Usiminas (USIM5) tem prejuízo e Ebitda negativo, mas por que as ações subiram mais de 4% após o resultado?

Dados da Usiminas, mesmo fracos, foram considerados melhores que o esperado, com números acima das projeções

Camille Bocanegra

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À primeira vista, os resultados Usiminas (USIM5) poderiam ser prenúncio de um pregão negativo para a ação da siderúrgica.

Afinal, a companhia registrou prejuízo de R$ 166 milhões no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 609 milhões registrado no mesmo período do ano passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado também ficou negativo, em R$ 20 milhões, ante dado positivo de R$ 836 milhões do 3T22.

Porém, as ações registraram forte alta na sessão desta sexta-feira (27), fechando com ganhos de 4,18%, a R$ 6,23, apesar do dia negativo do Ibovespa.

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Os dados foram bem recebidos por serem melhores que a projeção compilada pela Refinitiv de R$ 180 milhões em prejuízo, enquanto o consenso para o Ebitda era negativo em R$ 64 milhões. Ou seja, os números foram negativos, mas não tão negativos quanto se esperava.

A receita líquida, por sua vez, registrou queda de 20% na base de comparação com o 3T22, passando de R$ 8,434 bilhões para R$ 6,714 bilhões, mas também ficou acima da projeção Refinitiv, de R$ 6,46 bilhões.

Para Morgan Stanley, um dos destaques foi o Ebitda, que superou significativamente a sua estimativa de -R$ 89 milhões.

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“Em comparação com nossos números, a superação deve-se principalmente a maiores receitas. O lucro por ação normalizado de -R$ 0,18 ficou em linha com o consenso da Reuters de -R$ 0,19, mas acima de nossa estimativa de -R$ 0,25”, destaca.

Na análise, o banco ressalta que o fluxo de caixa de operações em R$ 1,65 bilhão superou, em muito, a estimativa de R$ 420 milhões do mercado e a da casa, de R$ 42 milhões. O avanço se deu, principalmente, à liberação de capital de giro. Outro ponto destacado foi a redução da dívida líquida para R$ 353 milhões (em comparação com R$ 965 milhões no 2T23 e R$ 1,7 bilhão estimado), resultando em uma relação dívida líquida/Ebitda em reais de 0,21 vezes, em comparação com 0,38 vez no 2T23.

Tanto os volumes de aço quanto os volumes de minério de ferro ficaram acima das expectativas do banco, em 11% e 7% a mais, respectivamente. Além disso, a unidade de negócios de processamento de aço registrou Ebitda de R$ 28 milhões em comparação com a estimativa de R$ 2 milhões.

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O Itaú BBA, em análise, ressaltou que o Ebitda ajustado ficou 72 milhões acima da estimativa do banco. Outro ponto positivo destacado foi “uma forte geração de fluxo de caixa livre”.

“Os resultados na divisão de aço foram principalmente afetados por uma queda sequencial nos preços domésticos do aço (7% menor em relação ao trimestre anterior). Na divisão de mineração, a realização de preços mais fracos do minério de ferro compensou mais do que os custos mais baixos”, explica o BBA.

O banco, contudo, tem recomendação underperform (performance abaixo da média, similar à venda), com preço-alvo para 2024 de R$ 7,00. O Morgan Stanley tem o mesmo preço-alvo, mas com recomendação equalweight (exposição em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para os ativos USIM5.

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