima sólidos e em níveis altos, como minério de ferro e carvão, poderia derivar num aumento no próximo mês dos preços chineses. Isso teria um impacto positivo para siderurgia global e para a siderurgia no Brasil”, esclareceu.

Segundo Holmes, o preço médio do aço em setembro no mercado interno foi 4%,5% abaixo do preço médio do 3T23. “Isso carregará impacto ao longo do quarto trimestre. Isso para o setor de distribuição e o mercado spot”, afirmou.

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A empresa informou que o reinício da operação do alto-forno 3 na siderúrgica de Ipatinga (MG), que está em reforma, acontece nos próximos dias. O equipamento de grandes dimensões estava em obras programadas desde abril e impactou na produção da empresa.

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