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Investidores que entraram no Tesouro Direto nesta segunda-feira (21) se depararam com uma novidade: títulos públicos com novos prazos de vencimento substituíram os que estavam disponíveis até então.
Agora, entre os papéis prefixados, os três prazos disponíveis são: Tesouro Prefixado 2025, Tesouro Prefixado 2029 e Tesouro Prefixado 2033, com cupom semestral. Anteriormente, os títulos disponíveis eram 2024, 2026 e 2031 (com pagamento de juros semestrais).
Movimento semelhante ocorreu com o Tesouro Selic – agora, o prazo mais curto do pós-fixado é 2025, e não mais 2024. Entre os papéis atrelados à inflação, a novidade está no Tesouro IPCA+ 2032, com cupom semestral, que passou a ser negociado em substituição ao título com prazo até 2030.
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Ariane Benedito, economista da CM Capital, afirma que a mudança nos títulos públicos representa uma adequação das emissões do Tesouro Nacional em relação à demanda dos investidores e ao que estava sendo visto no mercado primário.
Ao ser questionada se isso pode representar uma forma de o governo emitir mais dívidas, a economista responde que não porque esse aumento no número de dívidas ocorre apenas por um curto período de tempo, já que muitos títulos vão vencer e deixarão de ser negociados. “Essas emissões estão dentro do planejamento previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF)”, diz.
Os títulos públicos atrelados à inflação operam com avanço nas taxas na tarde desta segunda-feira (21), puxados por três fatores: a queda do dólar frente ao real, as tensões entre Rússia e Ucrânia, além do mercado acompanhando a revisão para cima nas projeções de inflação oficial para este ano divulgadas pelo Boletim Focus.
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Entre os títulos atrelados à inflação, o destaque está no Tesouro IPCA+ 2035 e 2045, que oferecem juros reais de 5,68% ao ano, acima dos 5,63% vistos na sessão anterior. O retorno é próximo do patamar recorde deste ano, de 5,69%.
Atenção também para o Tesouro IPCA+ 2040, com cupom semestral, que oferecia uma remuneração real de 5,66%, acima dos 5,64% registrados na sexta-feira (18).
Já entre os prefixados, o juro máximo oferecido é de 11,66% ao ano e é pago pelo Tesouro Prefixado 2033 com cupom semestral.
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Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na tarde desta segunda-feira (21):
Tensão Rússia x Ucrânia
Enquanto isso, na cena internacional, o presidente russo, Vladimir Putin, chamou líderes ucranianos de corruptos em pronunciamento à nação. Ele acusou a Ucrânia de usar energia para chantagear a Rússia e disse que os líderes dos países vizinhos foram contaminados pela corrupção. Putin também criticou o alinhamento dos ucranianos com o Ocidente e chamou a Ucrânia de “fantoche” dos Estados Unidos.
O presidente também relembrou o passado da União Soviética para dizer que a Ucrânia faz parte historicamente da Rússia e diz que os russos sempre tiveram uma postura colaborativa com os ucranianos. Sobre a Crimeia, território anexado pela Rússia em 2014, Putin disse que foi uma escolha da região participar da federação russa.
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Putin reconhecerá a independência de dois territórios na Ucrânia controlados por separatistas apoiados por Moscou, afirmou o The New York Times.
O anúncio foi feito pelo Kremlin em um comunicado resumindo os telefonemas de Putin na segunda-feira (21) com o presidente Emmanuel Macron da França e o chanceler Olaf Scholz da Alemanha.
“O presidente da Rússia disse que pretendia assinar o decreto relevante em um futuro próximo”, disse o Kremlin. “O presidente da França e o chanceler federal da Alemanha expressaram sua decepção com este desenvolvimento. Ao mesmo tempo, eles indicaram sua prontidão para continuar os contatos.”
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Putin está reconhecendo a independência dos territórios de Donetsk e Lugansk, informou o Kremlin, diante da “agressão militar das autoridades ucranianas”, como resultado do qual “a população civil está sofrendo”.
Campos Neto
Em evento do Agro+, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a citar o papel do componente energia no avanço das pressões inflacionárias. “A inflação do Brasil, de fato, é uma das mais elevadas do mundo, mas tivemos a maior inflação de energia do mundo. Se a inflação de energia tivesse sido a média dos outros países, nossa inflação também estaria em linha com os outros países”, ponderou o presidente.
Ao comentar sobre os juros, Campos Neto disse que apenas Brasil e Rússia apresentam “folga“ nas taxas de juros. Para ele, grande parte do chamado “mundo emergente” ainda terá que subir os juros para trazer a taxa para cima da neutralidade.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o presidente do BC acredita que os analistas precisarão rever para cima as suas projeções para 2022.
“Acho que agora vamos embarcar em um período em que os analistas, que ainda preveem um crescimento muito baixo ou perto de zero, vão revisar para cima”, afirmou. A revisão, segundo Campos Neto, aconteceria por causa dos dados disponíveis e do desempenho da economia no primeiro trimestre deste ano.
Relatório Focus
Na agenda local, o destaque está na apresentação do Relatório Focus. Segundo o levantamento desta semana, o mercado financeiro espera que a inflação oficial finalize este ano em 5,56%, acima dos 5,50% do levantamento anterior. Esse é o sexto aumento consecutivo na projeção.
Apesar de a revisão para cima nas projeções para a inflação oficial deste ano, não houve alteração nas expectativas de elevação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o ano que vem – que se mantiveram em 3,50%.
Para este ano, a meta de inflação a ser perseguida pelo Banco Central é de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Com isso, o IPCA deve ficar acima da meta, de acordo com a mediana das previsões dos economistas.
Também não houve alteração nas projeções para a Selic em 2022 e no ano que vem. Ambas continuaram em 12,25% e em 8% ao ano, respectivamente, segundo o Focus.
Movimento semelhante foi visto com relação às estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB). Os economistas consultados pelo Banco Central mantiveram as expectativas de avanço para o PIB em 0,30% para este ano e em 1,50% para o ano que vem. Os percentuais são iguais aos da semana passada.
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