Raízen (RAIZ4) tem lucro líquido ajustado de R$ 527 milhões no 1º trimestre da safra 23/24

Queda dos volumes comercializados e pior resultado financeiro pesaram sobre números da companhia entre abril e junho

Vitor Azevedo

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A Raízen (RAIZ4) teve um lucro líquido ajustado de R$ 527 milhões no primeiro trimestre do Ano-Safra 23/24. O número representa uma queda de 51,5% frente ao mesmo período do ano anterior.

Em parte, o recuo do lucro acompanha o da receita, que foi de 26% na mesma base, chegando a R$ 48,8 bilhões.

“O desempenho da receita líquida refletiu menor volume comercializado, parcialmente compensado pelo melhor preço de venda. Ritmo de comercialização e embarques do trimestre alinhado à estratégia de maximização de retorno e captura de preços superiores no decorrer do ano”, explica a companhia no documento publicado na noite desta segunda-feira (14).

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Destaque negativo para o segmento de Renováveis e Açúcar, que trouxe queda de 38,6% na sua receita na comparação com o mesmo período da safra anterior, saindo de R$ 16,1 bilhões para R$ 9,8 bilhões.

Em renováveis, o volume de vendas de etanol caiu 23,3%, para 1,07 milhão de metros cúbicos, e a receita, 40,3%, para R$ 3,607 bilhão.

“Redução dos volumes comercializados e próprios refletindo a estratégia de comercialização para a safra, em função da perda momentânea de competitividade do etanol frente à gasolina no período. Além disso, com o mix da safra mais açucareiro, houve redução do volume produzido no trimestre”, acrescenta a Raízen.

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O volume de energia elétrica comercializada, por sua vez, recuou 2,5% no ano, para 4,5 GWh (giga watt hora). A receita caiu 4,6%, para R$ 734,6 milhões.

Do outro lado, o custo dos produtos vendidos em renováveis caiu 39,4%, para R$ 4,02 bilhões, por conta dos menores volumes comercializados.

A Raízen ainda reduziu as suas vendas de açúcar em 29,3%, para 1,9 milhão de toneladas, seguindo sua estratégia de vendas e embarques para a safra. A receita nesta frente caiu 7%, para R$ 5,4 bilhão. Os gastos nesta frente recuaram 51,2%, para R$ 4,4 bilhões, também por conta dos menores volumes.

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Em mobilidade, por fim, o volume vendido ficou estável, em 8,5 milhões de metros cúbicos, mas a receita caiu 28,3%, para R$ 40,1 bilhões.

“A dinâmica dos preços praticados no país e o cenário de suprimentos com excesso de oferta de diesel e etanol hidratado resultaram em perda de competividade, além de forte efeito nas posições de inventário”, fala a companhia. “A oferta de diesel, especialmente originado da Rússia, com desconto sobre os preços praticados no país e nos demais canais de importação, provocando compressão de nossas margens”.

A Raízen ainda viu suas despesas gerais e administrativas crescerem 24,6% na base anual, chegando a R$ 696,1 milhões, com a inflação e efeitos do crescimento da sua estrutura corporativa.  O custo da sua produção industrial total, por sua vez, subiu 5,1%, para R$ 5,9 bilhões.

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Com tudo isso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado da Raízen caiu 10,6%, para R$ 3,2 bilhões.

Fora isso, o resultado financeiro ainda ficou negativo em R$ 1,37 bilhão, ante R$ 938,5 milhões no primeiro trimestre do ano safra 2022/23, com alta principalmente dos custos da dívida líquida, que ficaram em R$ 849 milhões frente a R$ 593  milhões um ano antes. “É resultado decorrente principalmente do maior saldo de dívida líquida, bem como pelo incremento da taxa básica de juros Selic”.

A Raízen fechou junho com uma dívida líquida de R$ 29,3 bilhões, ante R$ 23,1 bilhões um ano antes. A companhia consumiu R$ 4,8 bilhões em caixa.

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