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SÃO PAULO – O fato das empresas de tecnologia brasileiras serem bastante voltadas para a economia interna faz com que os analistas tenham boas perspectivas para o setor, sobretudo por conta do bom cenário econômico do Brasil, apesar da deterioração de importantes economias como na Zona do Euro e Estados Unidos.
Entre as empresas de maior destaque no setor listadas no mercado de ações da BM&F Bovespa estão a Totvs (TOTS3), especializada em soluções de sistemas para gestão empresarial, além das fabricantes de computadores Positivo (POSI3) e Itautec (ITEC3). Abaixo, confira 10 motivos para investir, ou não, em ações do setor de tecnologia, segundo análises de especialistas:
1 – Comprar: Plano Brasil Maior
O programa de incentivo à indústria brasileira divulgado neste ano pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), “Plano Brasil Maior”, é positivo para as empresas do setor de tecnologia, segundo Marco Aurélio Etchegoyen, operador de mesa da Diferencial Corretora.
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Além disto, a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre bens de capital, a diminuição do prazo para devolução dos créditos para PIS/Cofins e também a desoneração da folha de pagamentos foram alguns dos pontos positivos para o setor citados por Etchegoyen.
“O governo brasileiro mostra-se preocupado com uma possível desindustrialização do país e vem tomando algumas medidas para conter esse problema. O Plano Brasil Maior vem nesse sentido e é algo que deve ser visto como fator positivo para o setor, estimulando a produção”, constata o operador.
2 – Comprar: Bons fundamentos
O analista da Banif Corretora, Alex Pardellas, acredita que as empresas do setor de tecnologia no Brasil, de uma forma geral, possuem bons fundamentos, com boa governança corporativa, além de serem pouco endividadas, “fatores importantes para os investidores levarem em consideração na hora de escolher onde colocar seu dinheiro”.
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3 – Não comprar: Pouca liquidez
A baixa liquidez dos papéis das empresas do setor de tecnologia é um dos pontos negativos citados pelo analista da Banif Corretora. Com exceção das ações da Totvs, que obteve uma média de R$ 15 milhões negociados em ações nos últimos 21 pregões, de uma forma geral, os papéis dessas empresas têm fraco volume.
Este fato pode trazer dificuldade aos investidores na hora de montar ou desfazer posições. Além disso, neste caso, ofertas de compra ou venda muito grandes podem causar distorção nos preços das ações.
4 – Comprar: Baixa penetração do setor
Pardellas cita o potencial de crescimento do setor como outro fator para os investidores que pensam em comprar ações dessas empresas. “O setor no Brasil, de uma forma geral, tem baixa penetração, o que pode se traduzir em um campo para avanço ainda maior dessas companhias, pois têm um grande potencial de crescimento”, avalia o analista.
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5 – Comprar: Mercado interno
O bom momento econômico vivido pelo Brasil é um dos fatores positivos para o setor, tendo em vista que essas empresas têm suas produções voltadas para o mercado interno, na opinião de Etchegoyen. “Temos, nos últimos anos, um avanço do consumo bem interessante por aqui, com uma crescente migração social. A classe média vem crescendo substancialmente e essas pessoas tem em seu perfil uma grande necessidade de consumo, com o setor de tecnologia se destacando nesse sentido”, afirma o operador.
O aumento do poder aquisitivo dos consumidores e a maior facilidade de acesso ao crédito são outros fatores positivos para o setor no Brasil, segundo Etchegoyen, que acredita que a continuidade deste cenário deve impulsionar ainda mais o uso de tecnologia da informação de uma forma geral.
6 – Não comprar: Desaquecimento da economia
“O fato das empresas do setor de tecnologia no Brasil serem mais voltadas para o mercado interno, com certeza é positivo atualmente dado o bom momento econômico brasileiro, mas isso pode se tornar um ponto negativo em caso de desaquecimento da economia nacional, já que haveria uma diminuição da demanda dessas companhias, as quais encontrariam mais dificuldades para escoar sua produção”, constata David Soares, analista da Solidez Corretora.
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7 – Não comprar: Concorrência internacional
A concorrência de grandes empresas estrangeiras é um risco do setor, principalmente para os fabricantes de PC’s, como a Positivo e a Itautech, segundo o analista Ivanor Torres, da corretora Geral. “O Real valorizado frente ao dólar prejudica a competitividade dos produtos nacionais em relação aos importados, causando uma ‘guerra’ de preços no mercado interno, prejudicando o setor nacional, pressionando as margens dessas empresas”, conclui.
8 – Comprar: Investimento em banda larga
Com a proximidade de grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, o governo brasileiro tem dado bastante atenção para investimentos em infraestrutura, inclusive para o programa de expansão de internet de alta velocidade, como o PNBL (Plano Nacional de Banda Larga).
Este cenário é benéfico para o setor, na opinião do operador da Diferencial. “O fato do governo estar promovendo uma massificação da banda larga e o acesso à tecnologia deve impactar positivamente a demanda pelos produtos das empresas do setor”, afirma.
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9 – Comprar: Quando o Real valorizado é bom
Se o Real valorizado é negativo em relação às vendas, fazendo com que as empresas tenham que negociar seus produtos a preços mais baixos para baterem de frente com os concorrentes internacionais, essa mesma situação é positiva em relação à compra de componentes para a linha de fabricação dessas empresas, pois grande parte desses custos são atrelados com produtos importados, atrelados ao dólar, afirma Kaue Pinheiro, analista da SLW Corretora.
10 – Comprar: Queda nas taxas de juros
O Banco Central interrompeu uma sequência de altas na taxa básica de juros após a última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), ao anunciar uma queda de 12,5% para 12%. Já o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, afirmou que a Selic terá queda gradual até o fim do governo Dilma Rousseff.
Este cenário de queda de juros, de uma forma geral, é positivo para as empresas voltadas ao consumo interno, como as do setor de tecnologia, na opinião de Etchegoyen, uma vez que juros menores podem favorecer o volume e a concessão de crédito.
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